Capítulo 1
Foi o som de sua mãe gritando que fez Audrey acordar.
Seu coração disparou, e a voz em sua cabeça disse para
correr. Mas ela não podia sair sem sua mãe e seu irmão. Eles
estavam preparados para isso, ou tão preparados quanto
poderiam estar.
Os traficantes de escravos vieram nos pegar.
Audrey estava fora da cama e correndo para a porta em
uma questão de segundos. Ela prendeu a respiração quando
agarrou a maçaneta e abriu a porta tão silenciosamente
quanto podia. Houve uma cintilação de luz da vela no centro
da mesa da cozinha. Sua mãe insistia em deixar uma acesa
durante toda a noite.
Mas as sombras eram espessas, e o som de outro grito
fez com que Audrey reagisse. Ela não podia correr, mesmo
que sua mãe tivesse dito a ela para fazê-lo se os traficantes
de escravos viessem à sua aldeia e os levassem. Não, Audrey
não podia simplesmente deixar sua mãe e irmão em um
destino pior que a morte.
Porque sua mãe era mais velha seria vendida para
trabalhos domésticos. E seu irmão, porque ele era homem e
em boa saúde física, seria usado para trabalhos no campo.
Mas Audrey não seria usada em casa ou no campo. Ela
engoliu em seco, seu medo crescendo. Ela seria usada como
mercadoria de sexo, e isso ela não permitiria que acontecesse.
Antes de sair da sala, pegou um grande tronco que estava por
cima da lareira em seu quarto. Enrolando os dedos em torno
da casca áspera, ela respirou fundo. Audrey não deixaria que
sua mãe ou irmão fossem usados como escravos também. Ela
preferia morrer do que vê-los acabar dessa forma.
Sem pensar mais nisso, Audrey saiu da sala, atenta aos
seus arredores. Ela não sabia quantos traficantes de escravos
estavam na casa, mas sabia que havia sempre mais de um.
Sua mãe gritou mais uma vez e, em seguida, houve um
estrondo repugnante e o som cessou. O coração de Audrey
parou, sua garganta apertou, e sua boca ficou seca. O piso de
madeira áspera sob seus pés descalços tornou seus passos
sem som. Seus longos cabelos ruivos estavam em fios soltos
sobre seus ombros e caindo até a cintura, e ela desejava que
o tivesse amarrado, não querendo nenhuma obstrução.
A porta da mãe de Audrey estava parcialmente aberta, e
através da cintilação da luz da vela ela podia ver grandes
sombras se movendo. Se fossem ricos e vivessem em uma
cidade, não teriam sequestradores raptando-os e matando-os.
Mas, sendo pobres, morando em uma pequena aldeia, sem
eletricidade ou com os confortos comuns que os ricos tinham,
fazia de Audrey e de outras pessoas sua presa fácil. Também
não ajudava que seu governo era corrupto, sempre tolerando
e encorajando os escravistas a caçarem e “livrarem-se” dos
pobres, pois os viam como nada mais do que vermes.
E quando ela estava prestes a abrir a porta, algo no
canto do seu olho chamou sua atenção. Ela acalmou, virou a
cabeça, e seu mundo caiu quando viu os olhos sem vida de
seu irmão olhando para ela. Lágrimas instantaneamente
brotaram em seus olhos, e um pequeno som escapou dela.
Então a porta de sua mãe se abriu e Audrey virou a
cabeça para olhar os olhos negros e frios de um dos
traficantes de escravos. Audrey olhou ao redor de seu ombro
e viu uma poça de sangue no chão, seguida pelo corpo de sua
mãe. Audrey olhou para o homem de novo e viu o sorriso
macabro em seu rosto. Ele deu um passo para o lado, e foi
quando ela soube que ele matou sua mãe. As lágrimas caíam
por suas bochechas e, tanto quanto ela queria gritar, correr,
lutar, tudo o que ela pôde fazer foi ficar ali congelada, com
horror, agonia e desespero a enchendo.
— Que vergonha pelo menino. — Disse o traficante de
escravos. — Ele teria feito uma boa venda para o campo. —
Ele olhou por cima do ombro para a mãe. — Mas a velha
lutou muito. Ela deveria ter vindo e teria tido uma posição
confortável como mercadoria de casa.
Audrey engoliu em seco, as lágrimas caíam mais e mais
depressa por suas bochechas. O traficante estendeu a mão e
agarrou a camisola branca que ela usava.
— Mas você, — ele praticamente ronronou. — Você vai
fazer uma boa puta.
E então Audrey sentiu algo afiado em seu braço. Ela se
virou e viu o segundo traficante de pé atrás dela. Abriu a
boca para gritar, não que isso fizesse diferença, mas antes
que algo saísse uma tontura a atingiu. Estendeu a mão e
agarrou-se ao batente da porta, Audrey caminhou além do
homem atrás dela. Ele não a impediu, mas com as drogas
que injetou nela sabia que não era como se pudesse chegar
longe.
Ela estendeu a mão para agarrar a parede, mas o chão
correu para cumprimentá-la. Foi quando estava de bruços no
chão, com o riso dos traficantes de escravos enchendo sua
cabeça que Audrey soube que sua vida estava realmente
acabada.
Dias depois
— Cinco mil lupinos.
Audrey sentiu sua garganta apertar com a soma que foi
chamada … a quantia pela qual ela estava sendo comprada.
Alguém agarrou seu braço bruscamente e empurrou
suas costas. Ela usava outro vestido branco, semelhante à
camisola que ela usava quando foi tirada de sua casa, mas
esta estava ornamentada com renda e até mesmo algumas
pedras preciosas. Servia para atrair compradores, para fazêla parecer mais atraente.
Desse modo ela valeria o maior valor que pudesse
conseguir.
— Mova-se. — O traficante de escravos ordenou e quase
a empurrou para fora do palco. Tropeçando sobre seus pés,
ela apoiou uma mão na cerca que foi erguida em torno do
palco de leilão.
Quando ela acordou depois dos medicamentos terem
passado o efeito há vários dias, ela encontrou-se na parte de
trás de um veículo de carga, um punhado de outras mulheres
sequestradas sentadas ao seu redor. Todas olharam para ela,
mas ninguém fazia contato visual. Então, sentou-se na parte
de trás, o teto claro acima dela dando-lhe uma visão do céu
que ia da luz para a escuridão.
Uma vez que chegaram ao seu destino, após dias de
viagens, os traficantes de escravos a tiraram da parte de trás
do veículo, puxando as correntes que estavam enroladas em
seu pescoço.
E então foi colocada em um quarto, alimentada com
restos, recebendo água suja, e foi permitido apenas um
banho desde sua captura … e esse banho foi bem antes deste
leilão.
O leilão, ou Mercado Itinerante, como era conhecido
neste país, se movia ao redor. Mas os compradores vinham de
todo o mundo para comprar escravos. Hoje era de escravas
sexuais, e ela foi jogada com as outras fêmeas jovens, férteis
e saudáveis.
Algumas das fêmeas seriam estritamente usadas para
sexo por seus “mestres”. As fêmeas férteis seriam usadas
como reprodutoras para seus mestres e suas esposas que não
podia ter filhos. E depois haviam as “Joias” raras, como os
traficantes de escravos as chamavam, que eram vendidas por
preços astronômicos devido ao fato delas ainda terem sua
virgindade intacta.
Audrey foi uma das Joias jogadas acima no palco.
— Vá para a parte de trás com as outras e espere seu
comprador reivindicá-la. — O traficante a empurrou para a
frente, e ela tropeçou, quase caindo sobre a menina na frente
dela. A corrente ao redor de seu pescoço foi removida, e
embora ela não estivesse contida no momento, havia vários
escravistas ao redor com varas elétricas que eles usavam na
“mercadoria” desobediente.
— Vá se foder. — Disse uma mulher em voz alta.
Audrey olhou para o lado e viu a situação se desenrolar.
Lembrou-se da mulher de hoje cedo. Ela foi a primeira a ser
colocada no bloco de leilão, vendida como reprodutora. Ela
estava mal-humorada mesmo tendo levado um tapa, um
choque da vara elétrica, e tivesse um lábio cortado, ela ainda
conseguiu grande soma de um comprador. Ela também não
parou de lutar.
Talvez Audrey estivesse muito fraca para lutar, mas
qualquer pequena desobediência que ela mostrou resultou
que fosse esbofeteada e ameaçada de ser vendida como
Doona: uma mulher que foi comprada com o propósito de ser
o saco de pancadas para um comprador sádico.
— Eu não vou ser um receptáculo para um idiota.
Fodam-se todos vocês. — A mulher gritava, não se
importando que os traficantes de escravos a esbofeteassem,
ordenando que ela se comportasse. A mulher seria morta se
continuasse. A única razão pela qual ainda estava viva era
porque foi vendida. Mas também era óbvio que o comprador
não devia se importar se sua “propriedade” estivesse
machucada, porque os traficantes não tinham nenhum
problema em atingi-la.
— Você continua olhando e eles vão virar sua ira para
você.
Audrey olhou para a mulher na frente dela, mas ela
tinha a cabeça baixa e não disse nada mais. Audrey também
não falou, porque sabia que a outra mulher estava certa. Esta
situação já era bastante ruim, e ela não queria atrair atenção
desnecessária para si mesma. Claro que também precisava
descobrir como poderia escapar, porque esta não era uma
vida que ela queria viver. Ela preferia se matar a ser uma
mulher que só era chamada para agradar a um homem que a
comprou.
— Coloque-as todas em uma caixa de carga até que os
seus proprietários as peguem. — Ordenou um traficante, e
Audrey e o outro punhado de mulheres foram empurradas
para uma caixa de carga. Era transparente, com material que
permitia que o oxigênio saísse e entrasse, mas era selada do
lado de fora. A porta estava fechada e, assim que o traficante
estava prestes a trancá-la, a mulher que estava causando a
comoção se libertou dos traficantes que a seguravam. O
traficante que estava prestes a trancar a porta investiu contra
ela, e Audrey viu sua fuga.
É isso – o seu primeiro e único jeito de escapar.
Ela olhou para as mulheres na caixa de carga com ela, e
queria ajudá-las a escapar, também.
— Vamos, nós temos uma chance de escapar.
Ninguém olhou para ela além da mulher que a tinha
advertido apenas momentos antes.
— Você vai ser capturada antes de entrar na floresta.
Audrey não teve tempo para pensar em nada disso,
mesmo que provavelmente fosse verdade. Ela preferia morrer
a viver assim, e isso poderia ter acontecido. Havia portas
reforçadas em frente a caixa de carga, e apesar de chegar até
lá, seria impossível em circunstâncias normais, visto que
havia um guarda e o desbloqueio era complicado. Mas se
pudesse encontrar um pedaço de metal para arrombar a
tranca, ela poderia fazer sua fuga, ou pelo menos tentar.
Engoliu, sabendo que estes poderiam ser seus últimos
momentos, mas preferindo morrer tentando do que enfrentar
um mundo onde não teria uma vida.
— Você vai morrer. — Disse a mulher de novo, e Audrey
parou e olhou para a mulher que a avisou no início, e que
estava claramente preocupada. No entanto, ela não olhava
para ela.
— Eu tenho que tentar.
Com os traficantes de escravos tentando controlar a
outra mulher, Audrey abriu a porta de carga e saiu. Seu
coração batia descontroladamente enquanto se movia em
direção aos portões duplos, mantendo seu foco sobre os
homens que estavam agora em torno da mulher. Ela
conseguiu pegar um pedaço do que parecia ser um metal e
segurou em sua garganta.
— Caia fora. — A mulher gritou.
— Ela vale muito devido a ser uma reprodutora. Não a
machuque de maneira irreparável. — Disse um traficante de
escravos para os homens que estavam cada vez mais perto
dela.
Audrey queria ajudá-la, mas não sabia o que fazer. E
então a mulher olhou diretamente para Audrey e gritou
— Corra. — Ela então moveu o metal através de sua
garganta, vermelho sangue jorrando da ferida aberta.
Metade dos traficantes de escravos se viraram e olharam
para Audrey, começaram a gritar, e isso foi quando ela se
virou e correu em direção ao portão. Puxando-o aberto foi
muito mais fácil do que ela pensava que seria, mas uma vez
que este era um leilão itinerante tinham que ser capazes de
pegar e mover para o próximo local sem ter que quebrar
muitas coisas, inclusive fechaduras.
Mas enquanto correu, viu uma pilha de detritos do leilão
montado. Agarrando um pedaço de metal, Audrey percebeu
que devia ter sido de onde a mulher obteve sua arma, Audrey
empurrou o fragmento no trinco, puxou, e ouviu um clique
enquanto a trava se desfez. Ela abriu a porta com bastante
força, mas girou para trás com o peso do portão.
Ela ouviu os gritos dos traficantes de escravos, mas não
ousou olhar atrás dela. Quanto mais se aproximava da
espessura do bosque, mais esperança ela tinha. Audrey podia
se esconder deles, e, esperava, viver com isso. Mas não
importava o quão positivamente ela pensasse, havia aquela
voz no fundo da sua cabeça que lhe dizia que se a pegassem,
a vida que levaria seria muito pior do que a morte.
O terreno nesta parte do país era áspero, com
montanhas enormes no fundo, picos cobertos de neve no topo
deles, e espessas florestas perigosas em torno delas. Ela não
se importava com isso. Sua aldeia era no centro da mata
fechada, e ela sabia que poderia sobreviver o suficiente para
ficar longe dos traficantes de escravos.
Eu posso fazer isso.
Mas havia aquele estranho chiado de ar atrás dela, e um
segundo depois que ela o ouviu sentiu uma dor aguda em seu
lado. Chorando, mas forçando-se a não parar, ou mesmo
abrandar, Audrey empurrou-se ainda mais. Correu mais
rápido, seus pulmões queimando, seu coração acelerado.
Os gritos eram tão altos que seus ouvidos tiniram, mas
ela não parou, nem mesmo quando sentiu a umidade molhar
sua carne. Ela olhou brevemente para baixo, viu seu vestido
branco coberto de sangue ao lado, mas não parou. Ela não
podia.
Conseguia ouvi-los gritando as mesmas palavras uma e
outra vez.
Bárbara.
Selvagem.
Mas Audrey ignorou, não importava o que ela
enfrentaria nestes bosques desconhecidos. Enquanto ela
estivesse longe de sua situação atual ela enfrentaria um ligre1
de três cabeças.
Ela podia não estar familiarizada com esta parte do país,
mas uma floresta era uma floresta, no sentido mais
elementar, certo? Poderia haver diferentes bestas que
residiam nelas, mas ela foi ensinada bem o suficiente a como
sobreviver, fazer caça mínima e forragem, e até mesmo
sobreviver em duras condições meteorológicas. Era tudo
porque eles viveram na pobreza, quase como se estivessem
em um momento completamente diferente. Considerando que
1 Animal híbrido resultante do cruzamento de um leão com uma tigresa ou de um tigre
as cidades próximas de onde morava estavam prosperando
com a ciência e tecnologia, a de Audrey era como uma
história primal.
Não foi até que ela adentrou a floresta que ela se atreveu
a olhar para trás. Os traficantes foram diminuindo, agitando
os braços na frente deles, e olhando entre si. Ela franziu suas
sobrancelhas quando pararam completamente, não dando
um passo na floresta. Mas mesmo que eles tivessem parado
de persegui-la, ela não diminuiu a velocidade.
Quanto mais ela corria, mais fundo ela ia para o bosque
e mais escuro tudo se tornava. As árvores eram grossas, o
dossel acima dela denso, bloqueando muita luz. Mas ela se
recusou a parar, nem mesmo quando ficou tonta, nem
quando o suor cobria cada parte dela, ou quando sentiu
como se seu coração estourasse através de seu peito. Audrey
não parou quando espinhos e galhos rasgaram sua carne
enquanto ela empurrava a folhagem.
Seu cabelo estava em fios molhados colados ao lado de
seu rosto, e ela empurrou-os quando onda após onda de
náuseas e tonturas batia nela. Tropeçando para frente, ela
caiu de joelhos, sacudindo a cabeça e tentando limpar sua
visão.
O que há de errado comigo?
Ela olhou para seu lado, seu vestido, uma vez branco,
agora era escuro da sujeira de correr através dos bosques e
também coberto de sangue. Todo o comprimento de seu lado
era vermelho, o material uma exibição horrenda do que os
escravos fizeram a ela. Analisando o material, ela encontrou
um corte no lado e rasgou-o aberto. Piscando a visão dupla,
Audrey olhou para a ferida. Era profundo, mas ela não
conseguia entender por que ela se sentia assim, ou o que eles
usaram para feri-la.
Drogas.
Eles a drogaram.
Ela se levantou, seu coração bombeando mais
rapidamente, mais forte, o medo crescendo, e tudo isso
fazendo as toxinas moverem-se pelo seu sangue ainda mais
rápido.
Mas quanto mais rápido ela tentava correr, quanto mais
tentava entrar no bosque, mais ela sentia que um peso
pesado estava sobre ela, retardando-a, fazendo seus
movimentos ficarem lentos. Ela deu mais um passo,
forçando-se a continuar em movimento, e seu pé foi pego em
uma raiz grossa que cresceu fora do chão. Audrey caiu
duramente, mas o chão estava em uma encosta, e ela desceu,
caindo e acelerando a cada segundo que passava. Quando
chegou ao fundo da colina, seu corpo gritou de dor, sua visão
era uma cena dupla constante de formas e cores, e ela não
podia segurar a cabeça por mais tempo. Audrey tinha a
vontade de seguir em frente, mas não tinha forças.
E então a escuridão a reclamou, e ela não pôde fazer
nada para impedi-la.
Styx ouviu o sussurro não muito longe de sua morada, e
instantaneamente ficou em alerta. Ele construído a sua casa
no meio da floresta, e qualquer um tolo o suficiente para se
aventurar tão longe merecia a morte.
Se levantou de onde estava sentado na frente do fogo,
pegou uma lança e faca e enfiou esta última em seu
tornozelo, entre a sua pele e sua bota. Apertando a mão sobre
a lança, ele saiu de sua caverna e parou, olhando ao redor, e
ouvindo quaisquer outros ruídos. Os sons de pássaros
Maccoon nas copas das árvores sobrecarregaram o espaço ao
seu redor, mas ele estava focado no que estava no chão.
Eram as criaturas que estavam no mesmo nível que ele que
eram a maior ameaça.
Dando um passo para fora da sua habitação, ele
respirou fundo. Com seus sentidos muito mais sintonizados
do que os humanos ele podia captar o mais ínfimo cheiro e
visão. Sua audição era muito superior, e sua força permitiulhe o poder de viver neste ambiente perigoso. Styx não era
apenas superior aos outros que fisicamente se pareciam com
ele de todas as maneiras, aqueles que viviam como peixes
empacotados em suas casas de pedra e vidro – ele era mais
inteligente, livre de seus desejos e necessidades.
O mundo de Styx era composto de muitas diferentes
culturas, povos, criaturas e crenças. Sendo da tribo do Norte,
tudo o que ele conheceu era viver fora da terra,
profundamente dentro da Floresta Asaga e sabendo que todos
os outros temiam sua espécie. Ele nunca entendeu quando
criança, que seu tipo poderia ser tomado como uma ameaça,
como perigoso, quando eles eram uma família, só caçando
quando ameaçados ou para alimentar a sua tribo, mas não
foi até que ouviu e compreendeu as histórias que foram
contadas ao redor do fogo durante a noite que ele percebeu
quem e o que ele era.
Ele aceitou isso. Ele sabia que poderia estar sozinho
neste mundo, mas ele aceitou.
Maior, mais forte, e quando ameaçado mais violento do
que qualquer outra coisa, sua espécie – a tribo Soveign – era
conhecida como selvagens, como bárbaros e como assassinos
primitivos. As descrições se encaixam bem. Sua espécie sabia
como sobreviver na floresta hostil, com criaturas que eram
venenosas, águas que corriam vermelhas dos venenos e
predadores que poderia ser tão cruéis como seu tipo. Nestas
florestas, neste mundo, ele estava no topo da cadeia
alimentar, e qualquer um que o fizesse mal sentiria sua ira.
Styx atravessou a floresta lentamente, furtivamente, e
fez questão de manter o olhar fixo nos arredores. A tribo em
que ele cresceu era há horas da sua residência atual, mas foi
sua escolha partir. Depois que sua mãe morreu e seu pai
encontrou uma nova companheira, Styx se sentiu
desconectado, e quis sair e ter sua própria casa, sua própria
família. Mas sem companheira própria, vivia uma vida
solitária. Tinha-lhe servido bem, e ele aceitou esse modo de
viver.
Mas a necessidade de encontrar uma esposa, ter uma
mulher que fosse sua companheira cresceu forte dentro dele
até que sentiu uma fera nas profundezas do seu corpo.
Styx queria uma família, queria encontrar uma
companheira e colocar um bebê dentro dela, para reclamá-la
de todas as maneiras. Ele precisava disso agora mais do que
nunca. Tinha que voltar para sua tribo e reivindicar uma
mulher ali, o que não lhe agradava porque ele não sentia
nenhuma conexão com nenhuma das fêmeas, ou teria que
sair da floresta para encontrar uma.
Styx não iria tomar uma mulher, pouco disposta se era
assim, e fazê-la sua. Mas estava desesperado o suficiente
para fazer qualquer coisa.
Com a lança na mão, ele moveu-se através da floresta,
tendo uma ideia de onde o som vinha, mas com as
montanhas em torno dele o barulho ecoava por toda a terra,
parecendo vir de todas as direções.
O inverno estava chegando a pouco tempo de distância,
e havia um frio no ar. Estando profundamente dentro do
bosque e muito perto da base das montanhas o tempo frio
parecia vir ainda mais rápido. Mas Styx sobreviveu a muitos
invernos facilmente, tinha suprimentos estocados, e não
havia nenhuma preocupação sobre como passaria por outro
ano difícil.
Styx nunca sentiu se encaixar com sua tribo, o que foi
uma razão pela qual a deixou. Ele também não desejava
nenhuma das fêmeas disponíveis, e decidiu que preferiria se
afastar da tribo e encontrar seu próprio caminho.
O som de uma pequena criatura correndo através dos
ramos acima dele tocou através do silêncio repentino na
floresta, mas ele se concentrou na frente dele. Parando e
inalando profundamente, Styx cheirou um ninho de pássaros
Bringada perto. Seus ovos e a carne dos adultos estavam
deliciosos, bem como nutritivo em proteínas.
Voltando um pouco, ele inalou novamente, a escuridão
da floresta chegando mais profunda, mais forte, com o pôrdo-sol grande acima dele. Mas suas pupilas dilataram, sua
visão tornou-se mais nítida, seus sentidos aumentados
tornando sua visão cristalina e clara, e tudo à sua volta
parecia como se a luz brilhasse nele. Inalando novamente,
Styx tomou nota de uma besta Morano à uma curta
distância. Uma grande criatura, que era lenta, mas tinha
toxinas mortais, não era com quem ele queria lutar agora.
Isso foi o que ele ouviu? Ele inalou novamente, e foi quando
pegou vários perfumes vindo de uma direção.
Fêmea.
Humano.
Sangue.
Fértil.
Ele inalou novamente, vendo se havia algum cheiro,
talvez de um companheiro, da morte, de qualquer coisa que
pudesse lhe dar mais informações sobre por que uma fêmea
solitária estava ferida e dentro da floresta.
Styx moveu-se rapidamente através dos bosques, indo
cada vez mais perto do cheiro de onde o sangue vinha. Seu
instinto protetor se acendeu, o próprio pensamento de uma
mulher sozinha e ferida nestas matas perigosas teve a parte
masculina dele se levantando, querendo protegê-la. Esse
desejo estava enraizado nele, em sua espécie. As fêmeas,
tendo forças próprias, eram fisicamente mais fracas do que os
machos, mas os seres humanos, em comparação com o seu
tipo, eram ainda mais fracas. E então ele diminuiu a
velocidade quando viu a amostra de branco vinda como um
farol de luz.
Styx andou em direção a seu corpo imóvel, seu cabelo
de uma cor vibrante como chamas lambendo sobre a
madeira. O vestido que ela usava estava rasgado em vários
lugares, sujo, e ele viu que um lado estava completamente
saturado com sangue. Uma vez que ele estava perto o
suficiente se agachou, olhando seu pequeno corpo de cima
para baixo. Ela respirou, seu peito subindo e descendo
lentamente, os intervalos entre elas preocupante.
Estendendo a mão, ele levantou a tira do tecido que
cobria seu lado para ter uma melhor olhada sobre o
ferimento. Era um corte desagradável, e o cheiro de venenos
veio através, formigando em seu nariz com uma sensação
desconfortável. O próprio pensamento de deixá-la não era
uma opção. Mesmo que sua vida dependesse de um fio, e ele
não soubesse se tinha as ervas e remédios para curar esse
ferimento e livrar seu corpo das toxinas, Styx tentaria curála.
Minha.
Essa palavra se repetia na sua cabeça enquanto a
olhava. Ela estava doente, ferida, e embora não fosse da sua
espécie, mas um ser humano frágil, ela era uma mulher,
compatível com sua espécie, e ele a queria. O destino olhou
para ele e trouxe-lhe esta fêmea? Ele não podia negar o cheiro
dela se aproximando, de sua fertilidade despertando o lado
masculino dele, mas era o desejo de curá-la que o montou
duramente. Ele a queria curada. Tudo depois disso seria
resolvido mais tarde.
Estendeu a mão e afastou uma mecha de seu cabelo que
bloqueava a visão de seu rosto. Ela estava cheia de cortes e
contusões e sangue seco e um emaranhado em seus cabelos.
Mas ela não se moveu, e ele sabia que não poderia mantê-la
aqui fora por mais tempo. Ele não sabia por quanto tempo os
venenos estiveram em seu sistema, e quanto mais cedo ele
começasse a tratá-la, mais cedo ela iria curar.
Ele colocou a sua lança contra o tronco de uma árvore e
pegou-a. Ela pesava quase nada, e em comparação com ele,
ela era pequena.
Quem é essa fêmea?
Uma vez que ela estava a salvo em seus braços, Styx
olhou para seu rosto. Ela era muito bonita, não parecendo
como as fêmeas de sua tribo. Sua espécie tinha cabelos e
olhos escuros, mas o cabelo desta fêmea era diferente de
qualquer coisa que ele já viu. Os fios eram vermelhos e
longos, com as ondas ondulando em torno de seus ombros
esbeltos. Ela também era muito menor do que as fêmeas de
sua tribo. Ele olhou para o arco de suas sobrancelhas, a
forma como seus cílios eram um tom mais escuro de
vermelho, e a aspersão de luz do local através da ponte de
seu pequeno nariz.
Que cor seus olhos seriam? Como a sua voz soaria?
Ela era magra demais para o seu conforto ou gosto. De
onde quer que ela fosse eles não a alimentavam bem, ou ela
não tinha acesso a alimentos enriquecidos em gorduras. De
qualquer maneira Styx iria engordá-la e torná-la agradável e
saudável. Se ela fosse ficar bem e curar de seus ferimentos,
precisava comer mais. Ela também precisava ganhar um
pouco de peso antes que o inverno chegasse. Styx não tinha
intenções de deixá-la ir embora, não quando ele a encontrou.
Ela seria sua companheira e teria o seu bebê dentro dela em
breve.
Foi o som de um fogo crepitante próximo, que despertou
Audrey. Uma vez que tudo se tornou mais claro, a dor se
estabeleceu profundamente em seu corpo. Era como se
tivesse sido jogava para cima e para baixo, e tentando
lembrar por que se sentia assim, apenas tinha uma
imprecisão enchendo a cabeça.
Virando, ela respirou fundo na dor de seus músculos e
com a sensação de repuxo e dor em seu lado. Audrey forçou
seus olhos abertos, mas teve que piscar várias vezes a fim de
limpar a visão embaçada. Ela estava de costas e a primeira
coisa que veio em foco foi o teto rochoso acima dela.
Eu estou em uma caverna.
A luz do fogo que estava perto cintilou ao longo das
paredes de pedra. Ela esteve em muitas cavernas, enquanto
crescia, sua aldeia era perto das Montanhas Heckena. Ela
virou a cabeça ligeiramente e viu o fogo aceso apenas alguns
metros dela, o calor saindo dele era como um calmante.
Depois disso ela estava ciente da forte pressão sobre ela,
não desconfortável, mas o que a cobria tinha algum peso.
Puxando os braços para fora das cobertas, ela alisou as mãos
sobre o que ela agora sabia que eram peles. Elas eram
grosseiras, mas o calor que forneciam era muito bom, mesmo
que estivesse com dor.
Audrey inalou. Houve um puxão e uma dor no seu lado,
nada muito doloroso, mas o suficiente para tê-la parando de
se mover. O som de passos fez todo o seu corpo se acalmar.
Ela fechou os olhos, fingindo dormir.
O som de madeiras caindo no chão de pedra ecoou nas
paredes da caverna. Seu coração trovejou rápido, seu corpo
começou a suar, e ela estava tentando não demonstrar
qualquer expressão facial de quanta dor estava sentindo. Não
ajudava que seu corpo estava tenso, e ela estava morrendo de
medo.
Se fossem traficantes de escravos você não estaria nessa
caverna com peles sobre você. Eles teriam você acorrentada e
enviada para o homem que te comprou.
Ela sentiu a pessoa na caverna se aproximar, a sombra
do seu corpo cobrindo-a e impedindo o fogo. Ele não se
moveu por longos segundos, e a cada momento ela ficou mais
e mais tensa, seu corpo e mente gritando para ela escapar.
— Eu sei que você está acordada, fêmea.
A voz do homem era tão profunda que não parecia
totalmente humano. Embora ela soubesse que havia
criaturas em seu mundo que não eram plenamente humanas,
mesmo que parecesse, Audrey nunca viu nenhum desses
seres humanos e não queria. Nos bosques da sua aldeia q
não tinham seres que fossem como eles… ou assim eles
pensavam. Mas Audrey não fazia ideia de onde os traficantes
de escravos a levaram, então ela não tinha ideia do que
estava enfrentando.
Talvez você não devesse ter fugido para florestas
estrangeiras, então.
E não fazer isso significaria que ela seria uma escrava, e
não era o que ela ia ser. Audrey preferiria enfrentar isso do
que ser uma escrava sexual.
Mas Audrey ainda manteve os olhos fechados, com
muito medo de enfrentar exatamente o que estava de pé ao
lado dela.
— Abra os olhos e olhe para mim, fêmea.
Ele tinha uma voz profunda, naturalmente feroz, e havia
um leve cheiro. Audrey fez o que ele disse, não porque ele
ordenou a ela, mas porque ela sabia que não podia fingir para
sempre. Ela teria que enfrentar isso mais cedo ou mais tarde.
Se ele a quisesse morta, já poderia ter feito isso. Ele poderia
tê-la deixado no bosque depois que ela caiu. Ele não tinha
que trazê-la para este lugar.
Ela abriu os olhos, as mãos em punhos apertados ao
seu lado e seu coração sentindo como se fosse estourar
através de seu peito. E então ela virou a cabeça e olhou para
ele, sentindo seus olhos se arregalarem diante de um homem
bruto em pé ao lado dela. Ele parecia humano … ou assim ela
imaginou.
Engolindo o nó que instantaneamente se formou em sua
garganta, tudo que Audrey pôde fazer foi absorver o enorme
tamanho dele. Ela tinha altura média para uma fêmea de um
metro e sessenta e oito, não muito magra, mas também sem
excesso de peso, visto que seu estilo de vida não
proporcionava recursos para quantidades abundantes de
alimentos. Mas este homem, esta besta, tinha que ter pelo
menos dois metros e treze de altura. Seus músculos pareciam
empilhados uns sobre os outros, e seus olhos pareciam ter
esta tonalidade quase iridescente.
Como os olhos de um predador brilham quando a luz
pisca sobre eles.
Este homem não era humano, ou pelo menos não como
qualquer macho humano que já viu.
Ele olhou para ela por longos segundos, e então se virou
e dirigiu-se para o fogo. Ela olhou para as costas dele, pois
estava sem camisa, os músculos pronunciados, sem
restrições. As calças que ele usava eram de couro escuro e
moldadas às suas coxas largas, como tronco de uma árvore,
confortavelmente. Quando se virou, ela estava olhando
diretamente para seu peito, definido, com montes elevados de
músculos. Audrey estava assustada, mas não podia deixar de
apreciar quão masculino ele era.
Quando ergueu o olhar para o seu rosto, viu aquela
mesma expressão estoica e dura cobrindo-o. Ele parecia sujo,
como se estivesse na floresta procurando comida, caçando.
Ele era um dos “selvagens” sobre os quais os traficantes de
escravos estavam gritando?
— Você deve comer e beber. — Ele disse e andou em
direção a ela.
Ela se moveu para trás, tanto quanto podia dada a dor
que ainda sentia. Audrey estremeceu quando seu lado puxou
novamente, mas ele estava empurrando um copo em sua
direção. Olhando entre ele e a caneca, ela não quis aceitá-la,
mas não queria perturbá-lo. Ele empurrou-a para ela
novamente, as sobrancelhas caindo enquanto seu
aborrecimento estava claramente escrito em seu rosto.
— Beba. — Sua voz ficou mais dura e ela se viu pegando
e tomando o copo, os dedos roçando os dele. Um arrepio
subiu em sua espinha naquele pequeno contato, e ela
rapidamente olhou para o conteúdo do copo. A caneca era
feita de um chifre de um animal que não podia identificar, e o
conteúdo tinha um cheiro adocicado, mas também um toque
amargo.
— O que é isso? — Ela perguntou, e olhou para seu
rosto. Seu foco estava em sua boca, e quando ele olhou nos
seus olhos ela viu como suas pupilas dilatadas assumiram
quase toda a íris.
— São ervas. Vai te ajudar a eliminar as toxinas e aliviar
a dor.
Toxinas?
Ela pensou em quando estava fugindo dos traficantes e
lembrou-se de quando foi atingida com alguma coisa no seu
lado que deve ter sido derrubada com veneno.
— Beba. — Ele disse de novo, mais determinado, com a
voz mais profunda, mais sombria.
Audrey olhou para o copo de chifre, sua garganta
apertada com o pensamento de beber.
Ele já poderia tê-la matado facilmente.
Audrey trouxe o copo à boca e tomou um pequeno gole.
Assim como ele cheirava, o líquido era doce, mas tinha um
sabor amargo depois.
— Tudo. — O homem ladrou, e Audrey inclinou o copo
para trás e bebeu o resto. Ela entregou o chifre de volta para
ele, e ele fez um grunhido de aprovação. Ele afastou-se dela,
desapareceu atrás de um afloramento de rochas, e ela
encolheu-se ainda mais.
Olhando ao redor da caverna, mais uma vez, tomou
conhecimento de que havia uma palheta em frente de onde
estava, colocada em um pódio de pedra levantada. Algumas
cadeiras parecendo primitivas e até mesmo uma mesa
estavam do outro lado dela. À sua esquerda, ela só podia ver
a caverna, e à direita não foi diferente, apesar da luz filtrada
a partir de onde o homem desapareceu.
Depois de alguns momentos, Audrey sentiu a dor do seu
lado começar a diminuir, e ela olhou para baixo, empurrando
para longe o pelo de animais para que ela pudesse ver sua
ferida. Ela não tinha mais o vestido de leilão, mas usava uma
túnica tipo camisa solta. As aberturas para seus braços
foram cortadas maiores do que o normal, e o ar gelado se
moveu ao longo de sua carne exposta. Puxando o material de
lado, ela podia ver uma bandagem esbranquiçada cobrindo
onde estava sua ferida. Esfregando os dentes enquanto tirava
o material, viu que havia folhas grossas e uma pasta
acinzentada sobre a ferida. Uma pequena quantidade de
sangue podia ser vista misturada com o lamaçal em sua
ferida, mas não havia quase nenhuma dor.
— Mais ervas e folhas da planta Ekasha. Ela vai reduzir
o tempo de cura, e levar a ferida a se fechar.
Ela levantou a cabeça e olhou para o homem, que agora
estava a alguns centímetros dela, um prato de madeira em
sua mão estendida.
— Coma. — Disse ele com aquela voz rouca e profunda,
e ligeiramente acentuada.
Audrey não sabia o que diabos estava acontecendo, ou
quem este homem era, mas o instinto lhe disse que ela
precisava obedecer-lhe se ela queria passar por esta
provação.
Styx assistiu a fêmea comer, e quando ela empurrou o
prato para longe, com comida ainda nele, ele soltou a ordem
para ela comer tudo.
— Se eu comer mais eu vou ficar doente. — Disse ela,
olhando para ele com grandes olhos azuis. Ele nunca viu
uma mulher com os olhos dessa cor. Os machos e as fêmeas
de sua tribo tinham olhos da cor da terra: um rico marrom da
terra. Mas essa mulher, tão pequena e frágil comparada a ele,
à sua espécie, tinha olhos cristalinos.
Styx inalou profundamente, sentindo que estava dizendo
a verdade sobre não poder terminar a refeição. Ele não estava
satisfeito, no entanto. Ela precisava comer mais, para
preencher mais, não apenas por sua saúde, mas porque Styx
preferia mulheres mais grossas e cheias. Uma vez que ela
ganhasse peso, seria capaz de lidar com o tipo de
acasalamento que ele queria e precisava. Ela seria capaz de
carregar e parir sua criança sem problemas.
Styx tomou o prato, decepcionado que havia metade do
prato de comida intocada ainda. Mas tinha que se lembrar
que estava curando, e que foi envenenada. Ele poderia estar
sozinho, deixou sua tribo para ficar sozinho e não os viu por
mais tempo do que podia recordar, mas lembrou-se das
fêmeas de sua espécie, o suficiente para saber que esse ser
humano estava longe do que estava acostumado.
Esta jovem fêmea o deixou curioso.
Ele colocou o prato de lado e apenas a observou. Ela era
linda, com uma coroa de ondas vermelhas que caíam sobre
seus ombros e costas. Seu rosto estava pálido, provavelmente
muito mais pálido do que o normal devido à perda de sangue
e seu claro medo. E então ele inalou novamente, levando o
cheiro dela em seus pulmões, cheirando sua inocência, o fato
de que ela estava perto de ficar fértil. A besta primal dentro
dele se levantou e se atentou para o fato de que esta era sua
mulher, e ele a teria eventualmente. Styx poderia ter levado
sua mulher aqui sem o seu consentimento, mas ele não
queria forçá-la. Ele não iria estuprá-la. Isso, Styx nunca faria
para uma fêmea.
O silêncio se estendeu por algum tempo, e Styx
alimentou o fogo. As noites na floresta criavam um frio no ar
que penetrava em seus ossos. Ele queria, precisava dessa
mulher ficando quente para que pudesse se curar. As ervas
que lhe deu iriam acelerar seu processo de cura e deviam ter
a dor diminuída para quase inexistente. Ela precisaria beber
mais algumas canecas antes que ele se sentisse confiante o
suficiente que as toxinas estivessem completamente
esvaziadas de seu sistema, mas ele não planejava deixá-la
partir de qualquer maneira.
— Por que estou aqui?
Ele olhou por cima do ombro para ela e viu que tinha os
cobertores puxados até o peito. Ele não respondeu de
imediato, apenas jogou mais lenha na fogueira, observando
as chamas lambê-la.
— Você está aqui porque você estava morrendo. — Ele
olhou para ela novamente. — Eu não podia permitir que isso
acontecesse. — Ele virou-se e encarou-a totalmente. — Te
trazer para a minha casa foi a única maneira de garantir que
você sobrevivesse. — Ela não falou, mas ele notou a maneira
como seu pulso batia na base de seu pescoço rapidamente.
Ele podia sentir o cheiro de sua confusão e do leve cheiro de
medo. O último foi um aroma acentuado que teve um
formigamento na parte traseira de sua garganta.
Eles não falaram por mais alguns momentos, mas Styx
estava acostumado ao silêncio, não o incomodou.
— Você vai me deixar sair quando estiver totalmente
curada?
Styx não precisava pensar sobre sua pergunta, porque
sabia a resposta para isso no momento em que a viu na
floresta. Styx pegou o pote que estava sobre o fogo,
aquecendo a água. Serviu duas canecas com o líquido
escaldante, agarrou ervas, e deixou-as mergulhadas na água
por longos momentos.
— Você vai me deixar ir? — Ela perguntou de novo, com
a voz mais suave desta vez.
Styx entregou-lhe uma das canecas, olhando
diretamente em seus olhos.
— Não.
Ela estendeu a mão para a caneca, os olhos arregalados
quando olhou para ele.
— Por quê? O que você quer comigo?
Styx sentou-se, de frente para ela, e bebeu da caneca.
As ervas fizeram um chá que tinha efeitos calmantes. Ele
bebia todas as noites antes de ir para a cama. Também
ajudava a rejuvenescer o corpo de dentro para fora.
— Porque não. — Ele poderia ter elaborado melhor,
poderia ter lhe dito exatamente por que ela não ia sair, mas
ela já estava chateada. Dizer-lhe qualquer coisa agora poderia
torná-lo pior. Mas claramente sua raiva cresceu dentro dela
como uma fera irritada. Ela apertou a mandíbula, e
antecipando o que ela ia fazer, Styx inclinou-se para o lado
assim quando ela atirou a caneca para ele. Gotas do líquido
quente salpicavam o braço nu, mas não havia dor. A caneca
bateu contra a parede da caverna antes de cair no chão e
rolar em direção a ele.
Ele não falou, não ficou chateado também. Ela estava
com medo, com raiva, e atacar era a sua maneira de
demonstrar isso. Mas o que Styx fez foi ficar de pé, caminhar
até ela e parar quando estava a um pé de onde ela estava
sentada. Ele era uma criatura temida, esteve em sua tribo,
mas também no mundo exterior. Ele gostava assim. Isso lhe
deu força, para que outros soubessem que ele era um
predador. Mas ele não queria que sua companheira tivesse
medo. E ela era sua companheira, sua esposa, e seria a mãe
de seus bebês.
— Diga-me, seu idiota. — Ela estava à beira das
lágrimas agora, o cheiro de uma brisa fresca depois que
choveu enchendo sua cabeça. — Você pode ter salvado a
minha vida, mas me manter aqui é errado.
Talvez fosse, mas Styx era um bastardo de todas as
maneiras, e ele queria essa mulher com uma ferocidade que
rivalizava até mesmo com o mais mortal dos animais nesta
parte do mundo.
— Você quer saber por que eu não vou deixar você ir
embora? — Ela não respondeu, mas ele não esperava por
isso. Styx deu mais um passo em direção a ela e agachou-se
sobre seus calcanhares, então eles estavam cara a cara. Ele
baixou o olhar para os lábios dela e viu como ela os lambeu.
— Não vou deixar você ir embora, porque planejo fazer
de você minha companheira, de tê-la como minha esposa. —
Seus olhos se abriram ainda mais, e embora ela ficasse
chocada, o persistente cheiro no ar era como fruta doce, seca.
Foi esse lampejo de curiosidade que foi o mais forte. Ele
estendeu a mão e segurou seu queixo em sua mão, sua pele
quente e macia. Ela não podia se afastar, não de costas para
a parede. — E aqui, — ele baixou a mão pelo pescoço, entre
os seios e colocou a palma da mão direita aberta sobre sua
barriga. — Aqui é onde meus bebês vão crescer.
Audrey estava ouvindo bem esse homem? Ele estava a
reivindicando como sua companheira? Ele a estava mantendo
aqui para fazê-la sua esposa, para engravidá-la? Ela não era
uma incubadora. Deuses, isto era melhor do que estar com
os traficantes de escravos? O homem que a comprou nos
leilões se ela tivesse ficado teria usado a ela. Parecia que era
exatamente como as coisas iriam funcionar aqui, também.
Não, Audrey não poderia ser uma incubadora para
alguma … besta. Ele pode parecer humano, mas Audrey
sabia que ele estava longe disso. Ele ainda estava muito
perto, e ela não conseguia encontrar força para realmente
tentar se afastar dele. Audrey olhou fixamente em seus olhos
escuros. Seu rosto tinha manchas de sujeira cobrindo-o, e
seu cabelo, no lado mais longo, estava despenteado e caia
para o queixo. A frente dele era tão impressionante como a
parte de trás dele, com todos os músculos em exposição. Ele
tinha algumas tatuagens desfigurando sua carne, elas eram
feitas principalmente de linhas colocadas em conjunto e em
padrões. Ela não sabia o que significava, mas poderia supor
que eles tinham algo a ver com o local de onde ele era. E
depois havia as cicatrizes que não poderiam ser escondidas
pela tinta. A pele levantada estava ao longo de seus braços e
parte superior do tórax, e por uma fração de segundo ela se
perguntou como ele as conseguiu.
Provavelmente lutando e derrotando uma criatura
hedionda.
Mas Audrey não deveria pensar em nada disso além de
deixar este homem e este lugar. Ela não ia ser uma
prisioneira, não dos traficantes de escravos, do homem que a
comprou, ou deste bárbaro. Ela pode não saber para onde
estava indo, ou se ela mesmo sobreviveria na selva
estrangeira, mas tinha que tentar.
Com sua enorme mão na barriga, a palma da mão
parecendo ocupar toda a área, tudo o que ela sentia era esse
formigamento em seu interior, esta vibração em seu peito. Por
que se sentia assim? Por que não sentia nojo e raiva que esse
selvagem queria mantê-la como uma espécie de animal de
estimação?
— Você entende o que estou dizendo? — Ele perguntou,
seu foco em sua boca, sua voz tão profunda que ela jurou que
sentiu vibrar ao longo de todo o seu corpo. Sua respiração
estava quente e cheirava doce, como canela e ervas. As
mechas de seu cabelo se moveram ao longo de sua bochecha
toda vez que ele respirava.
— Me diga como te chamam, fêmea. — Sua voz ficou
mais suave, e se este homem poderia ser chamado de suave,
ela sabia que esse ato teria sido o máximo para ele. — Eu sou
Styx, mas se você preferir pode me chamar de ‘companheiro’
ou ‘marido’. — Ele estava olhando para seus lábios
novamente, e deuses, por que isso tem que ser tão excitante?
— Eu não vou chamar você de nada disso. — Ela
conseguiu dizer. Ele levantou seu olhar e olhou em seus
olhos. — E não vou contar nada sobre mim.
Outro baixo rosnado o deixou. Isso a excitava tanto
quanto a assustava, e raiva a enchia de que ela não podia
controlar como se sentia.
— Você vai me contar tudo logo, companheira.
— Eu não vou ser uma prisioneira, uma escrava do sexo
para você. — Ela ficou surpresa com o que conseguiu dizer,
mas estava feliz que as palavras saíram. Ela não seria
brinquedo de ninguém, nem mesmo deste macho, que era
maior e mais forte do que qualquer outra pessoa que ela até
mesmo entrou em contato.
Ele sorriu, um lampejo de dentes retos e brancos no
meio de seu rosto sujo. Mas o sorriso não era algo para
acalmá-la, e em vez disso oferecia uma promessa sombria.
Ela soube disso tanto quanto sabia que ele estava bem diante
dela.
— Você não vai ser uma prisioneira, fêmea. — Ele se
moveu para trás um centímetro e tirou sua mão de sua
barriga. Ela sentiu seus músculos apertando-se do ato e ficou
confusa pela forma como seu corpo reagiu. — Você será
minha esposa, igual em todos os aspectos. Mas sendo o
macho, o seu marido, eu vou fornecer e proteger. Você nunca
vai ter medo ou ser prejudicada sob o meu cuidado.
Sua garganta estava seca, sua língua estava inchada.
Ela queria amaldiçoá-lo, dizer alguma coisa, mas tudo o que
podia fazer era observar como ele se afastava dela e
caminhou para a palheta que estava do outro lado do fogo.
Mas ele não dormiu, como ela pensou … esperava? Não, ele
pegou várias peles e voltou para ela. Audrey estava
pressionada contra a dura e áspera parede da caverna,
incapaz de se mover enquanto colocava as peles ao lado dela.
— Deite-se e durma. Pela manhã você se sentirá melhor.
Ela não sabia se ele quis dizer fisicamente, ou que de
algum modo achava que essa situação era melhor do que o
que ela estava prestes a enfrentar com os traficantes de
escravos. Mas ela não se moveu, não podia.
— Dorme, minha fêmea. — Ele puxou-a para si, e
Audrey encontrou-se deitada, face a face com ele. Ela ficou
chocada, assustada, mas descobriu que a curiosidade corria
alto nela. Tinha que tentar escapar, porque mesmo que seu
futuro parecesse sombrio, e ela não soubesse se ainda
sobreviveria por aí sozinha, teria que tentar.
Não tentar significava morte, talvez não no sentido
literal, mas sua morte, mesmo assim.
Os profundos sons, até mesmo da respiração de seu
captor disseram a Audrey que ele finalmente caiu no sono.
Pelo que pareceram horas e horas permaneceu lá, ainda
assim, em silêncio, mas ela sentiu seus olhos sobre ela, sabia
que ele a observava. Mas Audrey não poderia ter caído no
sono de qualquer maneira, não com sua mente trabalhando a
mil por hora e seu corpo inteiro gritando para ela correr. Mas
mesmo que tivesse o instinto de fuga, havia esta pequena
parte dela, esta pequena voz na parte de trás de sua cabeça,
que disse que este macho a queria como nada mais neste
mundo. Ele a salvou, a curou e a queria para si mesmo. Ele
disse a ela que iria protegê-la, cuidar dela, e em troca ele
queria que ela fosse apenas sua.
Mas ela não podia simplesmente se dispor a ser sua em
todos os sentidos, não quando ela conseguiu escapar dos
traficantes de escravos e uma vida de servidão sexual.
Essencialmente, ficar com este homem não seria a mesma
coisa?
Ela abriu os olhos e olhou para o seu rosto. Apesar do
quão sujo ele estava não podia deixar de admirar o fato de
que era bonito, de uma forma muito selvagem, brutal. O fogo
ainda estava forte, e a luz das chamas lançava sombras em
toda a pedra em torno deles. Ela estava de costas, e olhou
para baixo no comprimento do seu corpo para ver sua mão
na barriga dela, segurando-a no lugar. O peso foi um
lembrete de que este homem a via como sua.
Audrey se moveu ligeiramente, e voltou seu foco para o
rosto para ver se até mesmo o menor movimento iria acordálo. Ele ainda dormia, então ela se moveu um pouco mais,
levantando-se e movendo-se para o lado até que sua mão
caiu sobre as peles e longe dela. Mover-se rapidamente para
longe dele era o que ela queria fazer, mas precisava fazer as
coisas devagar, e ser paciente se queria escapar e passar
despercebida por ele.
Audrey sentou-se ali, imóvel, nem mesmo respirando
quando olhou para Styx. Sua respiração não mudou, e ainda
era, suave. Seu corpo era tão grande que, quando ela estava
deitada sua forma bloqueou todo o resto. Expirando
lentamente, Audrey começou a se levantar. Seu lado ainda
estava enfaixado, é claro, mas ela não sentia nada em termos
de dor, além de uma leve sensação de repuxar. O que quer
que tenha estado no chá que ele fez, realmente ajudou.
Tem certeza que esta é a melhor opção? Você acha que
correr para o desconhecido, e contra as coisas que conhecem
esta terra muito melhor do que você nunca vai saber, é
realmente o melhor curso de ação?
Não, ela não podia pensar dessa forma, não poderia
deixar-se iludir pensando que ficar aqui, depois do que ele lhe
disse, era a melhor opção.
Ela ficou ali, sem se mexer, apenas olhando para ele.
Muito lentamente, passou por cima dele, seu corpo apertado,
e suas mãos fechadas em punhos em seus lados. Ela não
estava respirando novamente, não querendo até mesmo
causar a menor onda de ar que pudesse acordá-lo. Uma vez
que já estava do outro lado dele ela se moveu lentamente
para a esquerda, onde assumiu ser a saída da caverna. O
fogo crepitava e bateu naquele instante, assustando-a e tendo
um pequeno suspiro de inalação vindo dela. Ela congelou,
olhando por cima do ombro para Styx. Ele ainda estava de
costas para ela, seu peito subindo e descendo com facilidade.
Apenas corra.
E ela fez. Audrey partiu pelo longo corredor cavernoso,
algumas tochas colocadas na parede de pedra ao lado dela.
Respirou rápida e fortemente, bombeou os braços e
empurrou-se com mais força. Mas, com cada segundo que
passava, aquele ligeiro desconforto em seu lado deu lugar a
algo mais desconfortável, algo doloroso. Ela não sabia quanto
tempo correu, mas seu lado latejava. Audrey cerrou os dentes
e colocou a mão na ferida. Ela sentiu umidade, mas não
olhou para baixo para verificar se sangrou através da
atadura.
Não pare. Você não pode parar.
Mas o corredor parecia continuar para sempre, e ela mal
podia ver dois metros na frente dela apesar dos toques de luz
da tocha intermitentemente em cada lado dela. Os pulmões
de Audrey ardiam, as pernas e os pés doíam, e seu lado
estava doendo ainda mais a cada respiração que dava. E
então ela viu a luz à frente, não a luz do sol brilhante, mas o
brilho silencioso da lua. Isso lhe deu força, e ela empurrou
seus braços e pernas com mais força, querendo sentir o ar
calmo e fresco se movendo sobre seu rosto. A liberdade
estava muito próxima, e ela não ousou olhar atrás para ver se
Styx a seguia.
A abertura para a caverna chegou mais perto e mais
perto, mas tudo o que podia ver era a grande extensão do
céu. Audrey não pensou nisso muito tempo, porque o gosto
da liberdade controlava muito dela. E então, quando estava
prestes a chegar à abertura, sentiu que seus olhos se
arregalavam ao ver o primeiro vislumbre do dossel.
Dossel?
As copas das árvores enormes a cumprimentaram, e ela
parou, mas não antes que ela percebesse que a caverna
ficava no alto acima de tudo.
Oh. Deuses.
Ela tinha muito impulso, e a ameaça de cair passou
através de sua mente. Mas ela caiu sobre seu traseiro,
deslizando no chão duro implacável, poeira voando ao redor
dela e bloqueando sua visão. Estendendo a mão por instinto,
Audrey agarrou o lado da caverna, a palma da mão sendo
cortada aberta pela pedra irregular.
Um suspiro de dor a deixou, mas foi o choque de quase
cair direto sobre a beira maldita que a encheu. Uma vez que
sua respiração estava seminormal, ela se arrastou para frente
de joelhos e olhou por cima da beira.
Muito acima.
Empurrando-se até que ela se levantou, seus joelhos
ameaçaram curvar-se. O vento passou, soprando os cabelos
em volta do rosto. Ela ainda segurava o lado da parede, suas
unhas cavando na rocha. Algo alto soou, e ela ergueu a
cabeça e olhou para o céu. A princípio ela não viu nada, mas
então uma enorme sombra passou por cima dela.
Foi quando ela viu a criatura voadora em cima dela.
Não, não voar em cima dela … voando em direção a ela. Um
grito de surpresa deixou Audrey, e ela se virou, mas tropeçou
em seus pés em sua pressa de correr de volta para o homem
que a estava segurando cativa. Era isso ou saltar para a
morte, deixar a criatura avançar em direção a ela e devorá-la,
ou correr em direção a Styx.
Ela ficou de pé, não querendo morrer, e percebendo que
voltar para a caverna era sua única opção. Seus pés estavam
rasgados do chão áspero e rochoso, da fuga, mas ela afastou
a dor. Mas antes que pudesse dar um passo, enormes braços
envolveram em torno de sua cintura e puxou-a contra um
duro peito.
Um grito estridente deixou a criatura, agora tão perto
que ela podia sentir o vento intenso girando em torno das
asas enormes do monstro.
Será que ela ainda sobreviveria a isso? Deixar Styx foi
inteligente?
Eu tinha mesmo a intenção de sobreviver a isto?
Styx envolveu seu braço firmemente em torno da cintura
de sua fêmea e se moveu pelo corredor. Percebeu que não
saiu mais do que alguns instantes depois dela ter partido.
Seu cheiro ainda saturava o ar ao redor dele, então soube que
ela não poderia ter chegado longe. E quando a viu de pé na
beira da caverna, tudo em Styx congelou. Nesse momento, ele
não queria imaginá-la tirada dele. Ela poderia ter sido
colocada em sua vida há pouco tempo, mas ele já a
considerava como sua companheira, e isso significava para
toda a vida.
O pássaro Kasha era o maior predador voador na
floresta, e ele pegou o perfume de sua mulher. Ele deu uma
olhada atrás dele e viu o pássaro voando através da abertura
da caverna. Suas asas tinham garras no final para permitir
que ele se movesse rapidamente no chão. Mas Styx tinha
velocidade avançada, e ele acelerou o passo. Ouviu a
respiração de sua companheira aumentar, cheirou seu medo
cercá-los, e o lado masculino, puramente acasalado, moveuse mais rápido. Ele não deixaria ninguém ou nada machucála, ou levá-la para longe dele.
A criatura gritou, a caverna se tornou ainda mais
estreita quanto mais ele se movia. Isso foi o que fez esta casa
protegida contra os elementos externos e predadores. Se
alguém chegasse, a caverna era muito pequena para que
passassem por causa de seus grandes tamanhos. E se uma
criatura menor o fizesse na parte principal de sua caverna,
ele poderia segurar-se contra ela.
— Quanto mais você estiver assustada, mais rápido a
criatura virá. — Embora dizendo a ela isso não a impediria de
ter medo, ele queria que ela soubesse como isso funcionava.
Ela poderia ser do mesmo mundo que ele, mas a floresta,
onde ele morava, era muito diferente do que ela
provavelmente estava acostumada.
Ele finalmente entrou na caverna principal, colocou-a
no chão e agarrou sua espada que pendia na parede de pedra
com um gancho. Se moveu para a abertura da caverna,
pronto para enfrentar a criatura, mesmo que não pudesse
alcançá-los nesta parte da montanha.
Ele lançou um olhar por cima do ombro para sua fêmea,
viu que ela estava com os olhos arregalados, e cheirava seu
pânico. Estava claro que ela era inocente neste mundo. De
onde quer que ela tivesse vindo, ela fora protegida ou não foi
empurrada para um território perigoso. Mas Styx se alegrava
de que as coisas tivessem acontecido dessa maneira, porque
senão ela não teria compreendido completamente os perigos
desta terra, ou o fato de que ele poderia, e iria protegê-la
acima de tudo.
Com mais um olhar em sua direção, ele se virou e foi
para enfrentar uma besta que tinha a intenção de tomar a
sua companheira dele.
Audrey estava tremendo, cada parte dela estava tensa, o
modo de luta ou fuga travando uma guerra dentro dela. Styx
desapareceu pelo corredor apenas alguns segundos atrás, e o
lamento estridente da criatura ecoou por toda a caverna.
Houve um segundo de silêncio, e ela prendeu a respiração,
sem saber o que estava acontecendo. Styx pegou uma espada
que parecia maciça antes de sair, e tudo que ela podia pensar
era nele lutando com essa besta. Como ele poderia
possivelmente até mesmo sobreviver a algo assim? O animal
parecia algo saído de um pesadelo, e tinha a intenção de tê-la
como jantar.
Mas então havia mais gritos, seguido por aquilo que
parecia ser o som de metal sobre a pedra. Essa luta parecia
durar para sempre, e tanto quanto ela queria sair, estava
congelada no lugar, olhando para a abertura e esperando a
besta surgir.
Styx me salvou mesmo eu fugindo dele.
Ela não deveria ter se importado de qualquer maneira,
mas mesmo dizendo a si mesma que ele a tomou, alegou que
ela era dele, não diminuiu o fato dele ter salvado sua vida
pela segunda vez.
Ela levantou-se, com as mãos em punhos apertados ao
seu lado, seu foco na entrada do corredor. Seu coração batia
tão rápido e duro que quase abafou o som de luta … quase.
Ela ouviu os grunhidos de Styx ecoando nas paredes, ouviu
aquela criatura terrível guinchar, e, em seguida, não havia
nada, silêncio, quietude.
Seu pulso batia descontroladamente na base de sua
garganta, e ela começou a se mover para trás, longe da
abertura, não tendo certeza se Styx ou aquela criatura seria
aquele que emergiria.
Ela se virou e viu outro corredor muito curto, este
iluminou-se brilhantemente. Havia duas cavernas semigrandes que se separavam do curto corredor, mas ela podia
ver que não havia saídas em nenhum deles.
Nenhum lugar para escapar.
E então foi como se o ar congelasse. Audrey virou-se
lentamente, encarou o corredor onde Styx desapareceu, e
prendeu a respiração. Pareciam anos quando tudo o que ela
viu foi escuridão e tudo o que ela ouviu foi o silêncio. Mas, em
seguida, Styx surgiu, o sangue cobrindo seus braços e peito,
e pedaços do que parecia carne escamosa pendurada nos fios
mais compridos de seu cabelo. Ele parou quando a viu, sua
espada pendurada ao lado dele, carne e sangue escorrendo
dela. Tudo o que Audrey podia fazer era ficar ali, congelada
no lugar, seu pulso batendo forte, sua mente trabalhando.
Styx parecia um guerreiro, um louco, assassino
poderoso que não se importava se o adversário era um animal
alado de trezentos quilos.
Ele se aproximou, colocou sua espada contra a parede
rochosa, e estendeu a mão para ela.
— Vem cá, minha fêmea.
Isso é uma loucura.
Mas, apesar da loucura de tudo isso, Audrey encontrouse andando em direção a ele, não tendo certeza de por que ela
obedeceu, mas não conseguiu parar também. Apesar do
sangue o cobrindo, Audrey viu as marcas abertas de garras
debaixo de todo o sangue seco.
— Você foi ferida? — Ele perguntou.
Ela encontrou-se balançando a cabeça.
— Mas você está ferido. — Disse ela, não pensando
nisso, mas as palavras saindo de sua boca. Levantando o
olhar para seu rosto, ela sabia que este homem deveria
assustá-la, que ela deveria lutar tão duro para permanecer
viva como ele lutou contra aquela criatura. Mas ela não
conseguia encontrar aquela emoção, não conseguia encontrar
esse desejo. Não agora.
Ele me salvou duas vezes, e tudo porque ele me vê como
sua.
— É só um arranhão.
Não, não era, mas ela não respondeu.
As únicas pessoas que já cuidaram dela com tal
intensidade eram sua mãe e irmão. Mas eles foram embora, e
ela estava sozinha neste mundo louco e perigoso. Em pouco
tempo a sua família foi assassinada, ela foi sequestrada,
vendida como escrava sexual, quase morreu duas vezes, e
agora encontrava-se companheira de um bárbaro.
Era tudo tão louco que era quase fantástico.
Com um olhar mais prolongado para ela, Styx passou
por ela e entrou na câmara de cozinhar. Ela se virou e o viu
agarrar uma tira de pano, uma bacia, e então ele se moveu
para a câmara de banho. Ela esteve com tanto medo da
situação e da criatura, que nem sequer percebeu que havia
uma pequena poça de água na câmara de banho … uma
fonte cavernosa natural.
Ele encheu a bacia com água e se virou para caminhar
em direção a uma plataforma de pedra levantada, que ela
assumiu ser a mesa, e colocou os itens para baixo sobre isso.
Ela continuou a observar como ele pegou vários frascos que
continham ervas e pós, e despejou os itens na água. Audrey
ficou fascinada olhando para ele, seu coração ainda batendo
rápido, mas não de medo ou preocupação. Este homem a
intrigava. Ela só estava em sua presença por um curto
período de tempo, e apesar de suas formas muito primitivas e
bárbaras, especialmente em relação a ela, a deixava curiosa.
Ele derrotou o monstro para protegê-la, porque você foi
uma tola ao tentar sair, mesmo se tivesse soado como a única
opção.
Ele me salvou.
Audrey se encontrou andando em direção a ele e
alcançando o que ele segurava. Ela tirou o pano dele, a água
com o pó e ervas pingando do pano e em sua mão e abaixou
seu braço.
Styx não se moveu quando olhou para ela, talvez
imaginando o que ela estava fazendo. Para um homem tão
grande, tão monstruoso em tamanho e poder, ela se sentia
segura, e não havia medo movendo-se por ela. Era estranho,
até mesmo insano, porque ela sabia que devia tê-lo temido
tanto como sentiu com aquela criatura que ele matou. Sim,
uma parte dela queria sair, porque ser cativa de alguém não
era a vida que queria. Mas agora, neste momento, não se
sentia como uma cativa, não da maneira que Styx olhava
para ela.
Posse.
Desejo.
A necessidade de protegê-la a todo custo.
Sim, ele não tinha o direito de mantê-la aqui contra a
sua vontade, mas ele salvou sua vida em mais de uma
ocasião agora, cuidou dela quando ela estava ferida, e tudo o
que ele pediu em troca era para ela ser sua parceira neste
mundo.
Mas isso é pedir muito, não é?
Empurrando tudo de lado, Audrey aproximou-se dele
novamente, com o coração na garganta e as mãos tremendo.
A água continuava escorrendo por seu braço enquanto olhava
para o rosto de Styx. Ela levantou a mão e trouxe o pano ao
peito dele e correu-o ao longo do primeiro corte. Havia três no
total, todos profundos, e ela sabia que eles precisariam ser
fechados manualmente ou não iriam curar.
Mas ele não é completamente humano. Será que ele se
cura como eu? Ela limpou o sangue e sujeira, mantendo seu
foco em seu peito, e não confiando em si mesma para desviar
desta tarefa. Ela não sabia como se sentia agora … alívio,
gratidão, mas também excitação.
Acariciando as feridas com o pano, Audrey respirou
dentro e fora lentamente.
— Meu nome é Audrey. — Ela levantou seu olhar das
feridas para seu rosto, viu que ele já estava focado nela
intensamente, e engoliu. Sua garganta estava apertada e
seca, e tudo por causa de seu olhar.
— Audrey. — Ele disse o nome dela em sua voz escura e
profundamente acentuada. Um calafrio correu por sua
espinha, e ela abaixou a cabeça para terminar de limpar as
feridas. Mas a sensação de seus dedos sob o queixo dela,
forçando a cabeça para cima e para trás para que ela pudesse
olhar para ele, a fez acalmar seus movimentos.
Ele olhou para seus lábios, e ela se viu lambendo-os
involuntariamente, como se seu foco neles fosse como um
toque tangível de seu dedo. Ele sussurrou algo baixo, quase
naturalmente necessitado, mas era em uma língua diferente,
uma que era linda tanto quanto dura e crua.
— Você limpa e cuida do seu companheiro como se fosse
uma boa esposa. — Disse Styx, com os olhos semicerrados,
como se suas emoções o controlassem.
Como posso desejar algo além de escapar deste bárbaro?
— Você foi ferido por me salvar. É o mínimo que posso
fazer. — Audrey ficou surpresa que foi capaz de formar uma
palavra, e muito menos dizer tudo isso.
— Eu teria morrido lutando contra essa besta para me
certificar de que estava a salva.
Seu coração parou, sua mão ainda em seu peito largo e
maciço, e ela sentiu como se tudo ao seu redor
desaparecesse. Ela poderia ter dito a si mesma que eram
apenas palavras, que alguém poderia dizê-las para conseguir
o que queria. Mas ouvindo Styx dizê-las, realmente sentindo
a sinceridade por trás delas, ela soube que este homem teria
dado a sua vida por ela.
Teria vivido em um mundo tão retorcido e corrompido,
que até mesmo o pensamento de alguém ser tão dedicado a
outra pessoa, mesmo depois de apenas um dia, parecia
anormal? Isso aconteceu com seu povo, com sua espécie?
Eles tinham a atração instantânea e a necessidade de
acasalamento quando viam a quem queriam?
— Mas você nem mesmo me conhece. — Ela sussurrou,
não encontrando sua voz. — Você morreria por alguém que
acabou de conhecer?
Ele segurou seu rosto e alisou o dedo sobre sua
bochecha.
—Pela minha companheira, por você, eu morreria mil
mortes apenas para me certificar que você não ficasse ferida.
Deuses, em que eu estou me metendo? Por que estou
sentindo essa intensa atração pelo homem que me disse que
eu era basicamente sua cativa?
Antes que ela soubesse o que estava acontecendo, ou
poder até mesmo processar seus pensamentos e como se
sentia, Styx acrescentou um pouco de pressão no seu rosto
antes de se inclinar para baixo e pressionar sua boca na dela.
Audrey estava congelada no lugar naquela primeira
sensação de seus lábios nos dela. E quando ele acariciou sua
boca com a língua, fazendo seu clitóris formigar e aumentar
sua excitação, ela deixou cair o pano de sua mão.
Seus lábios eram firmes, cheios, e o sabor dele a
lembrou do deserto, do perigo que os rodeava. Seus dedos
começaram a formigar, e ela sentiu seu coração começar a
bater loucamente atrás de suas costelas. Ela queria tocá-lo,
mas outra parte dela, talvez a parte com o senso comum e
instinto de sobrevivência, disse que este homem não era seu
amigo, não era alguém que ela deveria se submeter.
Mas Audrey não pôde evitar e, certamente, não pôde
impedir-se de ser varrida pelo beijo. E então, quando ele
mergulhou a língua em sua boca ela disse para tudo se foder.
Talvez fosse a adrenalina bombeando através de suas veias,
ou o fato de que não podia negar que havia excitação e
química se movendo entre eles. Tudo o que sabia era que
suas emoções estavam altas agora, e não queria voltar à
realidade.
Ela apoiou as mãos em seus bíceps espessos, sabendo
que o que estava permitindo que acontecesse era contra toda
a razão. Mas agora ela não se importava. Deuses, ela não se
importava.
Ela era doce e tão malditamente macia contra ele. E
quando Audrey tocou seus braços, enrolou as unhas em sua
carne, seu pênis se sacudiu como se tivesse vontade própria.
Styx a queria, queria deitá-la sobre as peles de sua palheta e
reclamá-la. Ele queria sua marca nela, seus bebês crescendo
dentro dela, e queria que ela admitisse que era dele.
Ninguém nunca vai tê-la, só eu. Você é minha mulher,
minha companheira.
Ele agarrou a parte de trás de sua cabeça, ao mesmo
tempo em que acariciava a língua dela com a sua. Ela
suspirou contra sua boca. Ele começou a caminhar para trás,
o lado primitivo dele se levantando e rugindo para levá-la,
para reivindicá-la porque ela era sua companheira em todos
os sentidos.
Quando a parede da caverna parou seus movimentos,
ele gemeu em sua boca, seu pau duro, exigente. Mas ela
colocou as mãos em seu peito e empurrou-o. Por mais difícil
que fosse, Styx deu um passo para trás. Suas bochechas
estavam ruborizadas, sua boca aberta e brilhante, e seus
olhos arregalados. Styx estava quase no ponto em que seu
lado animal – a parte dele que só surgiu quando estava indo
para reivindicar sua companheira – teria saído e tudo o que
seria capaz de focar era no acasalamento.
— Seus olhos. — Ela suspirou. — Seus… dentes.
Sim, ele sabia como ele estava, sabia que por causa de
sua necessidade de reclamá-la, seus olhos ficaram mais
escuros, as pupilas quase levando o branco de seus olhos. E
seus dentes, ou mais ainda as presas superiores que estavam
em ambos os lados dos dentes da frente, provavelmente o fez
parecer tão bestial quanto a criatura que ele matou.
Ela começou a sacudir a cabeça.
— Eu não posso fazer isso. — Ela exalou. — O que eu
estou pensando? Você quer me manter sua cativa. Eu não
posso ser uma prisioneira. Eu não posso ser o que você
precisa ou quer.
Ele fez um som baixo, animalesco na parte traseira de
sua garganta e se aproximou dela novamente. Ele colocou
uma mão em cada lado da cabeça, prendendo-a e inclinou-se
para que seus rostos estivessem apenas uma polegada de
distância. Styx respirou profundamente, e ele cheirava sua
determinação, sua necessidade de não ser vista como um
animal enjaulado, como uma prisioneira. Mas ele também
cheirou sua excitação, o fato de que ela estava molhada entre
as coxas … por ele.
— Vamos deixar uma coisa bem clara, minha fêmea. —
Ele olhou diretamente em seus olhos e moveu uma de suas
mãos mais perto de seu rosto para que ele pudesse correr seu
polegar ao longo da concha de sua orelha. — Eu nunca vou
prejudicá-la, posso sempre protegê-la e ver que você está bem
cuidada, mas nunca subestime o que um macho fará, e a
distância que ele irá, pela sua companheira. — Ele se
inclinou outra polegada até que seus lábios estivessem pertos
o suficiente que quando falou eles se roçaram. — A partir do
momento que eu vi você eu sabia que você seria minha.
Ela balançou a cabeça, mas não disse nada.
— Oh, sim, fêmea. Você é minha, e não há nada nem
ninguém, homem ou animal, que irá tirá-la de mim. — Ele
sorriu, mas não era de diversão ou para aliviá-la. Ele queria
que ela visse o quão sério ele estava. — Você pode afirmar
que não quer isso, mas eu posso sentir o cheiro da vagina
virgem que é para mim. — Ele não podia parar o rosnado
baixo que o deixou.
— Eu não sou uma propriedade que você pode
reivindicar. — Ela disse baixinho e engoliu, obviamente,
tentando parecer mais forte do que se sentia. Sua excitação
não diminuiu, e Styx sabia o tanto que ela lutou, ela
reivindicou tanto quanto ele. — Eu estava fugindo da
servidão, e eu não vou ser submetida a isso novamente.
Ele levantou a mão e empurrou a longa queda de seu
cabelo cor de fogo longe de seu pescoço.
— É uma honra ser acasalada. — Ele olhou para seus
lábios. — E você não está sendo mantida aqui como minha
prisioneira. — Ele levantou seu olhar para seu rosto
novamente. — Mas não se engane ao pensar que pode fugir
de mim. — Ele correu o dedo pelo lado de sua garganta, seu
pulso batendo selvagemente sob sua orelha. — Eu tenho seu
cheiro enraizado em minhas células. — Ele rosnou as
palavras. — Posso encontrá-la em qualquer lugar, minha
fêmea, e vou segui-la se você for tirada de mim.
— Você é um bárbaro. — Ela disse, mas não havia
nenhum calor ou até mesmo repugnância em suas palavras.
Ele não negou o que e quem ele era. Ele deu um passo
mais perto até que ouviu seu suspiro e soube que ela sentiu
seu pênis pressionando contra seu estômago.
— Você sente isso? — Ele perguntou, mas ela não
respondeu, apenas lambeu os lábios. Ele mostrou os dentes
para que ela pudesse ver suas presas novamente. — Você vê
isso? — Mais uma vez ela não respondeu. — Eu vou
reivindicá-la, tomar sua virgindade, empurrar meu pau em
você, você não saberá onde eu termino e você começa. — Seu
pênis empurrou depois que ele falou, e seus olhos se
arregalaram ainda mais. Inclinou-se para que sua boca
estivesse em seu ouvido agora. — E eu vou usar meus dentes
para perfurar essa garganta, tomar sua essência em meu
corpo, e deixar a minha marca de forma que cada outro
homem saiba a quem você pertence.
Ela estava respirando mais duro, mais rápido, e o aroma
de sua excitação ficou maior, era como uma flor se abrindo.
Ele se inclinou para trás para que pudesse olhar em
seus olhos novamente. Styx colocou sua mão direita sobre
sua barriga, e, embora ela provavelmente não aceitasse de
bom grado o que ele estava prestes a dizer, ele precisava dela
para ver exatamente quão determinado e sério ele estava
sobre toda esta situação.
— E cada vez que eu a levar, reivindicá-la, esposa, eu
vou ter certeza de encher-te com a minha semente até que
escorra para fora da sua pequena vagina quente.
Um pequeno som a deixou, talvez indignação, mas
também talvez com uma pitada de desejo.
— E eu vou continuar enchendo-a até que eu ponha o
meu bebê aqui. — Ele acrescentou um pouco de pressão na
sua barriga. Ele observou seu peito subir e descer. — Eu não
acho que você compreenda plenamente o que significa ser
acoplada a mim, fêmea. Mas você vai, e muito em breve.
Vários dias depois
Audrey poderia ter dito que estava com muito medo de
Styx para tentar escapar novamente, ou que não havia
esperança de que ela descesse a montanha. Ela poderia até
dizer que os animais, lá fora no deserto a faziam ter muito
medo de tentar fugir. Audrey poderia ter dito isso e muito
mais, mas a verdade era que não eram aquelas coisas que a
mantinham onde ela estava, mas o fato de que estava tão
confusa com suas próprias emoções a respeito de Styx que a
mantinha naquela caverna.
Ele estava de costas para ela, agachado sobre os
calcanhares, e cozinhando algum tipo de carne que caçou
apenas no início desta manhã. Embora ele só tivesse ido por
uma hora ou mais, e ela provavelmente poderia ter explorado
mais da caverna que levava ao exterior, a verdade era que
estava com medo. Ele lhe disse que estava segura sozinha na
caverna durante o dia, porque os mais perigosos predadores
saíam à noite. Mas é claro que tudo o que pensava era
naquela horrenda criatura que a queria como uma refeição.
Talvez Styx soubesse que ela não iria tentar sair? Talvez
ele soubesse, mesmo que não houvesse uma fera com a
intenção de despedaçá-la, que ela não sabia como diabos
descer dessa montanha?
Se matar não era uma opção, e ela nem sequer estava
contemplando isso. Este negócio com Styx não era horrível –
isolado, solitário, sim, mas ele não se forçou sobre ela, não a
estuprou, e ela começou a sentir algo mais forte. Ela não
conseguia entender, nem sabia se queria. Ele a assustava,
confundia, mas acima de tudo a frustrava. Dizendo-lhe que
ela não era uma prisioneira e nunca seria, apenas o tinha
concordando com a cabeça. Ele estava tão cego e consumido
com essa coisa toda de “acasalamento” que ele continuava
falando, não via que mantê-la aqui, sabendo que ela não
podia sair, era a mesma coisa que tê-la atrás das grades ou
acorrentada?
Ela deixou seu olhar passar um tempo sobre os
músculos salientes de suas costas, a definição, a força
pronunciada. Styx deveria assustá-la, de forma realista,
porque ela sabia o quão forte ele era. Não havia dúvida de
que ele poderia esmagá-la e nem sequer pensar duas vezes
sobre isso. Mas ele se importava com ela, fez com que ficasse
curada. Ele cuidou da ferida do seu lado, e após o encontro
com o monstro alado, ele lavou seus pés e espalhou um
bálsamo em sua sola. E então ele a segurou a cada noite,
envolvendo seu corpo grande em torno dela, e fazendo-a
sentir-se segura quando talvez ela não devesse, quando talvez
ela devesse ter lutado mais.
Como ela poderia odiar alguém, mesmo que a
mantivesse aqui, quando ele só mostrou a sua compaixão?
Ele se levantou e encarou-a, segurando um prato de
pedra com tiras de carne sobre ele. Seu estômago grunhiu
ante a visão, mesmo se ela tivesse visto a criatura bizarra que
ele cortou e cozinhou, e agora a serviu.
— Coma, companheira. — Disse ele em sua voz rouca,
muito masculina. Ele aproximou-se dela e sentou-se ao seu
lado, seu foco treinado sobre ela, sempre nela.
Havia um curativo maior sobre o peito, exatamente
sobre as feridas. Ela foi a única a limpar sua carne, e aplicar
essa pasta sobre os cortes. A pasta foi a mesma usada nela,
dizendo-lhe que foi feito a partir das ervas da floresta,
especializada em cura imediata. De onde Audrey vinha, havia
ervas que tinham propósitos medicinais, mas nada que
acelerasse a recuperação.
Mais uma vez isso a fez perceber que ela estava fora de
seu habitat e tinha a sensação de que estava completamente
em outro mundo.
Olhando para o seu rosto por um segundo e, em
seguida, baixando o olhar para o peito, ela levantou a mão e
tocou a carne quente, firme em seu peito, ao lado do curativo.
Ela viu e sentiu-o tenso, e roubou outro olhar para o rosto
dele. Seu olhar ainda estava diretamente sobre ela, seus
olhos parecendo duros, seu corpo controlado.
— Eu só quero ter certeza que está sarando bem. — Ela
sussurrou. Quando afastou o curativo choque a encheu. As
feridas em seu peito a partir da luta com essa criatura alada
não só fecharam, mas também pareciam completamente
curadas, e em apenas poucos dias.
— Como isso é possível? — Ela encontrou-se dizendo
mais para si mesma do que para ele.
Isso só solidificou ainda mais que ele não era humano.
As feridas, que tinham apenas alguns dias de idade, deveriam
ainda estar cruas, frescas. Ou pelo menos elas deveriam estar
se ele fosse de sua espécie.
E ele não é de sua espécie, não importa o quanto se
pareça.
— Minha espécie cura mais rápido do que a sua.
Ela olhou para o rosto dele.
— Você me deixou limpar e cobri-lo mesmo sabendo que
seria curado tão rapidamente?
O canto da sua boca levantou.
— Eu gostava de ter a minha fêmea cuidando de mim.
Seu coração começou a bater um pouco mais duro com
as suas palavras e a possessividade que encheu sua voz.
Ele levantou o prato de carne novamente.
— Coma. — Disse ele um pouco mais suave do que o
normal, e ela sentiu-se relaxar, não porque ela estava nervosa
em torno dele, mas porque estava sempre no limite do desejo.
Tomando uma respiração profunda, ela agarrou um dos
pedaços cozidos de carne, a tira quente e cheirando
surpreendentemente bem.
— Você precisa ganhar mais peso. — Disse Styx, mas ele
não fez parecer como se fosse uma acusação, ou até mesmo
repugnância, mas mais assim cheios de preocupação e
sinceridade genuína.
Ela começou a comer a carne, e por alguns segundos
Styx só a assistiu, como se quisesse ter certeza de que ela
estava realmente comendo. Ele fazia muito isso, certificandose que ela foi alimentada antes dele. Só quando estava
obviamente contente com o quanto consumiu, ele começou a
comer. Eles se sentaram em silêncio quando terminaram as
tiras de carne. Ele os trouxe algo para beber, e o líquido era
quente e sabor familiar, como canela e mel.
Quando terminou de beber e comer, recostou-se na
parede e observou enquanto Styx devorava o resto da carne.
Ele era um homem enorme, e a quantidade de comida que ele
consumia diariamente era tão impressionante quanto
chocante.
— Será que você vai me deixar sair dessa caverna? — A
verdade era que ela não tinha vontade de sair da caverna,
não agora que sabia o tipo de criaturas insanas que
espreitam lá fora. Mas, realisticamente não podia ficar neste
monte para sempre.
Styx olhou para ela, e por longos segundos, ele não
falou. Finalmente, se mudou para a parede há alguns
centímetros dela e encostou-se nela. Quanto mais tempo ele
permanecia em silêncio, mais o ar parecia engrossar.
— Está deixando algo que você realmente quer fazer?
Ela olhou para o chão e pensou sobre o que ele disse.
— Há perigo, não importa onde você esteja, mas manterme “trancada” aqui não está certo. — Ela olhou para ele
novamente. — Mesmo se eu concordar em ficar e não lutar
com você, que eu fique aqui e esteja com você da maneira que
você quiser … — Ela parou de falar e pensou sobre isso.
Imediatamente seu corpo aqueceu. Ela viu o modo como Styx
acendeu suas narinas, e ela sabia que ele cheirava sua
luxúria. Limpando a garganta, ela se endireitou e falou
novamente. — Mesmo se eu concordasse com tudo isso, você
não pode esperar que eu fique aqui. Eu preciso ser capaz de
lutar, viver. Eu preciso ser uma parceira, como você diz que
eu sou, e não uma prisioneira.
Ele não falou por longos segundos de novo, mas, em
seguida, ela o ouviu exalando.
— Você está certa.
Para ser honesta, ela ficou surpresa que ele concordou
com ela. Audrey podia vê-lo lutando contra ela sobre isso,
exigindo que ela era dele, e ele ia fazer com ela o que
quisesse, mesmo mantê-la nessa caverna.
— Se você quiser explorar, você faz isso comigo. Você
não iria durar por aí sozinha.
Ela não se ofendeu por isso, porque depois de ver
aquela criatura vindo para ela, sabia que não iria durar por aí
sozinha. Audrey não era uma lutadora e nunca foi. Ela viveu
uma vida pacífica, na agricultura, nunca quis nada mais do
que estar confortável e manter a família alimentada. Mas eles
se foram agora, e tanto quanto ela sentia por isso, tanto
sofrimento que a encheu, Audrey ficou forte e não deixou que
isso a consumisse. Sua mãe e seu irmão não queriam isso.
Além disso, ela chorou tanto durante a sua viagem para
os leilões que não sabia se tinha mais lágrimas para
derramar.
— Ok. — Ela finalmente disse, sentindo medo, mas
também emoção a enchendo de que eles tinham, pelo menos,
chegado a este acordo. A coisa era, Audrey não pensava em si
mesma como uma cativa, não realmente, e não desde que
Styx a salvou daquela criatura. Mas ela também sabia que
não poderia estar aqui e definhar.
— Você vai ficar aqui comigo, sem qualquer luta? — Ele
perguntou, inclinando-se em uma polegada mais perto. —
Você quer ser minha companheira?
Ela engoliu em seco, não negando o fato de que ela
achou Styx excitante, também brutal e selvagem. Mas este
último mostrou-lhe que este homem era sério sobre a vida e
protegia o que ele realmente pensava ser seu.
E essa sou eu.
— Onde mais eu iria? — Ela disse honestamente.
Ele se inclinou uma polegada mais perto. — Eu quero
você aqui porque você quer estar aqui, esposa.
O que ela deveria dizer sobre isso? Ela era corajosa o
suficiente, verdadeira o suficiente, para admitir que o queria
no sentido mais básico? Audrey era sensata o bastante para
admitir ser uma cativa deste macho, e ser salva por ele em
mais de uma ocasião a tinha … sentindo como se quisesse
estar com ele? Ela estava louca por querer isso, por querê-lo?
Ele poderia tê-la machucado a qualquer momento,
poderia ter se forçado a ela cem vezes até agora. Mas não o
fez.
E eu quero-o ainda mais por causa de tudo isso e muito
mais.
Quando ela não respondeu corretamente, porque ela
realmente não sabia dizer o que estava em sua mente, ou o
que ela sentia, Styx levantou-se e foi se sentar ao lado dela.
Ele não a fez tensa, nem sequer sentiu aquele aperto em seu
corpo quando estava perto. Sentia-se calma, confortável, e o
sombrio e masculino cheiro dele a consumia.
Styx tinha um dedo sob o queixo e inclinou a cabeça
para trás. Ela olhou em seus olhos escuros.
— Você é livre, Audrey.
Ela teve pressa em ouvi-lo dizer o nome dela novamente.
— Você é minha.
Ela lambeu os lábios, sentindo o calor passar por ela.
— Se explorar é o que você quer, então eu estarei ao seu
lado enquanto você faz isso.
E estranhamente, isso era exatamente o que ela queria.
Vários dias depois
Audrey seguiu Styx através do túnel da caverna e para a
abertura de sua casa. Vários dias se passaram desde que eles
tiveram a discussão sobre ela desejar explorar, e embora ela
estivesse pronta para ir no dia seguinte, uma tempestade veio
e era muito perigoso se aventurar. Styx também só iria levá-la
para fora durante o dia, uma vez que ele fez questão de
explicar que à noite era quando os predadores realmente
perigosos surgiam.
Ela estava mais do que bem com isso.
Styx estendeu a mão e parou, e ela fez o mesmo. Ela
estava nervosa, por qualquer motivo, mas não porque ela
poderia tentar escapar de novo, o que não tinha intenção de
fazer. Era porque ela estava se aventurando no desconhecido,
e qualquer coisa que ela não podia ver, não pudesse
racionalizar, a aterrorizava.
Styx se virou e olhou para ela.
— Vem cá, minha fêmea.
Ela não pôde evitar o formigamento que correu por sua
espinha ao ouvi-lo dizer esse carinho. Parecia muito primitivo
e selvagem, chamando-a de “minha fêmea”, mas
estranhamente isso a fez se sentir quente por dentro.
Audrey se moveu para ficar na frente dele, inclinou a
cabeça para trás e olhou em seus olhos. A luz do sol entrava
pela abertura da caverna, lavando-o em luz e sombras.
— Você fica comigo o tempo todo.
Ela assentiu com a cabeça uma vez.
— Vamos para os arbustos e escolher as bagas, eu vou
caçar para o jantar, e nós voltamos.
Ela assentiu com a cabeça mais uma vez.
— A floresta é relativamente segura durante o dia, mas
não vou correr nenhum risco com você.
Seu coração começou a bater na posse em sua voz. E
então ele segurou o rosto dela e se inclinou para beijá-la. Foi
um beijo lento, mas, sobretudo breve. Audrey encontrou-se
inclinando para mais, não foi capaz de evitar. Quando ela
abriu os olhos, não percebendo que ela os fechou, foi para ver
essa expressão semicerrada no rosto de Styx.
— Eu não vou deixar nada acontecer com você.
— Eu sei, — ela encontrou-se dizendo.
Ele deu um rápido aceno de cabeça, agarrou sua mão e
puxou-a para a frente. Pararam na beira da abertura da
caverna, e ela olhou para baixo, vendo que não era tão longe
como ela esperava, mas ainda o suficiente para que ela
pudesse quebrar um osso, ou até mesmo seu pescoço. Mas a
única vez que ela chegara tão perto de estar lá fora, estava
escuro e aquela criatura veio atrás dela.
— Por aqui. — Disse ele e puxou-a para o lado. Foi
então que ela percebeu o caminho rochoso que descia. Era
definitivamente perigoso e íngreme, mas administrável.
Quando chegaram à beira, Styx soltou sua mão e começou a
se mover pelo caminho.
— Você mantém as costas voltadas para a montanha, as
mãos sobre a rocha, e não olhe para baixo.
— Ok. — Ela conseguiu dizer, embora agora ela
estivesse adivinhando se isso era uma boa ideia.
Styx olhou para ela por um segundo antes de se abaixar
e puxar uma corda na bolsa que ele pendurava sobre seu
ombro. Ele amarrou a corda ao redor de sua cintura primeiro
e então fez o mesmo na cintura dela.
— Eu não vou deixar você cair. — Disse ele com
determinação.
— Mas se eu cair você vai, também.
Ele balançou sua cabeça.
— Não. Eu não vou deixar você cair, — disse ele de
novo, e ela sentiu-se relaxar e, em seguida, balançou a
cabeça.
Quanto mais eles desceram, mais ela sentiu seu corpo
começar a suar, tremer, e o medo tomar posse. Era difícil não
olhar para baixo, porque a cada passo que dava pedras se
moviam debaixo dela, sendo chutadas do lado da montanha.
Audrey estava ciente que Styx estava, provavelmente,
indo muito mais lento do que ele normalmente fazia, e que ele
ficou olhando para ela. Ele também se manteve verificando se
ela estava bem, se ela precisava parar, e ele assegurou-lhe
que ela não iria cair.
E por mais estranho que fosse ela acreditou nele,
mesmo que estivesse assustada.
Quando finalmente chegou ao chão, ela suspirou, não
percebendo que mal esteve respirando esse tempo todo. Suas
mãos tremiam, e seus joelhos estavam moles como se fossem
derrubá-la a qualquer momento. Styx puxou-a para a dureza
de seu peito, tinha uma mão na parte de trás da cabeça, e
começou a sussurrar coisas para ela em sua estranha, porém
masculina e bela linguagem.
— Eu disse que eu não iria deixá-la cair.
Ela não pôde evitar o sorriso que curvou a boca dela.
— Não, você não me deixou cair. Mas você faz isso
diariamente? — Ela olhou para seu rosto. — Você corre o
risco de morrer indo por esse caminho traiçoeiro?
Styx se afastou um pouco, e as falhas em seu exterior
endurecido pareciam realmente bem para ele.
— Com o passar do tempo, você também poderá descer
com facilidade. — Sua expressão se tornou muito séria. —
Mas só comigo. — Ele desfez a corda de sua cintura e
estendeu a mão. Ela deslizou a dela para a dele muito maior.
Como era estranho que ela estava começando a se sentir
à vontade depois de um tempo tão curto. Mas Audrey
entendia sobre sobrevivência, talvez não da maneira que Styx
fizesse, mas o suficiente para saber que era difícil tentar fazêlo por conta própria. Sim, este homem a levou, a assustou
dizendo que ela iria ficar aqui com ele, mas com o passar dos
dias, percebeu que não era tão ruim. Ele não era tão ruim.
Ela também não conseguia esconder mais como se sentia,
mas não tinha certeza de como expressar a ele.
— Venha. — Ele disse e, em seguida, começou a
conduzi-la através da floresta. Ela notou tudo, as vistas e os
sons, até mesmo os cheiros que os rodeavam. As árvores
eram maciças, elevando-se acima deles centenas de pés, e o
espesso dossel de folhas fazendo um cobertor. Apesar de ser
manhã o sol teve dificuldade de perfurar e atingir o chão.
Após uma caminhada de aproximadamente dez minutos
eles chegaram a uma clareira com belos arbustos azuis. Ela
assumiu que eram onde estavam os frutos que pegariam.
Styx parou, com a espada desembainhada agora na sua
mão, sua cabeça se movendo para trás e para frente
enquanto olhava em seus arredores. Ela viu quando ele
inalou, quando inclinou a cabeça para ouvir melhor, e
quando relaxou, ela sentiu-se fazer o mesmo.
— Minha fêmea, se você quiser escolher as bagas, elas
estão lá. Vou caçar carne uma vez que acabar.
Ela assentiu e foi até os arbustos, e começou a escolher
as bagas brancas quase neon. O doce aroma perfumado das
bagas lavou-a e cercou-a, e ela absorveu esse perfume em
seus pulmões, bem como o frescor de apenas estar em campo
aberto. O ar era perfeito, selvagem e limpo, e a temperatura,
embora um pouco arejada e fria, era incrível em sua pele.
O traje que usava eram tiras de pele de animal. Ao longo
dos últimos dias, Styx estava trabalhando em roupas para ela
a partir do estoque de peles de animais e couros que ele tinha
armazenado. O couro escuro cobria seus peitos e a maioria
de sua barriga, e as calças se encaixavam muito
confortavelmente. Ela estava coberta, mas era capaz de se
mover livremente, e a carne que estava coberta de couro
estava quente, protegida. Era muito diferente do vestido dos
escravos que ela usara, ou dos trajes esfarrapados que trouxe
para sua casa.
Ela levou o seu tempo escolhendo as bagas, e uma vez
que acabou e sua bolsa estava cheia, olhou para Styx. Ele
estava em alerta, o corpo apertado, sua postura protetora
apenas alguns metros dela enquanto examinava seu entorno
continuamente.
Mas então virou a cabeça para o lado, respirou
profundamente, e um som baixo veio dele.
— Venha aqui, companheira. — Ele disse em uma voz
profunda e urgente. Audrey estava ao seu lado um segundo
mais tarde, olhando ao redor, mas não vendo nada. Ele
chegou por trás com sua mão que não segurava a sua
espada, e puxou-a ainda mais perto de seu corpo. E então foi
como se tudo ao seu redor tornava-se mortalmente quieto e
silencioso. Era claro que algo muito perigoso estava por perto,
e Audrey sentiu seu coração começar a acelerar, sentiu as
gotas de suor ao longo de seu corpo, e tentou ver qual era a
ameaça.
Ela odiava não saber o que estava acontecendo ou o que
estava prestes a acontecer.
— O que está acontecendo? — Ela sussurrou.
— Temos de ficar quietos, minha companheira. Eu
preciso ver quantas ameaças estão lá fora.
Audrey fechou os olhos, começou a contar lentamente
para recuperar seus pensamentos e, quando chegou a dez
abriu-os mais uma vez, sabendo que teria que lutar – mesmo
que não soubesse lutar, não realmente – se defenderia e ao
macho com que aprendeu a se preocupar.
E então foi como se tudo se acalmasse: os sons e o ar ao
seu redor apenas pararam. E, lentamente, depois de alguns
momentos era como estar na água e ouvir ruídos fracos, mas
distorcidos. A primeira coisa que ouviu foi o assobio vindo da
linha grossa de árvores. E então ela ouviu galhos estalarem,
mais assobios e rosnados, e, finalmente, este grito de gelar o
sangue.
— Eu pensei que você disse que nenhum predador
estava fora nas horas do dia? —Seu coração batia rápido,
duro.
— Ou está ferido ou doente, porque nada dessa
natureza deveria estar aqui fora.
Fantástico.
Styx mudou em seus pés, e ela se inclinou para o lado
até que pudesse ver exatamente o que surgiu a partir da
linha das árvores.
Esta monstruosa criatura hedionda lentamente se
arrastou em direção a eles, a língua de fora, os assobios e
ruídos estridentes chegando mais alto, com mais frequência.
— Está infectado e raivoso. — Disse Styx, sua mão
ainda em sua cintura. Mas então ele a empurrou de volta. —
Fique longe disto, minha fêmea. — Ele tinha as mãos agora
enroladas em volta da espada completamente e enfrentou a
criatura.
Ela assistiu horrorizada enquanto a besta andava para
frente, cuspindo saliva de sua boca aberta. Não tinha asas
como a última besta, e ficava perto do chão. As escamas de
suas costas eram vermelhas e laranja incandescentes, e toda
vez que a luz do sol os atingia através de uma quebra na copa
das folhas acima deles, um flash de luz ofuscante saía dele.
Ela não sabia se normalmente se movia no chão como
uma cobra, ou não podia ficar completamente erguida porque
estava doente. De qualquer maneira era nojento e assustador.
Tudo parecia acontecer muito rapidamente. Seu coração
estava em sua garganta, e ela se preocupou com Styx mais do
que com ela mesma.
Mais saliva caiu da boca da besta enquanto uivava e
andava para frente novamente antes de parar a poucos
metros de Styx.
— Afaste-se ainda mais, Audrey. — Styx gritou.
Ela não respirava, não poderia nesta situação. Mas
quando a criatura pulou para frente e bateu com uma garra
em direção a Styx, ela cobriu a boca com horror. Olhando em
volta, ela queria encontrar uma arma, mas além de algumas
varas no chão não havia nada. Ela não podia perder Styx,
não depois que ela aceitou sua vida, e o que ela sentia por
ele.
Styx balançou a lâmina, cortando o lado da criatura. A
besta soltou um grito alto e ensanguentado.
Assistir a luta com horror era tudo que podia fazer.
Tentar ajudar quando ela era apenas uma novata nestas
coisas, iria matá-la, ou a ambos. Ela não poderia ser uma
distração para Styx, e se tentasse ajudar sabia que seria.
Ela viu o horror continuar, viu Styx lutando como se
fizesse isso diariamente.
Ele provavelmente fazia.
E então Styx passou sua lâmina através do pescoço da
criatura. O sangue preto, oleoso, pulverizava pelo chão um
segundo antes que a criatura caísse no chão, a vida de seus
olhos se desvanecendo.
Tudo ficou imóvel por um segundo, e então Styx virouse, alguns cortes no peito e até um em sua bochecha. Mas,
em geral, ele estava em boas condições para lutar contra essa
besta.
E então Styx veio até ela, envolveu sua mão ao redor de
sua nuca e puxou-a. Ele a beijou no topo da cabeça e
murmurou em sua língua nativa algo que soou doce,
atencioso.
— O que você disse? — Ela perguntou, querendo falar
sobre qualquer coisa para manter sua mente fora da criatura
hedionda à apenas alguns metros deles.
— Isso significa que você está segura, que eu sempre
vou te proteger com o meu último suspiro.
Ela fechou os olhos, sentiu seu corpo começar a tremer
com os efeitos colaterais do que aconteceu, do que viu.
A qualquer momento sua vida poderia mudar, mas não
era apenas sobre viver neste ambiente estranho, mas também
em qualquer lugar. Ela foi levada de sua casa, vendida, e
acabou encontrando-se aqui. Ela olhou para o rosto de Styx,
o homem que daria a sua vida por ela só porque era isso que
ele queria, porque ele a abraçou.
Audrey levantou-se e beijou-o, sem se importar com
mais nada nesse momento, além de mostrar-lhe que ela não
tinha medo, e que o queria também. Quando ela se afastou,
podia ver claramente o desejo em seu rosto e sentiu o quanto
contra sua barriga.
— Por mais que eu goste do que você está fazendo,
fêmea, eu quero ter você de volta na segurança da caverna.
Ela assentiu com a cabeça, concordando, mas também
sabendo que não pararia o que inevitavelmente aconteceria.
Ela não queria parar.
Audrey engoliu em seco, sua garganta esbelta
trabalhando a partir do ato, e Styx achou altamente atraente.
Eles voltaram para a caverna não há muito tempo, e
depois que ele limpou o sangue e a sujeira da luta, se
assegurou que sua companheira fosse alimentada. Ele
também verificou se havia feridas, mesmo que soubesse que
ela não foi ferida. O que aconteceu lá fora era raro, dada a
hora do dia que era, mas é claro que tinha que acontecer
quando eles estavam fora e Audrey estava explorando. Mas
estava feliz por ter acontecido dessa maneira, porque talvez
agora percebesse o quão perigoso era. Se ele não fosse capaz,
e não soubesse que poderia protegê-la a todo custo, não teria
arriscado levá-la lá fora.
Styx não poderia mantê-la presa na caverna, protegida
dos horrores e perigos do ambiente externo. Mas ele quis
dizer isso quando disse que estaria ao seu lado sempre que
ela se aventurasse. Ela era sua companheira, sua igual, e
também se certificaria que ela nunca fosse prejudicada.
Eles sentaram-se perto do fogo, ele de um lado, e ela do
outro, mas o calor que enchia a caverna não tinha nada a ver
com as chamas entre eles e tudo a ver com a excitação se
movendo para trás e para frente. Ele cheirava o desejo de
Audrey, sabia que ela estava molhada para ele, preparada.
Ela também estava no auge de sua fertilidade.
Ele não podia evitar aquele lado masculino dele, a parte
que veio de sua espécie, a parte dele que queria pressioná-la
no chão, montá-la e enchê-la com sua porra. Mas isso não
era apenas sobre colocar seus bebês dentro dela, mas
mostrar a ela que ele se importava com ela. Esta não era
apenas uma necessidade biológica nele, mas sobre Styx
querer certificar-se de que Audrey se sentisse bem, tanto
quanto ele iria, e que ela soubesse que era sua igual e não
sua propriedade.
— Você está diferente comigo, tenho notado. — Ela
finalmente disse após longos momentos de silêncio
confortável. — Embora eu ache que eu não saberia desde que
eu nunca vi você interagir com qualquer coisa, senão essas
criaturas monstruosas. Mas em comparação com os homens
que eu entrei em contato recentemente…. Sim, você é
diferente, e não de uma maneira ruim.
Ele não respondeu de imediato, mas depois passou a
mão sobre o rosto, sentindo o restolho ao longo de suas
bochechas. Ele era diferente com ela, ele sabia e viu isso em
si mesmo. Mas ele queria que ela soubesse que, quando se
tratava de outra pessoa, ele não hesitaria em cortar
gargantas e vê-las sangrar.
— Não se engane, minha fêmea, estou longe de ser o
homem gentil que você pode estar acostumada.
Ela olhou para o chão, sem falar imediatamente.
— Eu não estou acostumada a homens que seriam
chamados de suaves. — Ela engoliu em seco e levantou a
cabeça para olhar para ele, seu nervosismo saturou o ar em
torno deles. — Minha família foi morta. Eu fui tirada de
minha casa e vendida como escrava sexual. Talvez tenha sido
sorte, ou destino, ou qualquer outra coisa, mas eu fui capaz
de escapar. É assim que você me encontrou.
O próprio pensamento de alguém tocá-la, um homem
pensando que poderia tê-la, teve uma raiva cega enchendo-o.
Styx queria caçar esses homens e matá-los, fazê-los ver que
tomar o que não era deles era a porra de um movimento
errado.
— Gostaria de matá-los dez vezes mais só para fazê-los
ver que pensar que poderiam ter você era o pior erro que eles
já cometeriam. — Houve um momento de silêncio, mas ele
queria que ela entendesse completamente. O ar aqueceu, e
ele cheirou a mudança nela, o fato de sua excitação crescer
quanto mais ela olhava para ele. Mas Styx estava em um
estado constante de luxúria, onde Audrey estava em questão.
Ela deu um passo em direção a ele.
— Eu não quero lutar com você, Styx. — Ela olhou para
ele com os olhos arregalados, o doce aroma de seu desejo
enchendo a cabeça e fazendo-o intoxicado com ele. — Eu não
quero lutar contra isso.
Seu pênis empurrou por trás de seus couros novamente,
e ele soube que tinha que provar essa mulher, sua
companheira. Ele se levantou e caminhou em direção a ela,
cheirando sua luxúria crescente e sentindo seu corpo se
tornar mais apertado, pronto para finalmente reivindicar sua
esposa.
— Quando eu a vi pela primeira vez, algo em mim
acordou. Você estava ferida, mas lá para ser tomada. Eu
queria protegê-la, te fazer feliz a partir daquele momento,
embora eu ainda não tivesse falado com você, ou sequer visto
a cor dos seus olhos. — Ele respirou fundo novamente,
levando o cheiro dela, a essência dela em seu corpo. — Eu
sabia que você seria minha, iria gerar meu filho, e por isso eu
tinha que ter você.
Agachou-se na frente dela, ambos apenas polegadas
distantes agora, respirando o mesmo ar, experimentando a
mesma eletricidade e excitação.
— O momento que eu vi você eu soube que você era
minha, Audrey. — Ele alisou o dedo sobre o lábio inferior, e o
sentiu tremer. Ele olhou diretamente em seus olhos e
continuou a falar. — Não havia ninguém ou qualquer coisa
que me impediria de ter o que eu queria, e o que eu queria
era você. O que eu quero até o fim dos tempos é você, Audrey.
Ela não falou.
— Você ainda está com medo de mim?
Ela balançou a cabeça.
— O que eu digo assusta você, como eu quero você como
minha? —Ele podia cheirar suas emoções, mas ele queria que
ela lhe respondesse verbalmente. A verdade era que, antes de
Audrey, Styx não se importou como uma mulher se sentia.
Talvez fosse porque ele não encontrou sua companheira, a
fêmea que iria moldá-lo para sempre, mudá-lo.
Mas, para os machos de sua espécie, e até mesmo as
fêmeas, era a forma como eles viviam.
Audrey era muito diferente de qualquer outra pessoa
que ele conheceu.
— Eu quero que você seja minha de bom grado.
— Eu quero isso, também. — Ela disse baixinho, suave.
Ela estendeu a mão, enrolou suas mãos em torno de seus
bíceps, e puxou-o para mais perto. Por longos segundos eles
apenas olharam nos olhos um do outro, e Styx lutou contra
os instintos para não a levar do jeito de seu povo: duro,
áspero, rápido.
Ele cheirava seu nervosismo, sua inocência, e ele
precisava levar isso devagar com ela, ou tão devagar quanto
conseguisse.
— Eu nunca estive com um…
— Eu sei. — Ele disse antes que ela pudesse terminar.
— E isso significa que você só vai ser minha, Audrey.
Nenhum outro macho vai ter você. — Ele se inclinou para
trás e olhou para os couros que usava. — Você nunca vai
saber a sensação de ter qualquer pau, senão o meu. Você
nunca saberá a sensação das mãos de um macho em você,
senão as minhas. — Ele olhou em seus olhos, sabendo que
ela podia sentir o quão sério ele estava. — Você nunca vai
carregar a cria de outro macho, senão a minha. — Ela
respirou mais forte, mais rápido, e ele permitiu que sua
selvageria interior viesse, a besta que fez suas presas saírem
e seus olhos mudarem quando ele estava excitado ou em
batalha. — Agora, — ele disse e ouviu a profundidade, a
distorção na voz do seu lado primal. — Dispa-se para mim,
companheira.
Ela engoliu em seco, e depois de um momento, ela
agarrou os laços de sua camisa de couro e começou a soltálos.
Ele começou a respirar mais forte quanto mais a olhava,
observando-a ficar nua para ele. Styx a queria, isso era
inegável, e ele não escondia o animal que sempre espreitava
sob sua carne, enterrado no fundo e esperando para emergir.
Mas não estava enterrado agora, e em vez disso estava
diretamente na superfície, tornando-se conhecido.
Ela olhou para sua boca e depois de volta para o seu
rosto.
— Eu estou nervosa.
— Confie em mim para fazer as coisas direito e boas
com você. — Nunca Styx se sentiu tão… compassivo para
com outro ser.
Mas Audrey o fazia sentir-se vivo, o fazia se sentir até
mesmo inteiro. Ele a pegou em seus braços segundos depois,
virou-se e os levou até a plataforma onde dormia. Era maior
para ambos, e ele queria tanto espaço para adorá-la quanto
possível.
Uma vez que ela estava deitada de costas, seus couros já
removidos, Styx deu um passo para trás e admirou à vista.
Ele ficou lá por um longo momento apenas olhando para
ela, e, em seguida, em sua voz rouca disse:
— Abra para mim, companheira. Deixe-me ver o que eu
vou reivindicar, marcar esta noite.
Levou um momento para cumprir, mas ele cheirou sua
excitação, então sabia que ela estava ali com ele.
Quando suas coxas estavam abertas e sua vagina estava
em clara exposição, um gemido duro o deixou. Ele estava de
joelhos diante dela alguns segundos depois, a besta nele que
exigia que a reivindicasse, acasalasse e reproduzisse sua
fêmea, elevando-se como um bastardo impaciente.
Styx alisou as mãos para cima de suas pernas, sobre as
coxas, e fechou os dedos em sua carne macia. Ele puxou as
coxas ainda mais afastadas. Se inclinou até que só havia uns
centímetros separando suas bocas, e seu pênis, coberto ainda
em seus couros, foi pressionado contra sua coxa.
— Deuses, Styx, — ela sussurrou, sua boca roçando a
dele enquanto falava. — Eu quero tanto isso que eu posso
prová-lo.
Ele se inclinou para trás apenas uma polegada e baixou
o olhar para o peito, viu seus seios subirem e descerem
violentamente com o aumento de sua respiração, e sentiu
água na boca.
— Eu desejo sua rendição, mas fica mais difícil por
causa de sua força.
Um pequeno ruído da necessidade a deixou.
— Você quer dar-se a mim agora? — Ele precisava ouvila dizer, implorar por ele.
— Sim. — Ela sussurrou, e ele olhou para seu rosto,
avaliando a reação dela. — E eu acho que isso me assusta
mais do que tudo, Styx.
Ele adorava quando ela dizia seu nome.
— Quão molhada você está para mim, minha fêmea?
Ela lambeu os lábios e respirou lentamente.
— Muito molhada. — Disse ela quase inaudível.
— E é tudo para mim?
Ela assentiu com a cabeça.
— Diga-me.
— É tudo para você. Apenas para você.
Ele fez um som baixo, satisfeito, na parte traseira de sua
garganta. Styx enfiou a mão entre as pernas dela enquanto
ainda a olhava. Mas ele não tocou na sua boceta
imediatamente, apenas manteve os dedos à direita na parte
interna da coxa, junto ao vinco onde a perna encontrava a
pequena parte apertada e quente dela. Styx sentiu o calor de
sua boceta imediatamente e não parou o som animal que o
deixou por causa disso.
Puxando sua perna ainda mais longe com a outra mão,
ele não negou o toque mais a nenhum deles. Ele tocou sua
vagina.
Ela abriu a boca e engasgou.
Ele abriu os dedos através de sua fenda molhada,
encharcada, e grunhiu de excitação.
— Sim, você quer isso, companheira.
— Deuses, Styx. — Ela sussurrou.
— Diga-me, peça-me, esposa.
Ela não falou por longos segundos, mas finalmente
lambeu os lábios e assentiu.
— Eu quero isso, quero você, Styx.
Ele rosnou, porque isso é tudo que ele precisava ouvir
para finalmente reivindicar sua companheira.
Estou realmente fazendo isso?
Agora ela estava tentando apenas pensar sobre o que
eles estavam fazendo, e não se ela deveria ou não ser tão
submissa e disposta.
Mas eu quero ser assim. Eu quero isso com ele.
Styx instigou seus desejos mais escuros, fez questionar
o que ela sempre quis na vida. Antes dele e daquela situação,
ela nunca pensara no que queria para um futuro. Foi sobre
sobreviver, passar tempo com sua mãe e irmão, e fazer a
mesma coisa no dia seguinte.
Agora não é o momento de deixar que o sofrimento te
apanhe. Eles não querem que sua vida gire em torno disso.
Era difícil de ignorar, é claro. Eles consumiram seus
pensamentos, as memórias sobre os momentos felizes. A
morte não era algo a que seu status social não estava
acostumado, mas o modo como caiu, e o fato de nunca mais
tê-los visto, machucava seu coração.
— Seus pensamentos estão em outro lugar,
preocupados. — Disse Styx, parando de imediato, a
preocupação em sua voz.
Ela engoliu em seco, não querendo pensar sobre coisas
deprimentes agora, porque este não era o momento nem o
lugar. Sofreu por sua família, pela perda, pelo que nunca
compartilharia com eles novamente.
— Eu estava pensando sobre a minha família.
Ele levantou uma sobrancelha.
— Em um momento como este? — Perguntou ele, a
seriedade e curiosidade clara em sua voz.
Ela balançou a cabeça.
— Eu estava pensando sobre o meu tempo de volta para
a fazenda com a minha família. Ele só se transformou a partir
daí. — Ela empurrou todos os pensamentos de sua mãe e
irmão fora de sua cabeça. — Não era o momento mais
adequado, mas eu não fui capaz de evitar, eu acho. Minha
dor se levantou.
Ele alisou a mão em seu joelho, não sexualmente, mas
mais reconfortante.
— Nós não temos que fazer nada, esposa. — Ele disse
suavemente, sua voz tão profunda e grossa.
Ela olhou para ele, vendo que estava falando sério, que
ele iria parar isso em um piscar de olhos, se quisesse, se seus
pensamentos a levassem embora. Audrey afastou todos os
pensamentos restantes do seu passado, levantou-se um
pouco, e foi a única a beijá-lo neste momento. Ela se afastou
e olhou em seus olhos escuros.
— Vamos nos concentrar no aqui e agora. — ela
sussurrou, querendo dizer isso.
Styx agarrou-a por trás da cabeça, enredando suas
grandes mãos em seu cabelo, e reivindicando sua boca
novamente. Durante longos momentos eles se beijaram, seus
gemidos combinando em intensidade. Ele finalmente se
afastou, e ela chupou em uma golfada de ar.
— Você tem certeza?
Ela assentiu com a cabeça.
— Mais que certa.
Ele se inclinou para trás, aquele olhar escuro e excitado
cobrindo seu rosto e girando-a ainda mais. Ele olhou para o
comprimento de seu corpo, apenas olhando o seu
preenchimento e fazendo ela se sentir como se não houvesse
nenhuma outra mulher no mundo para ele.
— Basta dar-se a mim para sempre, deixe-me mostrarlhe o quão bem eu posso fazer você se sentir, o quão feliz eu
posso te fazer. — Era quase como se ele falasse para si
mesmo.
— Leve-me, Styx.
Ele levantou o olhar entre as coxas e olhou em seus
olhos.
—Eu vou fazer você se sentir tão bem que você não
poderá andar em linha reta amanhã, minha fêmea. — Ele
falou baixo.
Um tremor percorreu sua espinha.
— Eu vou te encher com a minha porra, colocar o meu
bebê dentro de você. — Ele se inclinou mais perto para que
ele tivesse sua boca em sua orelha agora. As sombrias e
deliciosas palavras fizeram sua boceta apertar. — Você está
preparada para mim. — Ele sussurrou. — Você está fértil
para tomar minha semente e ter o meu filho crescendo dentro
de você.
Ela fechou os olhos e exalou. A conversa sobre
fertilidade não deveria ter sido tão excitante como era, mas
ela se encontrou gemendo e empurrando os seios contra o
duro peito poderoso.
Styx deslizou sua outra mão em seu braço, por cima do
ombro nu, e passou os dedos em torno da coluna de seu
pescoço, acrescentando apenas a menor quantidade de
pressão. Ele não deixou a mão lá por muito tempo antes que
ele alisasse de volta para baixo de seu peito e se
estabelecesse diretamente entre os seios.
Seu corpo grande bloqueou tudo atrás dela. Sua espécie
fazia os humanos parecerem pequenos e frágeis em
comparação.
Styx inclinou-se até que ela sentiu seus lábios ao longo
de sua mandíbula, amou a barba do rosto enquanto raspava
em sua carne. Inalando profundamente, ela pegou seu
perfume inebriante, o aroma que o fez todo macho. Ela
fechou os olhos e absorveu o prazer que passava por ela. Ele
moveu sua boca ao longo de seu pescoço, acariciou sua pele
com a língua, e deuses, era muito bom. Ela sabia que ele
podia ser duro com ela, apenas pegar o que queria, mas ele
se certificou de que isso fosse bom para ela também.
Ele moveu sua boca de volta para seu ouvido e
sussurrou:
— Você está pronta para mim, fêmea? Pronta para eu
levar a sua virgindade e preenchê-la com a minha semente?
Ela estremeceu em resposta, incapaz de evitar.
— Eu estou pronta. — Ela realmente conseguiu dizer.
Sua ereção pressionou contra sua coxa interna, tão
grande e longa, dura e maciça.
— Cheirar você, sentindo o seu calor, sua aceitação
disto, de mim, tem-me tão no limite que mal estou me
segurando. — Eles olharam um para o outro por um
momento, sem falar, mas com suas respirações ruidosas,
idênticas.
Ele a tratava como se ela significasse algo para ele, não
como um pedaço de propriedade.
Styx alisou um dedo ao longo de sua bochecha, seu
olhar em sua boca. Em seguida, seus lábios estavam nos dela
e sua língua se lançou entre eles. Ele a provava potente e
poderoso.
— Minha, — ele gemeu contra sua boca, sua voz mais
profunda, mais distorcida. — Você vai me possuir tanto
quanto eu te possuo, minha fêmea.
Ele moveu seu polegar ao longo do pulso abaixo de sua
orelha. Ele gentilmente mordeu o lábio, e um suspiro a
deixou. Ela sentiu seus dentes, e um novo jorro de umidade
deixou sua vagina.
Audrey tinha as mãos sobre o peito, os músculos firmes
sob a palma das mãos. Deuses, ele era tão forte. Ele rosnou,
agarrou seus pulsos em um firme, mas suave aperto, e trouxe
seus braços acima de sua cabeça. Ela estava esticada para
ele como uma oferenda, mas talvez fosse isso que ele queria?
O rosnado que veio dele foi um som rude, tão perigoso,
que ela deveria ter ficado com medo, não incrivelmente
úmida. Ele se inclinou e passou a língua ao longo do arco de
sua garganta, isso teve Audrey gemendo por mais, sem se
importar que ela implorasse.
Com uma pequena mordida no pescoço e a ponta de
suas presas pressionadas contra sua carne, ele a fez virar-se
antes mesmo de poder inalar. Agora em seu estômago com
sua bunda no ar, o sentiu alisando suavemente a mão sobre
o comprimento de sua espinha. Seu coração batia na
garganta. Ela ouviu-o em seus ouvidos e sentiu o suor cobrir
seu corpo.
Isso é mesmo possível?
Tudo estava acontecendo tão rápido, mas ela não se
atreveu a detê-lo, não por quão excitada estava.
Ele apertou sua ereção contra seu traseiro, e ela fechou
os olhos e mordeu o lábio. Ele era enorme, e ela queria que
ele tirasse os couros para que pudesse sentir tudo dele.
Como se lesse seus pensamentos, ele se afastou dela
apenas o suficiente para tirar suas calças. Ela olhou por cima
do ombro, sentiu seus olhos se arregalarem e sabia que Styx
poderia esticá-la, ah tão bem.
Seu pênis era longo, espesso e maciço. Sua vagina se
apertou com o pensamento dele empurrando tudo isso dentro
dela. Ele agarrou-se e começou a acariciar seu pau
circuncidado, o prepúcio sendo puxado para trás toda vez
que ele corria a palma da mão para baixo de seu
comprimento.
— Você gosta do que vê, fêmea?
— Sim. — Ela disse instantaneamente.
— Isso tudo é para você. — Ele deu um passo mais
perto. — Isso só vai ser para você.
Sua garganta apertou e sua boca ficou seca.
Styx estava de volta em cima dela um segundo depois,
sua ereção nua agora em sua bunda nua. Um suspiro
deixou-a no calor que veio dele, e na sensação de seu présêmen manchando ao longo de sua carne superaquecida.
Isso era bom e ele não estava nem mesmo dentro dela
ainda.
Ele colocou as mãos em ambos os lados de suas coxas e,
lentamente, moveu-as. Suas mãos eram quentes, grandes e
levemente calejadas. Eram mãos de guerreiro, aquelas que
sabiam o que significava trabalhar duro e matar para
defender e proteger.
Ele gemeu.
— Eu posso sentir seu cheiro, fêmea, cheirar sua
excitação, a sua necessidade de me dar isso. — Ele apertou
seu pau na dobra de seu traseiro. — Você está muito pronta
para mim, seu corpo precisa da minha porra. — Suas
palavras eram baixas e profundas, e ela mordeu o lábio mais
duro. — Você está muito molhada para mim.
— Eu nunca tive relações sexuais. — Disse ela em uma
respiração.
Ele apertou seus dedos em suas coxas.
— Eu sei, companheira. — Ele parecia satisfeito com
isso. Ele rosnou baixo em sua garganta como uma espécie de
animal feroz. — Eu vou fazer isso bom para você, gentil desta
primeira vez.
Ela prendeu a respiração. A maldade de suas palavras e
esta situação a teve prestes a desmaiar.
Styx se moveu pelo comprimento de seu corpo até que
ela sentiu seu hálito quente ao longo do topo de sua bunda.
Ele beijou e lambeu sua carne, e então agarrou as bochechas
e apertou os dedos ao redor dos montes. Quando ele abriu a
parte inferior dela e o ar fresco se moveu ao longo do vinco
ela soltou a respiração que não sabia que estava segurando.
Ele gemeu, e ela sabia que ele estava olhando para a
área que expôs.
— Você está tão suculenta para mim. — Ele espetou um
dedo através de sua fenda, e ela mordeu o lábio mais forte,
provando sangue quando ela rasgou a pele.
— Peça novamente.
— Por favor. — Ela implorou.
Styx espancou a bochecha direita da sua bunda em
primeiro lugar, o som de carne sendo atingida ecoando nas
paredes da caverna.
— Seu corpo me anseia. — Ele esfregou-a entre as
pernas novamente, provando que ela estava ainda mais
molhada depois que ele a espancou.
No primeiro toque de sua língua em sua vagina, ela não
pôde conter o grito que a deixou. E então ele se banqueteou
com ela como se fosse sua última refeição. Styx lambeu o
centro de sua vagina, e ela gritou de dor e prazer tudo junto.
Deuses.
— Styx, sim. Isso é tão bom.
Ele gemeu contra ela, os sons desleixados dele
comendo-a enchendo a caverna.
Ela apertou as peles debaixo dela, precisando de algo
para agarrar. Mudando um pouco, sua bunda acabou sendo
mais apoiada, e foi obscenamente empurrada na cara de
Styx. Mas ele gemeu com esse fato e chupava sua boceta
mais duro, mais rápido.
Ele chupou seu clitóris nas profundezas quentes e
molhadas de sua boca, e isso foi o fim dela. Ela gozou para
Styx, apenas abriu-se e experimentou o que ele tinha para
dar a ela. Sabia que podia desfrutar disso, abraçá-lo, porque
este não era o fim.
Ele chupou ainda mais duro, e sua respiração engatou.
— Esta noite é sobre agradar você, minha fêmea, mesmo
que meu pau queira entrar em você, realmente tê-la em todos
os sentidos. — Ele a chupava mais duro.
Ele não iria mesmo transar com ela agora? Ela não
sabia se ela mesma sobreviveria.
— Eu vou ser o único que sacia suas necessidades. —
Ele correu os dentes ao longo de seus lábios, e um suspiro a
deixou sensível.
Ele empurrou as pernas mais abertas, estava atrás dela,
e antes que pudesse contemplar o que estava acontecendo,
ele a deitou de costas novamente. Ele tinha ambos os pulsos
em uma de suas mãos mais uma vez, empurrados acima de
sua cabeça, e teve que se submeter a ele da maneira mais
básica. Ele se curvou entre suas coxas e colocou sua boca de
volta em sua vagina.
Ele era incansável enquanto esfregava seu clitóris,
movia aquele dedo grosso em torno da abertura de seu corpo,
não penetrando nela, mas prometendo que ele poderia levá-la
como quisesse.
— Você tem a minha besta saindo, companheira. — Ele
começou a penetrá-la com o dedo, apenas um, e muito
lentamente. Sua mão a mantinha presa em seu cuidado. Ele
era implacável, perverso e exigente, enquanto passava a
língua de um lado para outro sobre seu clitóris, e mal a fodia
com seu dedo.
O som de sua voz fez vibrações em seu clitóris, e ela
gemeu por mais.
— Eu tenho sentimentos por você, Styx. — Ela
sussurrou as palavras, como se tivessem vontade própria.
Ele murmurou contra sua carne,
— Minha. — Ele começou a chupar especialmente duro
na pequena saliência, e ela gozou novamente para ele.
Quando o prazer dela recuou e ambos estavam ofegando
duramente, Styx puxou-a em seus braços e apenas seguroua. Talvez Audrey não devesse ter sentido nada além de nojo
por Styx, dada a forma como eles se juntaram, mas ela não
conseguia sentir nada, só as fortes emoções correndo através
dela.
Audrey virou a cabeça e fechou os olhos, respirando seu
perfume, aquele aroma sombrio e inebriante. Era tão bom têlo segurando-a, ter seus grandes braços em volta dela,
fazendo-a se sentir protegida e cuidada.
Depois de tudo que ela passou Audrey pensou que era
realmente sortuda. Este macho ajudou em mais maneiras do
que apenas salvando sua vida e cuidando dela. Esse macho
deu esperança em uma existência bastante sombria. E para
ela isso significava o mundo.
O dia seguinte
Audrey tentou preparar o jantar de hoje à noite e,
embora tivesse cozinhado bastante onde morava, a carne com
que estava trabalhando, e as frutas e legumes que Styx lhe
trouxera, eram diferentes de qualquer coisa que ela usasse
antes.
Ele saiu para garantir que a entrada da caverna
estivesse segura e Audrey pegou um pedaço dos legumes
amarelos, um que tinha uma listra verde no centro. Desde
que ela não estava familiarizada com esta área, decidiu usar
a carne e outros ingredientes para fazer um guisado.
Pegando as tiras de carne, ela sentiu que eram oleosas,
grossas, mas seu cheiro era incrível, mesmo cruas.
Colocando-as na panela grande pendurada sobre as chamas
em um espeto de fogo, ela começou a colocar os legumes
cortados, acrescentou ervas que Styx deu a ela, e, em
seguida, pegou uma grande concha de madeira e misturou
tudo junto. Com o guisado nem mesmo estando pronto ainda,
ela teve que admitir, o aroma estava delicioso.
O som de Styx se aproximando fez com que ela se
voltasse e olhasse para a entrada da caverna. Quando ele
caminhou até ela seu corpo instantaneamente aqueceu,
lembrando o que ele fez com ela, deu a ela, na noite anterior.
Audrey ficou um momento apenas olhando para Styx,
pelo modo como seu corpo se movia com tanta fluidez, seus
músculos se aglomeravam e relaxavam a cada passo que
tomava, a expressão intensa que ele também usava. Ela
sentiu-se ficar molhada, o queria dentro dela
desesperadamente, mas nunca diria isso em voz alta. Ela não
podia. Mas então Styx parou a poucos metros dela, pôs a
espada para baixo, de modo que encostou-se à parede de
pedra, e se virou para encará-la.
Ela viu como suas pupilas dilataram, seus olhos se
tornaram escuros, perigosos, mas era um traço que deixou-a
saber que ele estava excitado. Ela também viu a ponta de
suas presas, e o lado de seu pescoço pulsava com a memória
dele correndo esses pontos mortais ao longo de sua carne,
não a perfurando, mas a ameaça, sedução lá na superfície.
Comida esquecida e a excitação reivindicando cada
parte dela, havia algo que mudou em Audrey. Ela encontrouse levantando lentamente, seu pulso acelerando, e o som do
crepitar do fogo não bloqueando o aumento das suas
respirações.
— Audrey. — Styx disse o nome dela em voz baixa,
calorosamente. Ele inalou, e um formigamento a preencheu
pelo fato dele perceber que já estava molhada para ele. Um
som baixo e animalesco o deixou, e então ele estava bem na
frente dela. Ele tinha a cabeça baixa, e correu a ponta de seu
nariz até o comprimento de sua garganta.
— Eu posso sentir o quanto você me quer, companheira.
— Ele rosnou em um sussurro profundo.
Ela fechou os olhos e balançou a cabeça, sabendo que
não podia vê-la fazer isso, mas incapaz de realmente dizer
algo.
Ele segurou seu rosto em suas mãos enormes, recostouse e olhou em seus olhos.
— Matuva Grethya Nu. — Disse ele em sua língua
nativa. Suas palavras eram rudes, sua linguagem serrilhada,
mas ela achou linda da mesma forma.
— O que você disse? — Perguntou ela. Um dia ela iria
aprender a sua língua.
Esse pensamento teve um calor se espalhando através
dela, porque era como um tapa no rosto com a realização de
que ela queria ficar.
Ele baixou o olhar para sua boca.
— Isso significa que você é a minha terra, a minha lua,
sol e estrelas. Isso significa que meu coração bate por você,
que você é meu tudo.
Ela baixou o olhar para sua boca, também.
— Tudo isso por três pequenas palavras?
Ele abaixou a cabeça uma polegada mais perto dela.
— Mais ou menos. — O canto de sua boca se elevou, e
então ele teve seus lábios nos dela. Styx moveu suas mãos
pelo rosto, acariciou seus dedos ao longo dos lados de seu
pescoço, e continuou mais abaixo até que ele agarrou seus
quadris. Beijou-a enquanto ele fez isso, acariciando a língua
sobre os lábios, antes de mergulhar em sua boca. Ele
flexionou e lançou seus dedos em seus quadris, e ela sabia
que esse encontro … Este acasalamento como ele chamava,
seria tão aquecido que ela não seria capaz de compreender a
magnitude do mesmo.
Não era só sobre ela perder a virgindade com Styx, mas
sobre ela se entregar a um homem que nunca iria deixá-la ir
embora.
E essa é uma combinação explosiva.
O fogo correndo por suas veias não podia ser ignorado,
não podia ser extinto, mas Audrey não queria isso de outra
maneira.
Ele parou o beijo e começou a mover sua boca por suas
bochechas, ao longo de seu pescoço, e parou em sua
clavícula.
— Tão doce, companheira. — Ele rosnou as palavras.
Ela respirou pesadamente, porque no momento era tudo
o que podia fazer. Styx a deixou molhada e bem pronta para
levá-lo a seu corpo, e fazê-la sentir como se estivesse
perdendo todo o controle. Ele a puxou para mais perto dele, e
ela sentiu sua ereção. Engasgou com o sentimento porque
aumentou sua própria excitação.
Um tremor percorreu através dela, e Audrey agarrou sua
cabeça, enredou os dedos em seu cabelo desarrumado, mais
longo, e puxou sua cabeça para trás até que ela pudesse
olhar em seus olhos.
Ele alargou suas narinas, suas pupilas completamente
dilatadas e sua boca se abriu. Ela vislumbrou de novo suas
presas perversas e ficou mais molhada. Audrey tomou o
controle do beijo e devolveu muito vigorosamente como Styx
tinha. Ele gemeu contra sua boca, e pegou um pedaço de seu
cabelo atrás da cabeça, puxando os fios até que a dor se
misturou com prazer.
Após longos segundos, ele finalmente parou o beijo.
Ela gemeu quando ele correu a língua de volta pelo
pescoço e pelo pulso.
— Eu vou marcar você profundamente.
Ele estava duro como uma rocha, tão grande e grosso
que a umidade lhe cobria as coxas internas. Ele alisou as
mãos sobre seu traseiro, para baixo a parte de trás das coxas,
e agarrou-a por trás dos joelhos. Antes que ela soubesse o
que estava acontecendo, ele tirou suas calças de couro e
tinha a mão entre suas coxas.
— Styx. — Ela disse e fechou os olhos enquanto seus
dedos grandes a encontrava encharcada. Ela envolveu suas
coxas em torno de sua cintura. Ele reivindicou sua boca mais
uma vez, e lançou sua língua entre seus lábios.
Ela gemeu e agarrou os ombros em apoio. A respiração
se misturava, e naquele momento eles eram um só.
— Você é perfeita para mim. Você é minha e só minha,
até que ambos tomemos o nosso último suspiro.
Audrey estremeceu com seu comportamento dominante
e possessivo. Ela tomou a grande extensão de seus ombros
nus, e das cicatrizes que cobriam sua pele dourada, contando
as batalhas que ele lutou.
Seu olhar vagou mais ao sul, levando ao que ela mais
queria no momento.
Sim, Audrey ia mudar isso, porque não fazer nada não
era uma opção.
Minha.
Styx estava tentando controlar seus desejos por Audrey
desde o momento em que a encontrou na floresta, inocente,
vulnerável.
Empurrando esses pensamentos de lado, ele observou
como o movimento da luz do fogo se movia ao longo de sua
forma curvilínea. Ela tirou a blusa, e seu corpo nu chamou-o
na mais primal das maneiras.
Seus espessos cachos vermelhos foram retirados de seu
corpo, e não havia nada obstruindo-o de olhar o seu
preenchimento. Ele a ouviu engolir, e viu a linha delgada de
sua garganta trabalhar de cima a baixo. Claro que ele sabia
que ela estava nervosa, mas sua excitação superou isso.
— Esposa, eu poderia me encher de você e ainda nunca
ficar saciado. — Ele levantou a sua cabeça com o dedo sob o
queixo.
Audrey lambeu os lábios dela, e ele estava preso à visão,
imaginando sua boca enrolada em torno de seu pênis.
Ele estendeu a mão e empurrou um pedaço de seu
cabelo longe de sua testa.
— Diga-me que você é minha.
— Eu sou sua. — Disse ela sem hesitação.
Isso o agradou imensamente e rosnou naquele fato. Ele
alisou as mãos ao longo da pele nua de seus ombros,
continuou a descer nos braços, e depois parou em sua
cintura.
— Sim, você é minha. Só minha. — Styx moveu sua
língua ao longo da lateral de seus lábios e o sabor dela era
viciante. Quando ela começou a beijá-lo de volta ele não
parou o gemido que o deixou, mas se forçou a parar o beijo, e
arrastou os lábios ao longo de sua mandíbula para seu
ouvido. — Eu estou muito duro por você, esposa. Eu sofro
para enchê-la com a minha semente.
— Então faça isso, companheiro.
Ele foi congelado por um segundo ao som dela o
chamando de seu companheiro, reconhecendo-o.
— Você me agrada mais do que você jamais saberá.
Ela fez um barulho suave, que soava como necessidade
e desespero, e tudo o que o excitava. Ele deslizou a mão atrás
de sua nuca, enrolou seu dedo em sua carne macia e quente,
e começou a beijar seu pulso que batia rapidamente sob sua
orelha. Ele a puxou para mais perto de modo que sentiu seus
seios pressionarem em seu peito. Um rosnado baixo o deixou,
um que ele não conseguia parar.
Beijou seu pescoço, mordeu-a levemente, suas presas
doloridas para perfurar sua carne.
— Eu vou fazer você se sentir muito bem.
Ela fez um pequeno ruído e cravou as unhas em sua
carne. Aquela picada de dor se misturou com seu desejo, e
seu pênis se sacudiu.
Styx sabia que ele tinha que tomá-la agora. Ele estava
tentando ir devagar, fácil, e fazê-la ver que ele poderia ser
gentil e compassivo. Mas ele era quem era, e ela lhe disse que
queria tudo dele, o verdadeiro ele.
Arrastou a mão na barriga e sobre sua caixa torácica
para um de seus seios. Ele empurrou sua pélvis para frente,
apoiou seu membro em sua suavidade, e gemeu.
Ele chupou seu pescoço, arrastou sua língua para cima
da coluna esbelta de sua garganta, e empurrou para trás e
para a frente contra sua suavidade. Ele deixou suas presas
correrem sobre sua carne humana, frágil e macia, sua boca
salivando para prová-la, para perfurar sua pele. Ele queria
seu cheiro na corrente sanguínea dela, queria que ela fosse
totalmente sua. Se afastar era duro para caramba, mas ele
conseguiu fazê-lo, para respirar profundamente. Ele olhou
para seu corpo, voltou-se, memorizando cada parte dela, e
finalmente parou em seus seios mais uma vez. Poderia já ter
olhado para eles, senti-los, e visto como eles endureceram
para ele, mas ele nunca iria se cansar de olhar para eles.
Eu nunca vou me cansar de olhar para ela.
Styx iria devorá-la.
Ele envolveu sua mão ao redor da sua nuca, puxou-a
para frente e abaixou a cabeça para lamber a curva de sua
garganta da clavícula à orelha. Sua carne era doce, viciante.
Ela engasgou.
— Isso é tão bom. — Ela sussurrou, e seu pau cresceu
mais duro nessa admissão.
Ele pegou os mamilos entre o polegar e o dedo indicador,
e puxou a carne já tensa. Ele estava tremendo com a força
para manter a calma. Ele abaixou a cabeça, tirou as mãos, e
sugou um de seus mamilos túrgidos. Depois de alguns
segundos, ele soltou seu mamilo com um pop audível. Seu
pau estava tão duro que doía, e suas bolas esticadas em seu
corpo. Agora tudo o que ele queria fazer era atacá-la como um
animal, a foder duro e áspero, como era a maneira de sua
espécie.
Lentamente, como se ela lesse sua mente, ela separou
suas coxas. A visão dos lábios de sua boceta espalhados,
mostrando-lhe sua cor de rosa, molhada, fez Styx sentir que
iria se encaixar e montá-la agora sem sequer tentar ir
devagar.
Eu tenho que ser gentil com ela, pelo menos nesta
primeira vez.
Ele removeu os couros em tempo recorde, abaixou e
segurou seu pau e começou a acariciar-se da raiz a ponta,
não capaz de controlar sua necessidade de se tocar enquanto
olhava para ela. A cabeça do seu pênis estava molhada do
constante pré-sêmen que vinha da ponta, e ele sabia que
estava perto de explodir e pulverizar sua semente em toda a
sua barriga se ele não ganhasse o controle.
— Mostra-te a mim, companheira. Mostra-me tudo.
E quando ela obedeceu tão instantaneamente, tudo que
Styx poderia fazer era observar quando ela se abaixou,
espalhou largamente os lábios de sua boceta, e mostrou-lhe
exatamente o que ele possuía.
Audrey tocou-se, mostrou-lhe a parte mais íntima dela,
e apesar de tudo ser muito estranho para ela, queria agradálo, queria fazê-lo tão carente quanto ela. Ela olhou para o
comprimento longo, grosso que estava de pé duro entre suas
coxas musculosas. Este homem era definitivamente um
guerreiro, um homem completamente brutal que poderia
esmagar ossos com as mãos. Seu corpo mostrava, a sua
personalidade gritava, mas com ela Styx mostrou um lado
diferente. Ele provou quão letal era várias vezes já, e ela sabia
que ele iria longe para garantir que estivesse a salva.
Ele acariciou-se em movimentos lentos e quase
preguiçosos, seu foco sobre ela… sempre sobre ela. Um fluido
claro pontilhava a ponta do seu pênis mostrando sua
excitação por ela, e ela finalmente ergueu o olhar de seu
comprimento impressionante para seu peito. As cicatrizes, o
poder que ela viu, a fez mais quente. Audrey estava mais do
que pronta para tê-lo aproximando-se, para ter seu grande
corpo bem em cima dela, e tê-lo empurrando profundamente
dentro dela.
E ela não queria qualquer outra coisa neste momento.
Ele deu um passo mais perto até que ele estava à beira
do leito e manteve o olhar treinado entre as coxas alargadas.
— Mantenha-as abertas para mim, companheira.
Ela não estava disposta a desobedecer.
Ele acariciou-se um pouco mais rápido, o som de sua
mão movendo-se sobre sua carne enchendo sua cabeça. Seus
bíceps se contraíram e relaxaram no rápido movimento dele
se sacudindo.
— Esteja comigo, Styx.
Ele gemeu, mas finalmente moveu-se para o palete e
colocou as mãos ao lado de seus quadris. Ela sentiu-se ficar
mais úmida entre as coxas com o quão grande ele era
pairando sobre ela.
— Eu quero tanto isso. — Disse ela antes que pudesse
se conter.
— E você vai ter mais do que você realmente precisa,
companheira. — A maneira que ele a observava a fez sentir
desejo como nunca sentiu. Mesmo que nunca tivesse feito
sexo antes, Audrey queria Styx empurrando em seu corpo
disposto já.
— Sem jogos esta noite, minha fêmea. Hoje à noite eu
finalmente reivindicarei você, finalmente empurrarei meu pau
fundo em você e te encherei com a minha semente, com o
meu bebê. — A posição que ele estava o fazia parecer feroz.
Ela empurrou-se para cima, descansando a parte
superior do corpo sobre os cotovelos, e esperou por ele para
beijá-la, precisando disso. Ele não a fez esperar muito tempo,
e apenas um segundo mais tarde reclamou sua boca,
forçando-a a tomar tudo dele. Seu sabor era doce, mas
também um pouco picante. Audrey fez um pequeno barulho
no fundo de sua garganta, incapaz de se conter. E foi aquele
pequeno som que parecia fazer algo estalar dentro de Styx.
Ele moveu a mão atrás da cabeça, pegou um pedaço de
seu cabelo, e forçou a cabeça para trás, a garganta agora
arqueada, nua. Ela sentiu o comprimento duro e quente dele
pressionar entre as coxas enquanto continuava a beijá-la.
Audrey queria senti-lo estirando-a, empurrando e fazendo
com que sua dor assentasse, fazendo-a sentir-se plena e
completa. Styx rodou sua língua ao redor do interior de sua
boca com uma possessividade que Audrey sentiu
profundamente em seus ossos.
Sem parar o beijo, ele alcançou entre seus corpos e
colocou a ponta do seu pênis na entrada de sua vagina. Tudo
dentro dela acalmou, ficou tenso, e ela ofegava em
antecipação. Ele se afastou, olhou para seu rosto, e o ardor
que cobria sua expressão a fez imaginá-lo com sua espada
erguida, o sangue cobrindo o peito, e uma besta que ele
acabou de matar a seus pés.
— Você é minha, e eu estou tomando o que me pertence,
minha fêmea.
Ela lambeu seus lábios, sua vagina apertando,
precisando de seu comprimento nela.
— Você está pronta para ser totalmente minha, Audrey?
Tudo o que podia fazer era assentir.
Em um impulso profundo, um movimento fluido que fez
suas costas arquear e sua cabeça girar, Styx empurrou para
dentro dela. Ele rompeu seu hímen, a dor intensa, o pequeno
ardor. Ele gemeu acima dela, fechou os olhos, e ela viu quão
tenso seu corpo se tornou. Sentiu o peso de suas bolas
pressionarem contra seu traseiro quando ele estava
totalmente dentro dela. Ele se acalmou, talvez a deixando
adaptar-se a ele, ou talvez para melhor controlar-se. Audrey
sentiu-se cheia, esticada, e o desconforto era tão chocante
que ela não conseguia recuperar o fôlego.
Quando ele começou a se mover dentro e fora dela, mais
rápido e mais duro a cada segundo, ela agarrou seus bíceps e
cravou as unhas em sua carne firme. Ele não falou, mas ele
respirava com dificuldade, pesado, e manteve os olhos
fechados. Ele começou a falar em sua língua de novo, mas
aquilo apenas a excitava ainda mais.
Ele finalmente abriu os olhos, e o suor que cobria seu
rosto pingou sobre seu peito, excitando-a muito. Seu enorme
peito subia e descia enquanto ele respirava, e seus grandes
braços tremiam, quando ficou claro que ele estava tentando
abster-se e controlar-se.
— Apenas fique comigo. Não se segure. — Talvez não
devesse ter dito que essa era a primeira vez que fazia sexo,
mas queria experimentar Styx em toda a sua glória
endurecida.
— Porra. — Disse ele asperamente. Empurrou dentro
dela e puxou para fora, mais e mais, gemendo a cada
estocada.
Audrey sentiu seus músculos internos apertarem
ritmicamente ao redor de sua cintura. A sensação era um
pouco desconfortável porque ela estava sensível, e porque ele
a encheu completamente.
— Veja como eu reivindico você.
Quando a ponta do seu pênis foi alojada na abertura de
seu corpo mais uma vez, ela se levantou e apoiou os cotovelos
sobre as peles para apoiar a sua parte superior do corpo,
querendo vê-lo tanto quanto ele queria que ela visse o que
fazia com ela.
Enquanto olhava entre suas coxas, podia ver seu
comprimento enorme dentro dela. Quando ele começou a
puxar viu como sua umidade brilhava em seu eixo.
— Veja como eu transo com minha companheira.
Ele se moveu dentro e fora dela, suor escorrendo pelas
têmporas de seu esforço. A cada segundo que passava, ele
pegava velocidade até que estava batendo com o pau dentro
dela.
— Deuses, sim. — Audrey deixou-se cair para trás sobre
a palete. Ele foi primal sobre ela, o som de suas peles
molhadas batendo juntas enchendo a sala, e fazendo com que
fosse tudo que ela podia ouvir. Logo antes dela sentir-se cair
sobre o limite, Styx saiu dela e virou-a sobre sua barriga.
Um suspiro a deixou com a súbita sensação de vazio e
com o movimento rápido, mas ele não a fez esperar muito
para sentir-se cheia mais uma vez. Ele empalmou seu
traseiro com suas mãos grandes, agarrou os montes e
apertou-os com força até que ela ofegou pela sensibilidade.
— Tão, maravilhosamente perfeita. — Ele agarrou a sua
cintura e puxou-a até que estava agora em suas mãos e
joelhos, o rabo no ar e as pernas abertas. Sua vagina estava
em exposição e o ar gelado movendo ao longo de sua carne
superaquecida.
Sentiu-o colocar a ponta do seu eixo na sua entrada,
mais uma vez, e então ele estava deslizando dentro dela em
um movimento suave e fluido.
— Sim. — Ela encontrou-se sussurrando.
Ele se moveu dentro e fora dela lentamente, mas
apenas como antes ele começou a pegar velocidade quando os
segundos se passaram. Ele resmungou e segurou seus
quadris em uma prensa.
Audrey abaixou a cabeça e olhou para baixo o
comprimento do seu corpo, podia ver o peso de suas bolas
balançando enquanto empurrava dentro e fora dela. Audrey
abriu a boca em um grito silencioso.
Ele gemeu e grunhiu, e seu prazer aumentou. E então
ele estava segurando seus quadris tão apertado que a dor a
fez ofegar, mas também misturar-se com o prazer. Styx
enterrou-se tão profundamente dentro dela que podia sentir
os jatos duros de sua semente enchendo-a. Ele tinha a boca
em sua garganta e ela sentiu-o furar sua garganta.
O prazer foi ainda maior, se isso fosse possível.
Encheu-a com seu esperma, banhando-a nele até que
tudo o que ela podia sentir, cheirar e ouvir era Styx.
Puxando sua boca longe de seu pescoço, ele gemeu.
— Minha. — Ele estava no limite de seu controle.
Ele cobriu suas costas com seu peito, e sua respiração,
saindo em suspiros duros, banhando sua carne. Seus braços
tremiam enquanto ela se levantava, o prazer a consumia. E
quando ele se afastou de seu corpo, ela desabou nas peles.
Depois de um segundo Styx deitou ao lado dela, mas manteve
sua mão entre suas coxas, juntou sua porra que escorria
dela, e empurrou isto de volta em seu corpo.
— Minha semente pertence a você, companheira. — Ele
envolveu seu braço grosso em torno de sua cintura e a puxou
para perto dele. Sua pele estava suada, seu esperma e seu
creme cobriam sua vagina, e ela nunca se sentiu mais feliz do
que naquele momento.
— Minha fêmea. — Disse ele com a voz rouca.
Esse sentimento quente e amoroso a enchia quando ele
se inclinou e beijou o topo de sua cabeça. Puxou as peles
sobre eles, e ela se inclinou mais perto, aconchegando-se e
amando o calor que vinha dele. Ela inspirou seu cheiro
dentro dela, e não podia deixar de sorrir. Audrey se sentia
segura, protegida em seus braços. Que estranho era ela ter
ido de querer escapar, a não desejar nada além de estar ao
seu lado.
Sabia que o futuro estava cheio de possibilidades e
incertezas. Ela viveu, experimentou o bom e o mau. Não tinha
mais a sua família, não tinha nada para voltar. Mas, mesmo
que nada disso fosse verdade, mesmo que ela pudesse ter
encontrado uma vida em outro lugar, ela realmente não
queria estar em qualquer lugar, se não com Styx. Era um
acoplamento rápido, confuso, perigoso, e muito mais, mas
sentiu que era o certo, e não queria deixar isso ir.
As horas passaram e Audrey estava ao lado de Styx,
ouvindo sua respiração profunda, e sentindo-se satisfeita por
ele segurá-la tão perto. Olhou fixamente para o fogo, as
chamas ardendo sobre os troncos, e lançando sombras e luz
ao longo da parede da caverna.
Pensou sobre a sua família e o que eles pensariam dela e
de sua situação. Como eles se sentiriam se soubessem que
ela estava aceitando isso, e queria ficar com Styx?
Ela sorriu quando olhou para as chamas.
Eles ficariam felizes se eu estivesse feliz. Eles ficariam
felizes que eu encontrei alguém que cuida de mim.
Ela nunca se esqueceria de onde veio, as dificuldades
que passaram para ter comida em sua mesa e um teto sobre
suas cabeças. Mas também nunca esqueceria o amor que
experimentou de sua mãe e irmão, ou as memórias
maravilhosas dos momentos de silêncio que apenas estavam
na presença um do outro.
Ela se ajustou e enfrentou Styx, viu que ele estava
dormindo, e estendeu a mão e acariciou sua bochecha
coberta de barba. Este grande homem, este guerreiro,
diferente da espécie dela, cuidou dela quando estava sozinha
e não tinha ninguém ou qualquer coisa neste mundo. Ela não
sabia o que o futuro reservava, mas sabia que estava se
apaixonando por ele, seu companheiro, seu marido, e o
homem que lhe deu mais do que ele jamais saberia, e mais do
que ela jamais esperava ter depois que perdeu tudo.
Vários anos depois
O fogo rugia no centro da caverna, havia silêncio em
torno deles, e tudo o que Styx sentia era felicidade e estar
totalmente completo. Tinha acabado de foder sua
companheira, a fez gozar várias vezes, e agora ele a segurava
enquanto a noite avançava.
Não passava um dia sem que Styx não agradecesse aos
deuses que ele tivesse encontrado Audrey, e que ela o
aceitasse por quem e o que ele era. Seu tempo juntos no
início pode ter sido tudo menos tradicional, pelo menos, de
onde ela veio, mas eles fizeram funcionar.
Os anos passaram em um borrão de memórias,
protegendo o que era dele, e certificando-se de que Audrey e
seus filhos estavam protegidos e cuidados acima de tudo.
Eles eram a razão pela qual ele vivia agora, a razão pela qual
ele saiu e lutou para ter certeza de que eles seriam
alimentados, que eles tinham tudo o que precisavam.
Olhou para sua companheira, empurrou o cabelo
vermelho longe de seu rosto, e sentiu o peito apertar com as
emoções que o enchia toda vez que olhava para ela. Sua
espécie não tinha uma palavra para o que ele sentia, e
embora soubesse que a espécie humana chamava de amor,
para Styx era algo mais forte, mais permanente.
Ela era a mãe de seus filhos, a razão pela qual ele
respirava a cada dia. Empurrando para baixo a pele animal
que os cobria, ele colocou a mão sobre a barriga inchada. Ela
teria seu terceiro filho a qualquer momento, e ele não pôde
evitar o sorriso que se espalhou pelo seu rosto. Antes de
Audrey e seus filhos terem entrado em sua vida Styx não
encontrou nada para estar satisfeito. Ele vivia todos os dias
apenas sobrevivendo, querendo uma companheira, uma
família, mas como estava sozinho, sabia que isso nunca
poderia acontecer.
— Está frio. — Audrey sussurrou, mas ele viu o sorriso
no rosto, cheirou o ar provocante que vinha dela. Ela abriu os
olhos e olhou para ele.
Ele ainda tinha a mão em sua barriga e sentiu o chute
da criança.
Ela passou a mão sobre seu bíceps, e por longos
segundos, eles apenas ficaram ali em silêncio.
— Marido, me diga o que nós estamos tendo? — Ela
disse suavemente.
Deuses, ele nunca se cansava de ouvir lhe chamando de
“companheiro” ou “marido”. Ele se afastou um pouco e olhou
para ela.
— Eu pensei que você queria que desta vez fosse uma
surpresa.
Ela descansou a cabeça sobre seu coração.
— Eu acho que surpresas são superestimadas.
Ele riu suavemente. Styx esfregou a mão sobre a barriga
durante vários segundos, e então respondeu.
— É uma menina, esposa. — Ele disse calmamente, não
querendo acordar seus meninos gêmeos que dormiam no
outro lado da caverna.
Ela se aconchegou mais perto dele.
— Uma menina. — Ela repetiu suavemente, e levantou a
mão para tocar sua bochecha.
A espécie de Styx tinha sentidos aguçados, e por causa
disso ele era capaz de cheirar o sexo de seus filhos desde
cedo. Mas nesta última vez ela não queria saber de imediato,
ou ela não tinha certeza no início.
— Você acha que vai ser capaz de lidar com uma
garota? — Perguntou a sua companheira, aquele tom de
brincadeira ainda em sua voz.
Styx manteve a mão na barriga da sua companheira,
sentiu sua filha chutar novamente, e sabia que ele iria
proteger o que era seu a todo custo.
— Eu lido com você. — Ele disse, provocando sua
companheira de volta.
Ela lhe deu uma cotovelada delicadamente, e ambos
riram suavemente.
Todos os dias ele a amava mais. Ela era sua
companheira, sua esposa, a razão que ele respirava. Ele
morreria por ela, se isso significasse que ela e seus filhos
estavam a salvo e feliz.
— Eu te faço feliz, minha fêmea? — Ele perguntou.
Depois de um segundo ela empurrou-se para cima e
apoiou sua parte superior do corpo em seu cotovelo, olhando
para ele.
— Você sabe que eu sou. — Ela sussurrou e cobriu o
rosto com a outra mão. — Antes eu tinha uma mãe e um
irmão, vivia uma vida simples.
Ele ouviu a sua história antes, e mesmo todos estes
anos mais tarde, ainda sentia raiva por ela, e queria caçar os
homens que fizeram isso e matá-los lentamente.
— Mas depois de ser vendida e fugir, e então você me
trazer para a caverna, eu percebi que poderia ser muito feliz
apesar da circunstância que me fez ter medo em primeiro
lugar. — Ela continuou a alisar a mão sobre sua bochecha. —
Você me faz feliz, e você me deu belos filhos para amar e
cuidar. — Ela se inclinou e apertou seus lábios contra os
dele. — Eu te amo, companheiro. — Audrey murmurou
contra seus lábios.
— E você é minha. — Ele disse. Audrey sabia que não
havia nenhuma palavra para o amor, ou o que ele sentia por
ela para sua espécie, mas dizer-lhe isso significava mais do
que qualquer coisa que ele poderia dizer, ou qualquer coisa
que ele poderia fazer. Ele segurou a parte de trás de sua
cabeça e puxou-a uma polegada mais perto. Por longos
segundos, ele apenas beijou-a, satisfeito quando ela se
derreteu contra ele. — Minha vida é sua, Audrey.
Ela suspirou, e foi esse pequeno som, aquele pequeno
ato, que teve o orgulho enchendo-o e deixando-o saber dez
vezes que ele era um bastardo de sorte.
Ele deslizou a mão pela parte de trás de sua cabeça até
sua nuca. Styx moveu sua palma para o lado de sua garganta
onde ele cobriu a marca que ele deu a ela durante seu
primeiro acasalamento. Nunca iria curar, sempre mostraria a
alguém que ousasse olhar para ela que já estava acasalada.
Toda vez que olhava para aquelas marcas de furos gêmeos,
sentia orgulho. Audrey era sua mulher, sua companheira, e
apenas a morte a tiraria dele.
— Mas você é realmente feliz? — Ele perguntou de novo,
e, embora pudesse sentir que ela estava satisfeita, ele queria
que ela dissesse isso, queria ouvir as palavras.
— Mesmo que você saiba que eu sou, Styx …. Sim, você
faz-me delirantemente feliz. — Ela sorriu. — Você é um bom
companheiro, protetor e servente. Nós somos o seu mundo, e
você se preocupa conosco incondicionalmente. Eu não
poderia pedir mais nada.
Passou o polegar ao longo das cicatrizes de furo duplo.
— Você é um bom pai, cuida dos meninos, e eu sei que
você vai fazer o mesmo para a mais nova adição.
Ele a puxou para mais perto apenas a segurando. Ela
era dele, e nada iria mudar isso. Fazia anos desde que a
encontrou na floresta, e as coisas mudaram em tão pouco
tempo. Ela era sua companheira, a mãe de seus filhos e a
fêmea que estava destinado a estar. Ele sentia isso
profundamente dentro de seu corpo, consumindo cada parte
dele.
— Mamãe.
O som de Ryker fez Audrey sentar-se.
— Venha aqui, bebê.
Porque Ryker levantou, Kai, seu irmão gêmeo, também
se levantou. Em seus três anos de idade, os meninos eram a
imagem cuspida de Styx, e ele esperava que sua filha fosse
como Audrey, doce e bonita, e com uma cabeça cheia de
cabelo vermelho brilhante.
Os meninos subiram na sua cama, deitados entre eles, e
aconchegados contra o peito. Styx envolveu seus braços ao
redor de seus filhos e companheira, e segurou-os perto. Ele
se inclinou para beijar sua fêmea no topo de sua cabeça.
Ele tinha uma bela família, dois filhos saudáveis, e uma
filha a caminho. Sua companheira era saudável, satisfeita e
cuidava dele. Isso é tudo o que ele poderia pedir.
Styx olhou para Audrey, enquanto segurava seus filhos
perto. Ryker teve seu dedo mindinho enroscado em torno de
uma mecha de seu cabelo enquanto adormecia. Logo os
meninos dormiram, e emoção o encheu. Era só com eles que
ele mostrava esse lado mais gentil.
Ele poderia ser um guerreiro endurecido, matou
inúmeros animais para sobreviver, e continuaria a fazer isso
todos os dias para o resto de sua vida, mas sabia que ali era
exatamente onde ele deveria estar.
Essas três, logo quatro, pessoas eram seu mundo, e
nada nem ninguém nunca iria mudar isso. Ele caiu no sono
com a família ao seu lado, com a mão na barriga de Audrey, e
o mundo a seus pés. Isso era o que significava realmente
sobreviver, ser um homem de valor.
Ele nunca deixaria isso acabar.
FIM