Capítulo 1
—Sabe, você não vai morrer se você for lá e só falar com
ela—. Disse Joker.
Nerd tomou um gole de sua cerveja e olhou para o amigo
que veio para apoiá-lo. Mais uma vez, ele voltou sua atenção
para a bela mulher que estava usando um monte de roupas,
embora o sol estivesse de rachar naquele dia. Ele tirou a
camisa e jaqueta e se pudesse teria se livrado de suas calças
também. Estava quente para caralho, e ele estava assando.
Hannah, no entanto, usava calças jeans, uma blusa larga e
um cardigan. Seu cabelo loiro estava puxado para trás em
um longo rabo de cavalo, e ela estava conversando com
Amy. As mulheres do clube se tornaram amigas dela e ela
fazia parte da família desde que todos a salvaram daquela
porra de culto que a estava torturando.
—Eu não posso simplesmente ir e falar com ela.
—Por que não?
—Ela está melhor sem mim. Com tudo o que ela passou
e o tipo de homem que eu sou…. Ele balançou a cabeça. —
Sim, ela está melhor sem mim. — Quando Hannah chegou
pela primeira vez na sede do clube, ela fora retirada do culto
e estava completamente apavorada, mas era de se esperar,
dado o que aconteceu com ela. Ele testemunhou seu avanço e
recuo nas menores coisas. Ela foi examinada por uma médica
que avaliou seus ferimentos. Os desgraçados cortaram as
costas dela de uma forma, que ela estaria assustada para o
resto de sua vida. Porra, ele odiava isso e desejou que tivesse
dado ao desgraçado que a machucou uma morte mais
dolorosa.
Eu gostaria de poder fazer essa porra de seita pagar tudo
de novo, dez vezes mais.
A médica também lhe deu um comprimido caso ela
estivesse grávida, e aquilo o matou por dentro, pois lhe dizia
que ela foi estuprada. Ela foi ferida na mais violenta das
maneiras, chamada de todos os tipos de merda, mas ela
ainda estava de pé. Isso mostrava a sua força.
Quando eles a trouxeram para o clube depois de salvá-la
da maldita seita da família da Elena, Hannah acordava todo o
clube com seus gritos de terror. Ele se lembraria desses sons
para sempre. Elena teve problemas com essa seita, fugindo
deles para que ela pudesse ter uma vida.
—Amy teve uma vida difícil também. Eu pensei que
seria melhor dar-lhe espaço, mas eu era um idiota. Tempo e
amor curam todos os tipos de feridas, Nerd.
—Você já a ouviu conversar com as mulheres. Você já
testemunhou Amy e as outras Senhoras, consolando-a. Você
realmente acha que ela está pronta? Ela é muito jovem para
ter de lidar com qualquer coisa assim, e ainda mais com um
filho da puta como eu que fará mal a ela.
Ela tinha dezoito anos, caralho, muito jovem. Tinha
conseguido o seu diploma de Ensino Médio com a ajuda das
Senhoras. Isso ajudou a manter sua mente longe do que
aconteceu, pelo menos foi o que ele ouviu. Hannah disse a
eles que ela não tinha para onde ir, e assim eles a acolheram
em seu clube.
Porra.
Sua vida foi de foder aleatoriamente cada prostituta do
clube, para ficar só olhando para uma mulher, e se tornar
possessivo e territorial sobre ela. Para tornar-se obcecado por
ela. Hannah precisava ser cuidada, e ele era o homem que
iria garantir que ela estivesse segura, não importasse o quê.
Ela era uma menina doce, doce demais para o gosto
dele.
Havia tanta coisa sobre ela que ele achava charmoso,
tanto que ele queria saber mais sobre ela, sem importar quão
pequena a informação fosse.
Seu sorvete preferido era morango, e ela adorava com
calda de chocolate quente. Ela odiava café, e os desenhos de
sábado a faziam rir.
Homens a deixavam nervosa.
As mulheres membros do clube e as Senhoras a
protegiam.
Nos últimos meses, Nerd a observou, e ele tinha certeza
que ela estava melhorando. Ele simplesmente não conseguia
suportar a ideia de ficar sem ela.
—É difícil para ela.
—Eu não estou dizendo que o que Amy passou não foi
difícil, é só que, eu não sou como você, Joker. Você tem uma
conexão com Amy. Tudo que eu fiz foi salvar Hannah.
Joker agarrou seu ombro.
—Isso significa mais para ela do que qualquer coisa que
você saiba.
Nerd queria acreditar nele, ele realmente
queria. Balançando a cabeça, ele tomou um gole de seu
refrigerante e observou a mulher que estava consumindo
todos os seus pensamentos. Eles estavam reunidos para um
churrasco. Com o calor do verão, era impossível ficar dentro
do clube. Ele não sabia o que estava acontecendo, mas estava
quente para caralho, o noticiário dizia que era uma onda de
calor.
Ele estava cansado de sentir calor o tempo todo.
Olhando em volta do quintal, ele não podia deixar de se
sentir relaxado. O clube era a sua casa, eram seus irmãos,
sua família. Eles o tinham protegido em todas as situações, e
ele amava todos eles. Nerd morreria por cada um deles, assim
como ele sabia que eles morreriam por ele.
Hannah deixou o pequeno grupo de mulheres e foi para
dentro do clube. Após terminar sua cerveja, Nerd também
entrou. Ele não apenas a observava de longe; mas ele falava
com ela de vez em quando. O que ela não sabia é que ele fazia
tudo isso e a seguia. Ele sabia cada passo que ela dava. Disse
a si mesmo que ele faria isso para se certificar de que ela
estivesse segura.
Entrando na cozinha, ele viu Hanna com uma grande
frigideira. Quando a porta bateu atrás dele, ela endireitou-se
e virou-se com os olhos arregalados, e soltou um suspiro. Ele
a assustou.
Porra.
Levantando as mãos em sinal de rendição, ele tentou
fazer de tudo para parecer menos ameaçador para ela.
—Sou só eu.
—Você me assustou.
—Eu não tive a intenção.
Ela sorriu, e ele viu que foi forçado.
Apenas uma vez ele adoraria ver um sorriso dela que
não fosse tímido ou cheio de perguntas. Era como se ela
estivesse com medo de ser ela mesma.
A maldita seita a danificou.
Nerd odiava o pensamento de que nunca realmente
conheceria a bela mulher que ela fora antes de ser
sequestrada. Ela colocou um pouco de cabelo atrás da
orelha.
—Não é culpa sua. Sou eu.
—Ninguém vai feri-la aqui. Você está segura.
—Eu sei. — Ela olhou para suas mãos e, em seguida, de
volta para ele, tomando uma respiração profunda. —Eu estou
tentando lutar contra isso.
—Lutar contra o quê?
—O medo. Há tempos eu tenho medo dele voltar. Eu não
gosto de estar sozinha e, no entanto, tudo que eu quero é
ficar sozinha. Se estou sozinha, posso me concentrar, e eu
não tenho que ver a pena nos olhos de todo mundo.
—Eu não tenho pena de você, Hannah. Estou com raiva
por você. Estou com raiva com tudo que você perdeu, que foi
tirado de você. — Ele baixou as mãos. —Eu não posso falar
pelos outros, mas eu sei que eles têm as melhores
intenções. Se você quiser ficar sozinha, você pode ficar
sozinha, sem perguntas.
Ela sorriu.
Mais uma vez, o sorriso não alcançou seus olhos, e era
um simples movimento de seus lábios, mas ele aceitaria.
—Você é um bom homem, Nerd—, disse ela. —É
estranho chamá-lo assim. Eu sempre fui uma ‘nerd’, chamar
alguém assim me parece rude.
Ele riu, esperando que ela visse como seria fácil ficar
perto dele. Nerd não precisava de mais nada dela, que não
fosse ficar relaxada. Se ele a tivesse, ele lutaria com cada
filho da puta que se aproximasse dela para se certificar que
ela conhecesse esse tipo de paz.
Sua vida pertencia a ela agora.
Hannah viu Nerd sair. Ele ficou na cozinha com ela
conversando por mais de dez minutos, e talvez tenha
percebido o quão desconfortável ela estava. Será que foi por
isso que ele saiu? O problema não era ele, ou sua presença
que fazia ela se sentir tão estranha, mas o fato dela não saber
se conseguiria ser —normal— de novo, perto de
alguém. Estar naquele culto realmente a ferrou, e Hannah
odiava tanto.
Ela apoiou as mãos no balcão e soltou o ar, sem saber o
que ela queria fazer com sua vida. Ela era uma mulher livre,
não tinha que viver de acordo com as regras, e se sentia
incrível, mas também assustada para caralho.
A verdade era que, ser livre era muito mais assustador
do que estar no culto. Ela não sabia se isso era por causa do
tempo que ela foi mantida acorrentada, torturada, não só
fisicamente, mas mentalmente também, ou porque ela
realmente se sentia perdida.
Ela abriu os olhos e saiu da cozinha. Ela queria ficar
sozinha agora, ela precisava de silencio para colocar seus
pensamentos em ordem.
O clube foi tão bom para ela, a ajudou a conseguir o seu
diploma. Foi muito difícil, mas também emocionante ao
mesmo tempo. Mas agora, ela tinha algo que a ajudaria a
conseguir um emprego. Hannah sentiu o medo tomar conta e
ameaçava puxá-la para baixo, mas ela empurrou-o de
volta. Ela não queria ser uma coitadinha assustada, não
queria que o que aconteceu ditasse a sua vida. Será que ela
precisava de terapia? Amy, a Senhora do Joker, contou a ela
sobre quando ela conversou com um profissional sobre seus
problemas. Mas eles lhe ajudariam?
Ela entrou no quarto que o clube lhe deu, fechou a
porta, e por um segundo apenas se recostou nela, olhando
para seus —pertences—, ou mais apropriadamente o que o
clube possuía.
Havia uma cama de casal no canto, uma mesa de
cabeceira ao lado, uma luminária na parte superior da
bancada, e um livro que Deanna, a Senhora de Demon, lhe
dera. Era sobre uma garota que tinha que ser forte quando
ela sentiu que estava perdendo o rumo na vida.
Havia uma janela do outro lado da cama e uma cômoda
pressionada contra a parede. Ela ganhou roupas suficientes
para toda sua vida e não sabia se o clube e as mulheres um
dia saberiam, realmente, o quão grata ela era.
Afastando-se da porta e entrando no banheiro, que era
anexado ao quarto, ela acendeu a luz e olhou-se no
espelho. A luz do banheiro era intensa, mostrando todas as
suas ‘falhas’. — Ela não sabia por que fez isso, mas Hannah
se viu agarrando a parte inferior de sua blusa e tirando-a
sobre a cabeça. Ela colocou sobre a beira da pia e olhou para
seu rosto. Muito lentamente, ela baixou o olhar para os seus
seios, olhando para seu sutiã branco liso por um segundo, e
finalmente se virou.
Ela olhou por cima do ombro, para as cicatrizes e feridas
em suas costas. A maior parte delas estavam quase
completamente curadas, mas algumas infeccionaram e o
médico teve que tratá-las. Lembranças de como conseguiu
aquelas cicatrizes passaram por sua mente, e ela fechou suas
mãos em punhos tentando respirar através das memórias.
—Isso não te define.
Dizer isso em voz alta não descartou o fato de que ela se
sentia feia, odiava a si mesma pelo que ela fez a si mesma… e
o que permitiu que fizessem com ela.
A família, ou a seita, que era o que eles realmente eram,
foi ótima no começo. Solidários e amorosos, eles mostraram a
ela que ela não tinha que estar sozinha no mundo. Ela estava
fugindo, escapando de uma vida que fora preenchida com um
pai bêbado abusivo e uma mãe ausente. Ela saiu da escola e
trabalhou para economizar dinheiro para fugir de
casa. Quando ela não aguentou mais, empacotou o pouco
que tinha e pegou a estrada. Foi quando ela conheceu a —
família. Eles a aceitaram, alimentaram, deram abrigo e amor.
Era tudo que ela nunca recebeu desde pequena. Sempre foi
ela contra o mundo.
Respirando pesadamente, ela pensou sobre o que ela
passou, e em como nada parecia funcionar do jeito que ela
queria. Era difícil não pensar no passado, e em como ela
ferrou tudo. Não levou muito tempo para a família se
mostrar, se transformando em demônios escondidos em
humanos. Era como uma ferida aberta, ela estava muito
confusa com tudo aquilo. Logo depois, começaram os abusos,
estupros, e depois ela estava lá pendurada como uma
oferenda.
Ela afastou os pensamentos do passado e colocou sua
blusa de volta. Depois de sair do banheiro, ela foi até a janela
e abriu a cortina. Seu quarto era na parte de trás do clube,
então quando ela olhou pela janela viu todo o quintal. Olhou
para onde o churrasco estava acontecendo, os membros do
clube e suas mulheres, as mulheres membros do clube e até
mesmo alguns outros membros de clubes das cidades
vizinhas, confraternizando. Eles eram uma família, e não
importava como, eles ficariam juntos.
Era tão bom assistir isso, mas também a deixava triste,
a fazia querer algo assim em sua vida. Ela sentiu o pulsar
das cicatrizes, lembrando-a quem ela realmente era. Ela
odiava, odiava não ter mais controle de si mesma.
Empurrando esses pensamentos e sentimentos para
longe, ela se concentrou no clube, onde ela estava agora. O
Moto Clube a fazia sentir-se bem-vinda, mas não era uma
tola em pensar que poderia ficar aqui para sempre.
Seu olhar focou em Nerd, que estava na
churrasqueira. Ele virou alguns hambúrgueres enquanto
bebia uma cerveja. Skull e Brash, outros membros do clube,
estavam ao lado dele, todos parecendo relaxados e
confortáveis com eles mesmos. Seja lá o que Nerd disse fez os
outros dois homens rir e bater-lhe nas costas.
Mas os outros membros Moto Clube se afastaram e
então era apenas Nerd parado lá. E então ele levantou a
cabeça e olhou diretamente para ela. Será que ele sentiu seu
olhar? Havia alguma coisa nele que fazia ela sentir esse
arrepio subir na espinha toda vez que o via. Ela não negava o
fato de notar que ele a observava. Teria sido um pouco
irritante a maneira como ele olhava para ela o tempo todo,
porém fazia Hannah se sentir segura.
Mas ela sabia que nunca conseguiria estar com alguém,
não por enquanto pelo menos. Ela foi machucada, ela ousava
dizer até danificada. Apenas com dezoito anos. Que vida triste
ela teria se seguisse o rumo que as coisas tomaram até agora.
Talvez um dia ela encontrasse alguém que pudesse aceitá-la
do jeito que ela era. Porque lidar com tudo que ela passou
ocuparia toda a mente de um homem.
Duas semanas depois
Nerd continuava mantendo distância de Hannah,
dando-lhe o espaço para perceber que ela estava segura e não
devia ter medo dele. As noites que ela acordava assustada
chegaram ao limite, duas semanas atrás depois do
churrasco. Ele queria saber o que deu início ao seu ataque de
pânico. Ela gritou durante uma hora até que eles não
tivessem mais escolha a não ser chamar o médico para sedála. Quando ela acordou, ele conversou com ela sobre ver um
profissional.
Ela recusou. No final, Amy foi quem finalmente
conseguiu que ela concordasse em ver alguém. Ela estava
ressentida, ele notou o quão irritada estava por eles estarem
fazendo-a ver alguém, mas eles não tiveram escolha.
Hannah não estava melhorando, tanto quanto ele
desejava que ela estivesse. Ela não estava. A terapia era o
próximo recurso, ele só esperava que funcionasse.
—Você está limpando sua moto novamente—, disse
Skull, parando ao lado dele.
—Eu limpo a minha moto o tempo todo. — Ele pegou o
pano de polir e esfregou a lateral do tanque.
—Eu nunca vi sua moto tão limpa.
—Eu estou fazendo o que eu posso para me manter
ocupado.
—Hannah?
Nerd fez uma pausa e olhou para um de seus amigos e
irmãos.
—Hannah começou a fazer algumas aulas de verão. As
Senhoras, e aparentemente até o terapeuta, disseram que
poderia ajudar a se sentir bem ao estar perto de outras
pessoas.
Skull assentiu.
—Pode ser, mas de forma alguma ela estará fazendo
faculdade tão cedo. Ela não pode sequer dormir à noite sem
ter um ataque de pânico. Ela está muito sensível.
—Ela não está lidando com seu passado muito bem, e
eu não sei se eu estou ajudando ela agora ou se eu estou
apenas no meio do seu caminho—. Nerd sentou no assento
de sua moto e olhou para o céu. Foi mais um dia quente, e
ele estava ficando cansado da vida em geral. Ele nunca se
sentiu tão impotente. Durante toda sua vida, ele foi
ambicioso em tudo, lutou todos os dias por seu lugar. Ser
parte dos Soldados foi uma das melhores conquistas da sua
vida.
—Você está ajudando.
—Sim, claro.
—Pense nisso, você está dando a ela uma casa, um
lugar para ficar. Você está ajudando ela mais do que
qualquer irmão aqui. Se não fosse por você, Amy não teria
pressionado ela para ir ao curandeiro.
—Terapeuta.
—Tanto faz, é tudo a mesma coisa para mim. Hannah,
ela tem a mente fodida, eu sei disso, e isso me machuca por
dentro. Ela precisa melhorar antes para que ela possa seguir
em frente—. Skull deu de ombros. —Você está fazendo a
coisa certa, dando-lhe tempo.
Nerd concordou e agradeceu-lhe. Skull não era
conhecido por ser bom com palavras, mas de fato ele falou
com sabedoria.
Voltando à sua moto, ele continuou a limpá-la até
brilhar. Ele amava sua moto, mas ele nunca foi do tipo que
realmente a limpava com a obsessão que ele tinha
recentemente.
O clube estava quieto hoje. Deanna e Demon saíram
com o bebê Ty. Daniella e Shakes estavam tentando pensar
em formas de induzir o parto. Amy, Joker, Steel, e Eloise
estavam por perto, mas fazendo suas próprias merdas, e
Striker e Elena provavelmente estavam em um clube de
BDSM.
Durante os últimos anos, os rapazes se estabeleceram e
cada um encontrou uma pequena parte de si mesmos em
uma mulher.
Esfregando a parte de trás da cabeça, Nerd se alongou,
cruzando os braços por cima da cabeça enquanto ele absorvia
o sol. Porra, ele sentia bem em ter o sol batendo em seu
corpo, mas ele nunca permaneceu excessivamente sob
ele. Jogou sua jaqueta sobre o banco de sua moto. Ele mal
podia esperar até o outono ou o inverno chegar. Havia muito
pouco de sol que um cara podia aguentar antes de ficar
louco.
—Está quente, né?
Sua voz doce o deixou tenso. Ele virou-se abruptamente,
colidindo com sua moto, que caiu, batendo no chão.
Hannah fez uma careta, estendendo a mão para a moto.
—Eu sinto muito, eu não deveria ter interrompido a sua
paz, eu poderia ter estragado a sua moto.
—Não se preocupe com isso e não estragou nada.
Ela tentou levantar a moto, mas não tinha
força. Movendo-se ele assumiu o trabalho, mas foi estranho
levantar a moto com ela no meio. Ele não queria tocá-la,
porque as vezes que ele tentou ela também se afastou.
—Está tudo bem, eu levanto—, disse ele.
—Não, tudo bem.
—Hannah, é uma moto pesada, e você não tem força,
baby. — Ele foi para tocar seu braço, mas parou quando
ouviu seu suspiro. Ele nem mesmo chegou a tocar a pele, e já
puxou a mão de volta.
—Eu sinto muito. Pode deixar. Eu faço isso.
Ela hesitou por dois segundos antes de finalmente
ceder.
—Desculpe-me. — Ela deu um passo para trás,
esfregando as mãos. Quando ela não estava perto da moto,
ele a levantou com facilidade.
—Eu tenho alguns problemas sérios, eu sei, mas eu
estou trabalhando neles, ou tentando, pelo menos.
—Não se preocupe.
Ele colocou a moto para trás e se virou para ela.
—Eu causo problemas por todos os lugares que eu
passo. — Ela riu, mas foi forçado, tenso.
—Não causa não. Quem está falando esse tipo de merda
para você?
—Ninguém.
—Qualquer pessoa que fale coisas assim, eu quero que
você me diga e eu vou lidar com isso.
Ela concordou, mas não fugiu, o que foi uma pequena
vitória.
—Eu queria te agradecer pela outra noite, há duas
semanas.
—Por quê?
—Por ter me ajudado.
—Baby, o médico te ajudou.
—Você não desistiu de mim. Eu sei que não sou a
melhor pessoa que eu posso ser, mas obrigada.
Uau, essa era a primeira vez que Hannah veio até ele.
—De nada.
Ele notou que suas mãos tremiam.
—Você não tem que ter mais medo.
Ela assentiu com a cabeça.
—Eu sei disso. Eu não tenho medo de você, apesar de
tudo.
—Se você não fica confortável conversando comigo, eu
entendo.
Ela abriu a boca, fechou-a, e, em seguida, abriu
novamente.
—Apesar de estar nervosa e querer muito correr, eu
confio em você. Eu acredito que você vai me manter
segura. Eu quero me livrar desse medo, e eu quero fazer isso
por você. — Nerd ficou surpreso. Ela queria fazer isso por
ele? Ela precisava fazer isso para si mesma também. Nerd
assentiu.
—Como estão as aulas?
—Tudo bem. Chato em algumas horas, eu odeio
ciência. Não é nem um pouco divertido. Matemática é
complicada, mas eu duvido que se fosse algo fácil eles fariam
você aprender—. Ela sorriu. —Está me ajudando, no entanto,
sabe, estar perto de outras pessoas. Mantém minha mente
concentrada em outras coisas.
—Fico feliz em ouvir isso. — Droga, ele queria puxá-la
para perto. —Então, a escola é chata.
—Eu gosto de inglês. É bom para ler, mas eu prefiro ler
outros livros do que aqueles que eu deveria ler. Eles são
todos chatos.
Ele riu.
—Você parece uma criança falando.
—Eu queria muito ser uma.
Sua resposta o deixou quieto.
—Eu realmente sinto muito, eu não queria ver você
sofrer.
O silêncio permaneceu.
—Não importa. Você me salvou. — Ela sorriu para ele,
mas mais uma vez não chegou nos seus olhos.
—Como as coisas estão indo com a sua terapeuta?
—Ela quer que eu fale sobre os meus sentimentos o
tempo todo, o que eu acho difícil de fazer. Não é fácil dizer a
um estranho qualquer, coisas que você não quer se lembrar—
. Ela colocou um pouco de cabelo atrás da orelha.
Eram esses pequenos detalhes que paralisavam
Nerd. Ele só queria salvar e protegê-la.
—Não, eu imagino que não seja.
—Mas todo mundo parece pensar que é fácil. Que eu
deveria apenas falar com esta mulher. Eu nem a conheço.
—Ela é uma boa terapeuta e deu certo com Amy.
Hannah assentiu.
—Nem todo mundo precisa falar sobre o que deu errado
em suas vidas. Talvez eu seja uma delas.
Nerd olhou para ela, vendo a dor conflitante estampada
em seu rosto. Ela estava profundamente ferida, e isso a
assustava.
—Hannah, você tem que descobrir o que te faz feliz. A
vida que você tinha, isso não vai te machucar mais. O clube
irá te proteger. Nós vamos te proteger. Você não tem que se
preocupar em falar com alguém para nos fazer sentir
melhor. Faça o que o que for preciso para colocar um sorriso
nesse rosto bonito. Você merece isso.
Tudo que Hannah conseguiu pensar o resto da semana
foi naquela conversa com Nerd. Imaginou ele com seu corpo
enorme parecendo perigoso, mas o que era interessante foi a
maneira que se mostrou gentil e amável com ela.
Olhando para frente da sala de aula ela podia ver a boca
do professor se mexendo, mas não podia ouvir as palavras
que saíam de lá. Hannah estava perdida demais em tudo
para se concentrar.
Finalmente, a aula terminou e ela recolheu seus itens
antes de sair de classe. O campus fazia parte de uma
pequena faculdade comunitária da cidade, e embora não
houvesse qualquer coisa que ela queria ser quando ela —
crescesse—, ela aceitou vir em algumas aulas toda semana
para ajudar a se sentir mais confiante consigo mesma. Falar
com um terapeuta também estava ajudando, ainda que ela se
sentisse desconfortável falando tudo o que aconteceu para se
curar.
Ela deixou o campus, e quem esperava por ela no
estacionamento era Amy. Como Hannah não tinha um carro
ou até mesmo a licença para dirigir, ela teve que confiar essa
parte a pessoas que pudessem ajudá-la a chegar à faculdade,
mas todas as Senhoras e até mesmo o clube eram muito
gentis com ela. Eles eram tão bons que quase faziam Hannah
sentir que não merecia isso, não com as escolhas estúpidas
que ela fez na vida e o fato de sua autoestima ser uma merda.
Ela sorriu quando entrou no carro.
—Como foram as aulas? — Amy perguntou e começou a
se afastar do edifício.
—Foi tudo bem. — Hannah não disse nada sobre não
conseguir se concentrar porque Nerd esteve em sua mente
todo o tempo.
—Você está bem para ir à terapia hoje?
Amy perguntava isso toda vez que elas estavam a
caminho da terapeuta. No começo, foi estranho pensar em
falar sobre as coisas que aconteceram, mas ela estava ficando
mais confortável com tudo e ela sentiu que estava
progredindo.
—Gregory é mesmo ótimo—, disse Amy de seu próprio
terapeuta, o que ela ainda via para ajudar com seus próprios
problemas. Amy contou sobre o que aconteceu a ela, e como
Joker a apoiou. Era assim que Hannah se sentia sobre Nerd,
mas ela estava com muito medo de dizer qualquer coisa,
muito medo até de como ele a fazia se sentir.
—Jamie está realmente me ajudando, eu acho. Ela leva
o seu tempo e não me força a conversar. — Mas ela pensou
em Jamie, e em como Hannah realmente não se sentia
totalmente confortável em falar tudo abertamente. Era
verdade, falar sobre seus problemas até mesmo para um
estranho ajudava, mas havia essa defesa nela que fazia com
que ela não revelasse todos os seus segredos.
Amy assentiu, seu foco ainda na estrada.
—Essa clínica é fantástica. O que eu vi, pelo menos. Eu
nunca tive uma sessão com Jamie, mas eu falei com ela,
rapidamente, enquanto eu esperava para ver Gregory e ela
me parece boa o suficiente.
Elas dirigiram os próximos vinte minutos em silêncio,
com apenas o som suave do rádio tocando ao fundo. Amy
parou em uma vaga de estacionamento na frente do edifício
de arquitetura moderna e desligou o motor. Elas saíram do
carro e entraram, e depois de se identificarem, elas se
sentaram em um assento na sala de espera.
Hannah começou a se sentir ansiosa quando olhou para
janela de vidro fosco. Ela não conseguia ver nada, mas a luz
que atravessava a janela projetava uma sombra estranha por
toda a parede.
—Hannah? — Ela escutou a voz de Jamie, e Hannah se
virou e olhou para a mulher. Ela estava sorrindo, com seu
cabelo avermelhado com um nó frouxo no alto da cabeça e
seus penetrantes olhos azuis brilhantes. —Eu estou pronta,
se você quiser ir.
Amy deu-lhe um tapinha na perna, e, em seguida,
Hannah levantou-se e seguiu Jamie. Quando entraram na
sala e fecharam a porta, Hannah tomou seu lugar habitual
em frente a Jamie. A terapeuta começou a anotar algumas
coisas, e Hannah tentou se acalmar. Ela estava confortável
com Jamie, ou quase confortável, mas estava nervosa sobre o
avanço de suas sessões e para onde o rumo da conversa
iria. Seria forçada a falar sobre a merda que aconteceu e,
embora ela pensasse nisso, ela sonhava com isso
constantemente, dizer em voz alta tornava tudo muito mais
real.
—Como você está hoje, Hannah? —, perguntou Jamie,
sorrindo genuinamente para ela.
Hannah sorriu de volta, e ela não se sentia forçada, mas
sincera.
—Estou bem. Ainda lutando com os sonhos e
as questões de autoconfiança.
Jamie assentiu.
—Eu sei, e isso vai levar tempo, é claro. Mas você está
fazendo um bom progresso. A cura não é uma correção
instantânea, mas é algo que possui passos a serem dados e
compreendidos, para que você consiga conviver com isso.
Hannah assentiu.
—Mas eu tenho pensado muito sobre Nerd. — Hannah
mencionou brevemente o motociclista para Jamie em uma
sessão e quão bom ele foi para ela.
—O homem do MC que a salvou?
—Sim. — Jamie esfregou as mãos sobre as
pernas. Hannah olhou para a mulher, com a defesa a postos
para se proteger disso.
—Que tipo de coisas você estava pensando?
Ela olhou para suas mãos em seu colo.
—Eu realmente não posso explicar isso, eu acho. É
difícil, porque uma parte de mim se pergunta se é atração o
que sinto. — Ela olhou para Jamie, envergonhada pela
admissão porque é a primeira vez que ela disse a alguém.
—Hannah, você não tem que se envergonhar de como
você se sente. Nerd te ajudou, e ainda ajuda você, durante
um momento muito difícil. É natural para nós como seres
humanos nos conectarmos e crescermos ligados a algo ou
alguém que nos faça sentir seguros.
—É difícil ser esta ‘danificada’ e querer algo que você
sabe que nunca vai ter.
—Você não está danificada, Hannah, e você não está
quebrada. Você pode ser curada, e é para isso que vamos
trabalhar. Vai levar tempo, mas nunca se sinta como se você
não pudesse ter uma vida boa após o trauma.
Ela assentiu com a cabeça, sabendo que Jamie falava a
verdade, mas também percebia que levaria tempo para
acreditar plenamente. Ela queria Nerd, queria estar com ele,
dizer-lhe o que sentia, mas Hannah estava com medo.
—Que tal se como lição de casa você conversasse com
Nerd, fale um pouco sobre o que você está sentindo?! Um
passo de cada vez, ok?!
Hannah assentiu, esperando que ela fosse forte o
suficiente para superar tudo isso.
Mais tarde naquela noite, Nerd se sentou no sofá,
trocando os canais em busca de algo para assistir. Nada o
atraía, e pelo canto do olho ele viu Hannah. Ela voltou da
terapia um pouco diferente. Amy não parecia muito
preocupada, e ninguém mais notou a forma como Hannah
estava inquieta, parecendo nervosa.
—Alguma coisa aconteceu hoje? — Ele perguntou,
olhando para Amy. Joker estava fora fazendo um trabalho
para Zeke e sempre que ele estava fora, Amy ficava no clube.
—Não. Tudo estava bem. Ela viu Jamie e quando ela
saiu, ela parecia feliz, por quê? — Ambos estavam
sussurrando então Hannah não estava ciente de que estavam
falando dela.
—Eu não sei. Ela parece mais calma do que o habitual.
—Os terapeutas oferecem conselhos e, em algumas
vezes, dão uma orientação sobre onde concentrar sua
energia—. Ela pode estar se concentrando no que Jamie
pediu a ela. Você pode perguntar a ela. — Amy sorriu para
ele.
—É bom que você se importe.
—É claro que eu me importo.
—É um pouco mais do que isso. Ela realmente é
importante para você. Você me lembra um pouco o Joker. Ele
era muito nervoso e possessivo sobre mim. Até hoje ele não
gosta que eu vá para a terapia, mas ele sabe que eu
preciso. A terapia me ajudou a ser uma mulher melhor para
ele.
—Você tem um bom coração, Amy. Tudo que você fez foi
aprender a ser paciente com o idiota do seu marido.
Amy riu.
—Eu vou dizer a ele.
—Eu espero mesmo. — Ele piscou para ela e continuou
passando pelos canais parando em um filme de terror que era
muito ruim. Quando as propagandas começaram vinte
minutos depois, ele saiu para pegar uma cerveja, passando
pela mesa de Hannah enquanto andava. Nerd parou, e
Hannah olhou para cima.
—Ei.
—Ei.
—Como foi a faculdade hoje?
—Lenta, um pouco chata. Eu tenho várias tarefas que
precisam ser concluídas o que é uma merda, mas eu não
tenho mais nada para fazer pelo resto do fim de semana. E
você?
—Eu não fui para a faculdade hoje, querida.
Ela riu.
—Não, eu quero saber o que você tem planejado para o
fim de semana?
—Eu tenho algumas coisas para fazer, provavelmente
ficar perto do clube, fazer algum DIY1. Esse lugar precisa de
uma pintura nova—. Ele olhou ao redor do clube para a tinta
descascando das paredes.
Normalmente os caras levariam todo o fim de semana
para pintar o lugar, mas eles estavam concentrados em seus
próprios problemas recentemente. Com o calor que estava
fazendo, era o momento perfeito para começar o trabalho.
—Isso parece divertido.
—Volte para o seu trabalho. — Ele deu batidinhas na
mesa e voltou para o sofá. Tomando sua cerveja, ele viu um
filme de terror e depois o próximo. Vários membros do clube
passaram perto dele, alguns permanecendo por alguns
minutos. Skull permaneceu mais tempo, conversando sobre
os efeitos especiais e outras merdas.
—Como você consegue assistir isso? — Perguntou Skull.
—Você é um covarde. Não suporta sentir medo—. Skull
sacudiu a cabeça.
Hannah ainda estava estudando ali perto.
—Você sabe que ela continua olhando para você. Eu
acho que ela quer conversar.
—Por que você não cai fora e dá espaço para ela
conversar?
1
DYU: é a sigla da expressão em inglês Do It Yourself, que significa “Faça Você Mesmo”.
—Ok, ok, tudo bem. — Skull balançou a cabeça e
saiu. Hannah ficou em seu lugar, quieta, e Nerd tomou um
gole de sua cerveja, esperando.
Ele era um cara paciente, e ele estava feliz em esperar
até que ela estivesse pronta. Houve uma cena
particularmente quente com um maldito casal na tv e Nerd se
perguntou se ela estava excitada com o que viu. Ele não
esperava nada dela. Ela ainda estava lidando com seus
problemas, mas isso não significa que ela não poderia ter
desejos.
—Eu terminei—, disse Hannah.
Olhando para cima, ele viu que suas bochechas estavam
coradas e ela estava sorrindo.
—Ótimo, você quer ficar, relaxar e assistir a um filme?
—OK, claro.
Ela se sentou ao lado dele, e Nerd notou que ela se
sentou muito perto dele. Normalmente, havia pelo menos a
distância de uma pessoa entre eles. Desta vez, ela estava tão
perto que seu corpo encostou no dele. Para ficar confortável,
Nerd não teve escolha, colocou o braço sobre o encosto do
sofá.
—Eu tive um bom dia na terapia hoje.
—Isso é bom.
—Ela não me permite fugir de desafios.
—Ela dá-lhe desafios?
—É como um dever de casa. Ela me sugere algo que ela
acha que poderia me ajudar e se eu fizer isso, eu devo contarlhe tudo, como eu me senti e coisas assim.
—Ok. — Nerd franziu a testa. Isso foi o máximo que ela
já falou sobre sua terapia. —Que tipo de desafios é que ela te
deu?
—O primeiro foi falar com Deanna e encontrar a força
para conversar com as mulheres. Nada demais, apenas
pequenas coisas, perguntando como elas estavam ou apenas
dizendo ‘Oi’.
—E isso ajudou?
—Sim. Amy parecia entender o que eu estava fazendo, e
ela tem sido uma grande ajuda. Mas —ela olhou para ele— eu
não sei. Eu me sinto estranha em falar com ela, para ser
honesta. Eu sinto que algo está me impedindo de realmente
me abrir com ela.
Nerd estava tenso, não gostando de como isso soava.
—É difícil falar comigo?
—Não. Acho que quando se trata de você, eu posso
conversar com você e eu não tenho esses ataques
loucos. Você é o único que eu posso falar. Eu disse a Jamie
sobre isso, e ela disse que era porque você me salvou. Você
faz eu me sentir segura, e ela me aconselhou que, se eu me
sinto assim, então eu devo procurá-lo para que me ajude a
lidar com os ataques de pânico que estou tendo. É um
elogio. Pelo menos, eu espero que seja um elogio. Eu não
quero incomodá-lo.
Nerd sorriu.
—Você não está me perturbando. Longe disso. Se você
precisar de mim para se sentir segura, então eu estou feliz
por estar aqui para ajudá-la com isso. — Ele tocou seu
ombro, dando-lhe um aperto suave, oferecendo-lhe
segurança. —Qual é o seu desafio agora? — Perguntou.
—É sobre você—, disse ela.
—É? Nossa, e o que é?
Hannah se voltou para ele, e ele notou que seu rosto era
um vermelho escuro. Ela estava envergonhada? Chateada?
Ele não tinha certeza do que estava acontecendo, apenas que
não gostava da ideia de ela sentir algo diferente de segura.
—É algo importante, e eu não sei o que dizer ou o que
fazer.
—Hannah, esta terapeuta não pode mandar você fazer o
que você não quer. Eu vou embora.
—Eu quero fazer isso. — Ela se inclinou e apertou seus
lábios contra os dele.
Que porra era isso que o terapeuta estava fazendo?
Ela estava fazendo isso, realmente beijando Nerd… e se
sentia incrível. Ele estava imóvel, não correspondendo ao
beijo, mas ela teve que entender que ele provavelmente estava
confuso para caramba, com o que ela estava
fazendo. Finalmente ela se afastou, embora parecesse
minutos, ela sabia que só estava beijando-o por alguns
segundos. Hannah olhou para seu rosto. Suas bochechas
estavam pegando fogo, mas era como se esse peso tivesse
sido tirado de seus ombros.
—Eu gosto de você, Nerd. — Ela olhou para o chão,
sentindo todos os tipos de vergonha. Quando ela sentiu os
dedos dele sob o seu queixo, levantando a cabeça para que
ela olhasse para ele, uma força surgiu através dela. —Você
me faz sentir segura, me faz feliz, e quando eu estou com
você eu sinto como se nada de ruim pudesse acontecer.
—Amor, eu prometo que não vou deixar nada de ruim
acontecer com você.
Ela sabia isso, acreditava em cada palavra que ele
dizia. Nerd fazia sentir-se como se houvesse possibilidades lá
fora. Merda, olhe para ela agora. Ela estava na escola, e
embora estivesse lidando com situações que pode ou não
nunca mais ir embora, ela ainda estava lidando com tudo.
Tentando. Dizendo a Nerd como se sentia e beijando-o, ainda
que fosse só um beijo, fez ela se sentir mais forte. Ela podia
fazer qualquer coisa, e aquilo a fazia feliz.
Este foi o primeiro passo para tornar-se completa, e
parecia incrível.
Nerd precisava lembrar a si mesmo ir devagar, ela era
uma mulher frágil, e precisava de tempo. Mas havia uma
parte dele que só queria reivindicá-la, para que ela soubesse
que era sua e nada iria mudar isso.
Ele acariciou sua bochecha, olhou para o delineado
suave de seus lábios, as formas como eles ficaram mais
vermelhos por causa do beijo. Ele ficou chocado com a
ousadia dela em beijá-lo, mas ele estava feliz para caralho
que ela fez. Estava esperando há muito tempo, não tinha
certeza se ela estava preparada para ele dizer e mostrar como
se sentia. E mesmo que um beijo não significasse que ela
queria ser sua Senhora, o fato de que ela estava lhe dizendo
todas essas coisas agora o fazia se sentir feliz para cacete.
—Eu estou orgulhoso de você—, disse ele
suavemente. Ela sorriu.
—Por quê?
—Você está progredindo e vivendo um dia de cada vez.
Ela olhou para longe com o rosto vermelho.
—Eu quero pensar que eu estou, mas eu sei que tenho
um longo caminho pela frente. — Ela levantou a cabeça e
olhou para ele novamente. —Mas eu sei o que quero, e que é
hora de parar de ter medo disso. Eu não posso deixar o meu
passado ditar como eu vivo minha vida.
Sim, sua mulher era terrivelmente forte.
—E o que você quer amor?
Ela não respondeu por alguns segundos, respirou
fundo, e então finalmente falou.
—Eu quero você, Nerd. Quero ver aonde isto vai, para
onde vamos.
Ele não falou, querendo ver se ela iria dizer qualquer
outra coisa, mas porra ele amava ouvi-la dizer isso.
—Eu quero isso também—, disse, não sendo capaz de
manter sua boca fechada. Ele a queria de qualquer forma que
ela se desse a ele. Se isso significava que ela precisaria de
todo o tempo do mundo, então que assim fosse.
Nerd pode não ter sido saudável e puro a vida inteira,
nunca sequer quis uma Senhora antes. Mas a partir do
momento em que ele tirou Hannah para fora daquele buraco,
ele sabia que ele a queria para si.
—Deixe-me levá-la a um encontro, Hannah.
Ela pareceu surpresa no início, mas depois sorriu.
—Um encontro?
Ele assentiu, sentindo-se fora do lugar, como se ele
nunca tivesse realmente levado uma mulher para qualquer
lugar, além de seu quarto. Mas Hannah era diferente,
especial. Ele queria tudo com ela.
—Sim, amor. — Ele alisou seu dedo sobre sua bochecha
novamente. —Eu tenho todo o tempo do mundo quando se
trata de você, e eu quero fazer você ver que este mundo não
está cheio de coisas ruins. Eu quero te fazer feliz.
Bem, caralho, ele estava ficando todo sentimental. Se
qualquer um dos outros motociclistas o escutassem, tirariam
sarro e ririam para caramba. Mas Nerd não dava a
mínima. Isto era sobre ele e Hannah, e isso era tudo que
importava.
—Eu gostaria, — ela disse sorrindo.
Desta vez, ele se inclinou para a beijar. Ele foi
lentamente, certificando-se de dar-lhe tempo, caso ela
quisesse se afastar. Mas ela não recuou, e quando pressionou
os seus lábios, ele teve que ter força para que a porra do seu
pau relaxasse. Ele tinha certeza que sua ereção encostando
em sua barriga assustaria para caralho.
—Tem certeza que está tudo bem? — Ele sussurrou
contra sua boca e ela sentiu o aceno.
—Mais do que bem.
Ele sorriu.
—Eu sinto que eu posso ser livre com você, e eu não
quero deixar isso escapar.
Ele não queria que ela sentisse aquilo a não ser com
ele. Nerd queria que ela realmente fosse feliz. Isso era tudo o
que ele queria, e isso só aconteceu porque ela queria com
ele. Ele não sabia o que fez para merecer sequer uma chance
de estar com Hannah, mas ele não iria ferrar com isso. E ele
com certeza não se concentraria em outra coisa até que
conseguisse encontrar uma forma deles estarem juntos.
—Você vai a um encontro? — Perguntou Jamie.
—Ele me convidou, e eu disse sim—, disse Hannah. Ela
apertou as mãos, esperando que tivesse feito a escolha
certa. Ela sentiu como se tivesse. Indo a um encontro com
Nerd era muito emocionante. Era o que ela queria fazer e não
podia esperar por isso. Sexta-feira à noite, às sete ela deveria
estar pronta. Com Deanna, Amy, e a ajuda de Eloise, ela
escolheu um vestido. Era um vestido vermelho escuro, e
Eloise se ofereceu para fazer o seu cabelo, e, claro, ela
aceitou. Ela nunca foi o tipo de pessoa que gastava tanto
tempo se embelezando para ficar bonita.
—Você está feliz com isso?
—Sim eu estou. Quer dizer, eu nunca estive em um
encontro antes, e eu realmente estou ansiosa para estar com
ele.
— Nerd?
—Ele é um irmão do clube, e ele tem sido muito bom
para mim. — Ela esfregou as mãos.
—Será que ele espera mais de você? Você acha que ele
vai querer ir mais longe, que talvez sabendo da sua fraqueza
seja o que ele gosta? Não foi assim que aconteceu no
passado; em relação ao uso da sua fraqueza para ganho
deles?
Ela balançou a cabeça.
—Ele não é assim. A partir do momento que ele me
salvou, ele esteve lá, mas não me pressionou, e ele não
espera nada de mim. Eu não gosto de você tentando insinuar
que ele está. Isso não é justo.
Jamie levantou as mãos.
—Eu sinto muito.
Hannah sacudiu a cabeça.
—Eu acho que eu deveria ir. Eu não gosto disso.
—Hannah?
Ela pegou sua bolsa e se dirigiu para a porta. Desde o
primeiro dia ela sempre se sentiu tensa para se abrir com
Jamie, mas esta era a primeira vez que a outra mulher a
deixou totalmente desconfortável. Parando na porta, ela
hesitou e, finalmente, olhou para trás.
—Eu não acho que é justo você me pedir para
experimentar coisas novas e, em seguida, acusá-lo.
—Eu não fiz.
—Você fez de certa maneira, e isso não é justo. Ele tem
sido muito bom para mim, e não há nenhuma pressão com
ele. Ele não espera que eu faça coisas, ou seja alguém
diferente. Quando estou com ele, eu estou segura.
Olhando ao redor da sala, Hannah tentou se concentrar
na pintura de flores diretamente na frente dela. Ela adorava a
rosa chocante, que parecia estar tão fora do lugar em um
ambiente tão estéril. Jamie tinha uma coisa para branco e
preto. Os sofás eram de couro branco, e eles rangiam quando
ela se sentava. Hannah tentava não se mover muito, pois
cada ruído fazia-a sentir-se exposta. A mesa diante dela era
feita de vidro, no entanto, era preto. Fechando os olhos, ela
tentou lembrar a si mesma que estava a salvo, este era um
lugar seguro para estar.
—Temos de empurrar um pouco para passar pela raiz
de seus problemas. Eu tenho que perguntar essas coisas,
mas eu não tive a intenção de chateá-la.
Talvez Jamie só tivesse tentado fazer isso, mas Hannah
não queria nem mesmo associar Nerd com as coisas que
Jamie perguntou. Tudo no quarto pareceu sufocá-la,
esmagando-a no lugar.
Abrindo a porta, ela correu para escapar. Amy estava na
sala de espera, e o sorriso que estava no rosto dela
desapareceu.
—O que foi?
—Eu quero ir.
—Você só esteve lá dentro por meia hora.
—Foi uma meia hora muito longa.
Ela queria ficar longe de Jamie, das perguntas, e da
piedade em seus olhos. Ou talvez estivesse apenas fazendo
disso uma grande tempestade também? Talvez o que Jamie
disse era para quebrá-la para que ela pudesse se curar?
Nerd era um homem generoso, amoroso e ele fez de tudo
para aceitá-la em seu mundo. Uma vez que elas estavam no
carro, ela disse tudo a Amy, chorando enquanto ela contava.
No momento em que ela chegou ao clube, ela estava um
caos, pediu desculpas e foi direto para seu quarto. Em sua
cama, ela chorou por tudo o que perdeu, o que se permitiu
ser feito com ela, e o fato de que estava com medo de não
saber o que o futuro reservava. Se não tivesse ido naquele
culto, ninguém teria pena dela, ela não seria esta destruição,
e talvez, apenas talvez, ela teria sido capaz de ser tudo para
Nerd.
Nerd estava chateado. Ele assistiu Hannah sair
correndo do carro de Amy, lágrimas correndo pelo seu
rosto. Do lado de fora da porta de seu quarto, sua raiva só
aumentou com os soluços que ouviu. Alguém ia pagar.
Amy lhe disse tudo, e agora ele estava na sala de Jamie,
folheando suas malditas notas sobre Hannah, e ficou ainda
mais irritado. Claro, ele invadiu o consultório da terapeuta e
encontrou todas as informações que precisava. Nerd não
estava interessado em cumprir a lei. Jamie não estava aqui, e
ele queria uma chance para ler através das notas sem a
interferência dela.
Como diabos eles perderam isso?
Jamie, a puta, fez Hannah chorar. Ela estava mais
interessada em chegar aos membros do clube do que ajudar
alguém? Mas ele não sabia nada sobre terapeutas, e não
sabia o seu ponto de vista. Ele não gostava do fato de que
eles entravam na cabeça das pessoas.
Porra.
Esta ia ser a última vez que Hannah vinha a esta
terapeuta, porque ele não podia suportar vê-la chateada,
mesmo em uma maneira desordenada que supostamente era
para ajudar. Ele já tinha falado com Gregory, e embora não
tenha sido normal, Gregory era um homem inteligente e sabia
o quão perigoso Nerd era.
Mas quanto mais ele lia suas anotações, mais via as
coisas que ela escrevia sobre o clube. O irritou que ela se
concentrasse tanto em seu MC.
Ele ouviu Jamie se aproximando, e ficou tenso,
esperando.
Nerd poderia ter dado o fora de lá e deixado essa merda
explodisse, mas ele queria respostas, e ele iria tê-las
agora. Ele olhou para a porta quando abriu.
Jamie parou e olhou para ele.
—Com licença. Quem diabos é você, e o que está
fazendo no meu consultório?
—Eu diria que o colete responde a sua pergunta. —
Claro, Jamie era uma mulher bonita, mas ela também estava
se aproveitando de ser mulher, e uma parte dele sabia que
tinha a ver com se aproximar do clube. Ele não gostava
disso. —Feche a porta.
—Acho que você é Nerd.
—Por que você está colhendo informações da minha
menina? Você está tentando descobrir alguma coisa sobre o
clube, para ficar numa boa com outro grupo? —Ele colocou
os papéis para baixo e deu um passo mais perto. —Ou talvez
você seja apenas uma puta querendo um homem fora da lei.
Seus olhos estavam vidrados, e ele poderia dizer que ela
estava amando cada segundo disso. Huh, parece que parte do
passado dela é o motivo? Ele adoeceu. O pensamento dela
descer a este nível o irritou. Ela deveria estar ajudando, e
ainda assim só se importava com ela mesma.
Ela levantou sua camisa e ele olhou para sua
cintura. Lá, ela tinha uma tatuagem em vermelho —
Propriedade de Ricky.
A cadela costumava ser uma prostituta de clube ou uma
Senhora?
—Eu posso ser qualquer coisa que você quer que eu
seja.
Ele rosnou baixo.
—Você realmente acha que eu estou aqui por sua boceta
velha e usada? Você realmente acha que o meu MC vai
querer a sua boceta no clube? —Isso tinha que ser a
mais fodida situação em que ele se meteu, e Nerd já esteve
em muitas situações de merda.
—É porque ela é jovem, então?
Nerd sacudiu a cabeça.
—Eu fodi mulheres mais velhas do que você que têm
alguma classe, e mais respeito também. Essas mulheres não
usariam seus pacientes para se aproximar do clube. Você
conduz com sua boceta, não sua cabeça. Pergunto-me como
você conseguiu o seu diploma.
—Eu posso ficar de joelhos e mostrar para você.
—Se você fosse um homem eu já teria chutado a porra
da sua bunda, mas eu não machuco mulheres. Vou contar a
Gregory sobre essa merda e as linhas que você cruzou com
Hannah. —Ele sorriu—. Eu guardaria o boquete e o beijinho
na bunda, para ele. Fique longe de Hannah e longe do clube.
—Por que eu deveria fazer isso? —, Perguntou Jamie. A
puta o estava provocando.
Nerd fechou a distância entre eles. Envolvendo seus
dedos ao redor de seu pescoço, ele apertou, não para
machucá-la, mas deixá-la saber que suas palavras eram
reais.
—Não acredite em tudo que você ouve ou vê na
televisão. Talvez eu não machuque uma mulher que
atravessa o meu caminho, mas se ela ferra com aquilo que eu
estimo e tenta torcer as coisas para seu próprio benefício, eu
não tenho nenhum problema em quebrar seu pescoço para
me livrar do problema. —Ele mostrou os dentes. —Eu tenho
certeza que você já está se arrependendo de colocar qualquer
dúvida sobre a minha integridade quando se trata de
Hannah—. Você vai ficar longe dela e do clube. Esse é o meu
último aviso.
Ele deu outro aperto, deixando-a saber, que era uma
ameaça real antes de soltá-la.
As mãos de Hannah estavam tremendo, seu coração
estava acelerado, e ela realmente não sabia o que esperar em
seu encontro esta noite. A verdade era que ela nunca
realmente foi convidada para sair.
—Você está muito bonita.
Ela se virou e olhou para Deanna, que estava na
porta. Hannah sorriu.
—Estou tão nervosa.
Deanna falou, seu sorriso genuíno.
—Não há nada para ficar nervosa. — Deanna veio por
trás dela e, juntas, elas olharam para seus reflexos no
espelho grande. Ela, então, levantou o cabelo de Hannah. —
Você fica linda de qualquer forma, mas se você pôr o cabelo
para cima irá mostrar a coluna esbelta do seu pescoço e suas
clavículas delicadas. — Deanna sorriu novamente. —E,
embora Nerd já esteja de cabeça para baixo com você, eu
aposto que ele ficaria sem palavras quando a visse.
Hannah sentiu o rosto corar, seu coração disparar, e
sabia que o que sentia por Nerd era diferente de tudo que já
experimentou antes.
—Você realmente se importa com ele—, Deanna
afirmou. Ela estendeu a mão sobre a cômoda e pegou alguns
grampos e passou a trabalhar em colocar o cabelo para
cima. —Tudo bem?
Hannah assentiu.
—Sim, eu realmente gosto dele. — Ela viu Deanna
sorrir. A outra mulher não estava olhando para ela, mas sim
colocando mechas do seu cabelo para cima. Ficaram assim
em silêncio por alguns momentos. Quando Deanna
finalmente terminou, Hannah estava surpresa com o que um
curto espaço de tempo e alguns grampos poderiam realizar.
—Você gosta?
Hannah assentiu.
—Talentosa.
Deanna riu.
—Nah.
Hannah se virou e acenou com a cabeça.
—Você fez isso com um punhado de grampos. — Seu
cabelo estava preso, pedaços retorcidos em alguns lugares,
mas também fios colocados delicadamente em volta do
rosto. Estava feminino, bonito.
—Meu cabelo é uma bagunça total, então eu tenho
muita prática com apenas jogá-lo para cima e esperar que
pareça bom. — Deanna prendeu um fio que estava solto. —
Mas você é naturalmente bonita e Nerd não vai saber o que
pensar ou dizer quando te ver.
As malditas bochechas de Hannah estavam novamente
vermelhas.
—Onde ele vai te levar?
Hannah caminhou até o armário e abriu-o. Ela tinha
um tênis e umas botas, mas além disso ela não tinha nada
que combinasse com as leggings e túnica de renda que
usava. Ela teve sorte, era muito grata, que as Senhoras do
clube lhe encontraram coisas para vestir, mas agora ela
estava perdida sobre como agir durante o encontro todo.
—Venha comigo. Eu tenho os sapatos perfeitos para
você.
Elas deixaram o corredor e entraram em outro quarto
que estava do outro lado do MC. O quarto que entrou era
apenas uma dispensa, mas havia um berço configurado em
um lado e um monte de coisas de bebê espalhadas.
—Nós usamos este quarto quando precisamos ficar por
aqui. Às vezes, quando já é tarde e estamos aqui com Ty, nós
apenas passamos a noite. É conveniente.
Hannah assentiu e foi até o berço, passando as mãos
sobre a madeira lisa.
—Como ele está? — Ela olhou por cima do ombro para
Deanna, que estava inclinada para baixo e mexendo em seu
armário.
—Ele está bem. Nos mantém acordados à noite, e meus
seios estão doloridos para caramba. — Ela olhou por cima do
ombro e sorriu. —Mas vale cada segundo.
Hannah sempre quis filhos, mas até que ela se curasse
não ia ter nada disso. Ela tinha muita bagagem, no entanto, e
ela também precisava descobrir o que estava acontecendo
com ela e Nerd…
Se havia alguma coisa acontecendo com eles.
Merda, Nerd nunca esteve assim tão nervoso antes.
—Você quer um shot ou algo assim, cara? —, Perguntou
Vengeance, em pé atrás do bar.
—Não, eu preciso de uma cabeça limpa esta noite. —
Não, ele queria estar sóbrio para o encontro, mas ele também
queria estar pensando claramente quando lhe dissesse que
não podia mais ver Jamie. Honestamente ele não sabia se
havia algo, a mais, na mente daquela cadela, mas uma coisa
era certa, ela claramente queria o pau de um MC, e isso não
ia acontecer.
Ele não sabia se Hannah ficaria aliviada ou chateada
quando ele dissesse a ela sobre Jamie, mas ele queria ser
honesto com ela em todas as coisas.
—Cara, lá vem ela.
Nerd se virou e viu Hannah andando pelo corredor,
diretamente para ele. Seu coração batia mais rápido e ele se
endireitou, virando-se totalmente de frente para ela. Ela
usava uma camisa rendada branca e leggings pretas que
moldavam o seu corpo perfeitamente. Ela usava uns sapatos
pretos que o lembravam os que as bailarinas usavam. E seu
cabelo estava preso, pequenas mechas emoldurando seu
rosto, e um monte de pele visível em sua parte superior do
tórax.
Ela parou alguns centímetros dele, suas bochechas
coradas e linda para caralho, ele não conseguia nem respirar.
—Uau— foi tudo o que conseguiu dizer.
—Obrigada—, ela disse suavemente, e tudo que ele
queria fazer era puxá-la e beijá-la. Ele estava ciente dos
irmãos do clube olhando para eles, e mesmo que esses
fossem seus irmãos, sua família, ele poderia ficar muito
possessivo e protetor com ela.
—É melhor vocês pararem de olhar para nós antes que
eu quebre algumas cabeças. — Houveram alguns bufos, até
mesmo alguns murmúrios e risadas.
—Você está pronta? — Droga, suas mãos estavam
tremendo?
Merda, sim elas estavam.
—Eu estou pronta, Nerd.
Ele se sentiu bem para caralho, ouvindo-a dizer o seu
nome. Ele não sabia como iria fazer para se segurar, mas se
houvesse algo em que valesse a pena trabalhar, ele seria o
único para Hannah.
Hannah não conseguia se lembrar de ter visto Nerd em
nada, a não ser couro e jeans. Ele parecia muito bonito e
arrojado. Tomando seu braço, ele a acompanhou até o carro
para o encontro deles. Encontro, uau, ela não podia acreditar
que estava indo a um encontro real.
—Você não precisa ficar nervosa—, ele disse.
Depois de subir no carro, ela colocou o seu cinto de
segurança e esperou por ele para subir ao volante.
Você pode fazer isso, Hannah.
—Eu estava nervosa antes de ver você—, disse. —Eu
acho que eu o construí em minha cabeça, e eu fiz isso
parecer mais do que tinha que ser, se isso faz algum
sentido. —Eu espero que faça—. Ela deu uma risadinha e
depois amaldiçoou. Por que diabos ela estava rindo como
uma menina?
—Estou nervoso também. Este é o primeiro encontro
que eu vou.
—É? —, Perguntou ela.
—Sim. Meio estranho. Nós vamos ser primeiro encontro
um do outro.
—Sim, eu não sabia que éramos. Você nunca teve um
encontro, nenhum mesmo? —, ela perguntou, sem realmente
acreditar por um segundo que Nerd não tinha saído com
alguém.
—As mulheres que fazem parte do clube são fáceis. Eu
não preciso levá-las para sair e beber. Porra, eu
provavelmente não deveria ter dito isso.
—Nerd, eu sei que eu não te dei muito motivo para
acreditar em mim, mas eu não vou desmoronar por conta de
como você viveu sua vida. Eu gosto de pensar que posso
voltar a ser do jeito que eu era antes. Você sabe, rindo sem
medo. Talvez até mesmo andando por uma rua sem medo de
alguém chegando e levando-me novamente. Eu quero minha
vida de volta.
—Eu quero que você tenha sua vida de volta—, disse
Nerd, olhando para ela. —Não mude por mim, por favor—
. Seja quem você sempre foi. Seja você. —Querida, você pode
não gostar do meu verdadeiro eu.
Hannah olhou para ele.
—Eu duvido disso. — Ela gostava dele. Nerd não era um
homem bonito. Ele era uma espécie estranha. Seu cabelo era
comprido e bagunçado. Ela notou que suas roupas estavam
sempre amassadas e precisando de um bom ferro. Mas ela
gostava de cada parte dele. Ele era um pouco desleixado, mas
ela gostava desses ângulos dele. —Eu gosto de você. Eu acho
divertido estar perto de você.
—Você acha?
—Sim. Você não espera nada de mim, e você não exige
que eu fale, o que é um verdadeiro bônus. Eu odeio falar, e
acho que é muito desconfortável para realmente fazer. —
Conversar com sua terapeuta foi duro, e com os soldados
pagando por seus cuidados, ela se sentiu obrigada a falar.
Ele riu.
—Você sabe, normalmente eu não consigo fazer uma
mulher calar a boca. Com você, eu não consigo falar. Eu
gosto de você da maneira que for, Hannah. Basta ser você
mesma e não se preocupar com mais nada.
—Eu acho que eu não quero ver a terapeuta mais—,
disse ela.
—Você não tem que ir. Falei com Gregory. Ele está feliz
em ficar com seu caso.
Ela não falou por um momento.
—Você falou com Gregory—? Quando? E quanto a
Jamie? —Ela franziu sobrancelhas, confusa.
—Não se preocupe com nada. Ela tem outros casos para
lidar.
Isso foi um pouco estranho, mas ela sentiu que falar
com Jamie era estranho, como se ela não pudesse realmente
ser honesta e aberta. Mas Hannah dissera a si mesma
diversas vezes que era apenas porque ela não queria
expressar o que realmente sentia porque seu medo era muito
forte. Ela limpou a garganta.
—Talvez ela não seja apenas o ajuste certo para mim.
—Todos nós temos métodos de lidar com problemas. —
Como você lida com o seu? —Perguntou ela.
—Eu mato meus problemas.
Ela não soube o que dizer por longos segundos.
—Sério?
—Sim. Eu faço —, disse ele sem remorsos ou desculpas.
Ela devia ter medo dele, ficar aterrorizada. Ela não
estava. Nerd matou seus problemas, e alguns problemas
precisavam ser mortos. Ela sabia disso mais do que nunca,
depois do que ela passou.
—Isso é o que você fez com o meu.
—Aqueles bastardos estavam machucando você. Eles
não deveriam ter feito coisas assim. Não para você, ou para
ninguém. Podemos ser um clube de motociclista e quebrar
uma porrada de regras, mas temos a moral, e eu não
machuco mulheres.
Hannah sorriu.
—Isso é bom saber.
—Porra, você não tem medo de mim, não é?
—De modo nenhum. Na verdade, eu o acho bastante
encantador. É estranho? —, Perguntou ela. —Não há muitos
homens que iriam se oferecer para matar um problema ou
realmente fazê-lo. Você fez. Eu acho você corajoso.
Ela olhou para suas mãos.
—Você diz coisas, e eu não tenho a menor ideia de como
responder.
Hannah olhou para as mãos dele, que agarravam o
volante. Ele estava dirigindo um carro manual, e quando ele
mudou as marchas, ela não podia deixar de admirar suas
mãos. Qual seria a sensação de segurá-lo, tê-lo segurando-a?
Ela tinha que tentar coisas novas, e Nerd não tornava a
experiência insuportável. Ele a fez querer tentar coisas novas.
Estendendo a mão, ela correu as pontas de seus dedos
em sua mão que estava no câmbio do carro.
—Minhas mãos estão um pouco frias—, disse ela.
Ele soltou o câmbio e pegou sua mão, entrelaçando seus
dedos. Sua mão estava muito quente.
—Vou mantê-la agradável e quente.
Nerd apertou a mão dela, e mesmo que para alguns isso
não era muito, para ela era uma pequena vitória. Sorrindo,
ela olhou para fora da janela.
Era cedo demais para ela quando eles pararam em
frente a um restaurante italiano.
—Chame-me de estúpido, mas eu notei o quanto você
adora massas. Agora, eu sei que comida italiana é mais do
que macarrão e almôndegas, mas é um bom lugar para
começar.
—Eu amo comida italiana. Este é um bom lugar para
vir.
Ele soltou a sua mão, dizendo-lhe para esperar lá. Nerd
entregou as chaves para o manobrista e ajudou-a a sair. O
restaurante era sofisticado, e ela viu a extravagância do
lugar.
—Isso parece extravagante.
—Vai ficar tudo bem. — Ele os levou para o maître. Eles
foram acompanhados até a mesa, e ela ficou muito mais
aliviada quando Nerd assumiu, puxando sua cadeira.
—Eu posso fazer isso. — Nerd ajudou-a a sentar na
cadeira e sentou-se em frente a ela. Hannah pensou que viu
um casal de celebridades no canto, mas ela não podia ter
certeza.
Ela pegou o menu, agradecendo ao homem, e então eles
estavam sozinhos.
—Tanto para escolher—, disse ela.
—Eu quero que você aproveite cada segundo disso.
Ela assentiu, respirando fundo.
—Você quer um pouco de vinho?
Ela balançou a cabeça.
—As pílulas de ansiedade, eu não posso misturar com
álcool.
—Tudo bem, baby. É água e refrigerante para nós esta
noite. Além disso, se você quisesse beber, você sabe que eu
iria deixá-la, e não diria a justiça.
Ela sentiu-se tocada com seu carinho e riu com o seu
comentário.
—Você não parece o tipo de cara de água e refrigerante.
Ele riu.
—Eu não sou, mas por você eu posso ser o que for
Hannah.
Seu coração bateu um pouco mais rápido em ouvi-lo
dizer essas palavras. Se ela já não estivesse apaixonada por
Nerd, ela teria ficado neste exato momento.
Eles ficaram no restaurante por duas horas, e tanto
quanto ela pensou que seria estranho ir a um encontro, foi
realmente muito bom. Hannah não podia negar que ela
gostou de passar esse tempo com Nerd. Mesmo que ele não
fosse o tipo de homem doce e suave, estar com ele a fazia se
sentir como se tudo ficaria bem. Nerd era duro, implacável,
forte e poderoso. Ele era assustador para aqueles que eram
espertos o suficiente para temê-lo. Acima de tudo, ela sabia
que ele era leal, verdadeiro, e iria proteger aquilo que se
preocupava a todo custo.
E ele se preocupa comigo, eu sei disso.
Eles tinham voltado para o clube, e mesmo que ela
soubesse que a noite terminou, ela realmente não queria. Ela
olhou para ele sob o brilho do holofote da casa do clube
iluminando a fileira de Harleys estacionadas.
—Obrigada por esta noite. — Ela sorriu não sabia mais
o que dizer ou fazer então se virou para voltar para o
clube. Mas ele estendeu a mão e pegou a dela. Hannah olhou
por cima do ombro para ele, cheia de surpresa.
—Venha comigo para um passeio—, disse Nerd. Ele
puxou-os longe das portas da frente e para onde sua moto
estava estacionada. —Nós vamos nos trocar, é claro, mas eu
só quero passar mais tempo com você.
Ela queria muito estar com ele, mas ela também tinha
medo de não ser capaz de ser —normal— nunca mais. Era
como estar à beira de um penhasco, olhando para o abismo
abaixo dela e sabendo que a mais leve brisa poderia fazê-la
cair da borda.
—Um passeio? Onde é que vamos? — Seu coração
estava trovejando, e tudo em seu corpo estava vivo no
momento. O cheiro dele, forte, másculo, com uma pitada
picante de colônia, fez seu corpo ansiar para tocá-lo, para
estar com ele. Mas ela tinha medo que seus próprios
problemas estragassem tudo isso.
—Nós podemos ir a qualquer lugar que você desejar. Nós
podemos apenas dar uma volta em torno do clube e apreciar
a paisagem. Cristo, Hannah, eu só quero ficar com você um
pouco mais. Eu não estou pronto para encerrar a noite.
—Eu não quero que a noite termine também—, ela disse
suavemente, vendo-o se mover um passo mais perto. Ele
parou quando a um pé de distância dela, seu corpo grande
tapando a paisagem atrás dele. Ele era alto, e seu corpo…
Deus, o seu corpo, tão grande, musculoso, e todas aquelas
tatuagens que cobriam ele, a fez necessitada, excitada. Ela
não sentia desejo a muito tempo, e Nerd foi o único homem
que a fez se sentir desta forma, mesmo antes dela ser levada
ao culto.
Foi emocionante, mas também assustador, e foi esse
medo que a fez dar um passo atrás. Tudo o que podia pensar,
ver e sentir era Nerd. O que havia sobre ele que a fazia se
sentir assim?
—Não me diga que você não sente essa conexão entre
nós, Hannah, — Nerd disse e baixou o olhar para sua
boca. —Eu sei que você sente. Eu me senti assim quando
você me beijou, quando eu toquei em você.
Ela lambeu os lábios, quando ele olhou para eles a fez
subitamente consciente de sua presença. Era tão estranho
sentir esse tipo de calor, excitação. Uma parte dela disse que
ela não deveria sequer querer isso por causa do que ela
passou, mas ela não poderia se importar com isso
agora. Tudo o que podia pensar e sentir era Nerd.
Se você não seguir em frente, você poderá não saber o
que poderia ter entre vocês dois.
—Apenas me diga que isso não é só comigo—, disse ele,
levantando a mão e tocando seu rosto.
Ela não se afastou, e de fato sentiu-se inclinar-se para
seu toque. Foi tão bom. Sentia-se muito bem. Seus dedos
eram ásperos, calejados de fazer trabalho manual. Parecia
como um homem e fez ela se sentir tão feminina.
—Apenas me diga que você me quer como
desesperadamente eu te quero, e que nada importa, além
disso.
Deus, ela queria isso, queria dizer isso. Mas ela também
tinha medo, não de Nerd, mas de si mesma.
—Eu realmente sinto algo, Nerd.
Ele continuou a olhar para ela. Tudo das suas
tatuagens até a nuca em torno de suas bochechas ligaram o
corpo dela.
—Você não tem que ter mais medo. Nunca vou deixar
nada te machucar—, ele disse suavemente. Ele deu um passo
mais perto. —Você não tem ideia de quanto você significa
para mim, Hannah.
Seu coração caiu para seu estômago, mas era o tipo
bom de queda, o tipo real. Se ela ia fazer isso, então ela ia
saltar com os dois pés e segurar firme.
—Ok, vamos dar uma volta.
—O que devo vestir para andar em uma motocicleta? —,
Perguntou Hannah.
Amy estava sentada em sua cama. Felizmente, Amy não
desapareceu durante a noite com o Joker. Ela não sabia onde
o homem de Amy estava, mas o sumiço dele era o seu ganho.
—Usar jeans é muito mais fácil de subir e descer da
moto sem mostrar nada.
—Certo, eu não pensei nisso. Estou tão nervosa.
—Nerd está pressionando você?
Virando-se para Amy, ela balançou a cabeça.
—Não, eu não estou sob qualquer tipo de pressão. Nerd
não é assim.
Amy levantou as mãos.
—Isso é bom.
Abrindo seu guarda-roupa, Hannah pegou um jeans que
era um pouco folgado e não seria desconfortável. Ela entrou
no banheiro para se trocar, não querendo dar a Amy um
show. Depois que ela estava vestida, voltou para o quarto, e
Amy assentiu.
—Perfeito.
—Está bom?
—Mais do que bom, Hannah. Você é uma mulher
bonita.
—Obrigada. — Hannah apertou os dentes enquanto
suas bochechas começaram a aquecer mais uma vez. Por que
não podia controlar-se? Em vez disso ela continuava corando
como um maldito sinal de néon apenas chamando mais
atenção.
Agarrando uma jaqueta, ela se dirigiu para a porta com
Amy fechando atrás dela.
—Eu realmente agradeço por você estar me ajudando.
—Isso é bom. Eu gosto de ajudar. Lembro-me de
namorar Joker e sentir-me perdida em todo o lugar. Você não
está sozinha. —Nerd já estava esperando por ela na porta da
frente.
—Você está pronta, princesa? —, Perguntou.
—Sim, eu estou pronta. — Ela teve um sentimento
cálido quando ele a chamou carinhosamente.
—Amy—, disse Nerd.
—Nerd—. Amy sorriu para os dois. —Divirtam-se.
Ela acompanhou Nerd para sua moto. Seu coração
acelerado enquanto se aproximavam da motocicleta. Ele
entregou-lhe um capacete.
—Coloque isto.
—Isso não vai arruinar a sensação do passeio? —, Ela
perguntou.
—Eu quero você segura, Hannah. Eu não quero colocála em risco.
Hannah nunca andou de moto antes. Nerd montou a
máquina e, depois de colocar o capacete, ela subiu atrás dele.
—Você vai ter que me segurar.
Envolvendo os braços ao redor da cintura, ela sentiu
uma vibração entre as coxas. O motor começou a roncar, e
ela sentiu uma emoção do barulho da máquina. Ela gritou
quando ele arrancou. Ele não ia particularmente rápido, mas
ela desejou que não estivesse com capacete para que ela
pudesse sentir o vento em seu cabelo.
Ela confiava em Nerd completamente.
Ele foi para fora da cidade, movendo-se entre os carros,
e até mesmo inclinando-se para fazer uma curva. Hannah
copiou cada um de seus movimentos, seguindo-o sem stress.
Hannah não sabia por quanto tempo eles estavam
andando até que ele parou em um lago. Ele diminuiu a moto
até estacionar e desligou o motor.
—Aqui estamos.
Saindo da moto, ela estendeu a mão para firmar-se
quando suas pernas quase cederam.
—Onde estamos?
—Um pequeno lago que foi abandonado e continuou a
florescer. Eu acredito que alguns homens nos fins de semana
vêm pescar. É aonde eu venho para pensar.
—Ele tirou o capacete, prendendo-o em sua motocicleta.
—E adolescentes?
—Nenhum vem aqui. Há algum tipo de conto sobre uma
mulher injustamente acusada assombrando a floresta.
— Sério?
Ele balançou a cabeça e sorriu.
—A história é verdadeira. — Ele piscou. —Ela foi
injustamente acusada por outra mulher de bruxaria. Eles a
amarraram e a atiraram no lago. A mulher que a acusou
casou com o homem que estava destinado a —bruxa—
. Alguns anos mais tarde, a mulher morreu de afogamento.
—Isso não é real.
Ele riu.
—É, ou pelo menos o conto que se é dito é
verdadeiro. Eu não sei. Estive aqui muitas vezes, e ninguém
tentou me afogar.
Hannah agarrou sua mão com força.
—Isso realmente não é engraçado.
—Não se preocupe, eu estava brincando.
Ela se afastou.
—O que?
Nerd riu.
—As crianças estacionam no riacho ali. Eu não iria
trazê-la aqui se não fosse seguro, com fantasmas ou não.
—Você… homem horrível. — Ela começou a rir baixinho.
—O quê? Isso fez você segurar a minha mão.
Quando ela tentou se afastar, ele não deixou. Ela não
tinha medo. A maneira como ele colocou seu braço em volta
de sua cintura, puxando-a para perto, a fez sentir…
coisas. Ela não sabia exatamente o que ela sentia. Cada nova
sensação que ele estava inspirando dentro dela, ela não
entendia.
—Você não tem que ter medo de mim.
—Contar-me uma história de horror não vai ajudar.
—Você não gostou da minha pequena história?
—Não— Hannah não podia deixar de sorrir. Ela não
gostava de seu conto, mas ela estava segurando sua mão. Era
outro obstáculo que ela passou.
—E este pequeno sorriso é por quê? —, Perguntou.
—Eu estou segurando sua mão. Isso significa muito
para mim.
—Bom, se acostume com isso. — Ele apertou os
dedos. —Vamos, eu vou levá-la para o meu lugar.
Ele a levou para uma parte isolada do lago que tinha um
grande pedaço de grama. Do outro lado do lago havia uma
variedade de árvores e arbustos, mas a quebra na folhagem
significava que o sol se fundia naquele ponto. A grama
cresceu e floresceu por causa disso.
Nerd tirou a jaqueta, colocando-a no chão. Tomando um
assento, ela esperou por ele para sentar-se antes de
aconchegar contra o seu lado. —Gostei muito desta noite.
—Você e eu, princesa.
—Nosso primeiro encontro. Eu acho que foi um sucesso,
e você?
—Você é a primeira mulher que eu estive com que eu
não queria que acabasse—. Isso para mim foi totalmente
surreal. —Ele beijou o topo da cabeça dela.
A ação parecia tão natural que Hannah olhou para
ele. Eles se encararam por alguns segundos, a pressão e calor
em torno deles aumentando.
—Eu quero te beijar, — ele disse suavemente. —Tudo
bem para você? Eu não quero apressar ou empurrá-la em
alguma coisa.
Ela balançou a cabeça.
—Eu quero que você me beije, Nerd—, ela sussurrou.
Ele se inclinou para perto, e ela olhou para seus
lábios. Respirando fundo, ela fechou os olhos e quando seus
lábios tocaram os dela, foi como se milhões de choques
elétricos explodissem ao longo de sua boca.
O toque era leve, sem muita pressão. Nerd se afastou.
—Demais?
Abrindo os olhos, ela olhou para ele, lambendo os
lábios.
—Não foi o suficiente.
O beijo foi explosivo, eletrizante, e tudo o que Hannah
queria fazer era esquecer-se sobre tudo e qualquer coisa,
exceto esse momento. Ele se afastou, parando o beijo, mas a
força de sua respiração roçando seu rosto, as mechas de seu
cabelo movendo ao longo de sua bochecha, fez ela sentir o
coração bater um pouco mais rápido. Eles estavam tão perto,
mas Hannah ainda podia ver seu peito subindo e descendo
rápido e forte de sua respiração. Sua necessidade era tão
evidente quanto a dele? Embora ela não achasse que poderia
fazer sexo com ele ainda, seus próprios problemas ainda
frescos em sua mente, Hannah queria estar com Nerd tanto
que ela podia sentir em cada parte dela.
Eu quero sentir Nerd em cima de mim, sentir sua força e
poder, para saber que ele me deseja tanto quanto eu o desejo.
Suas mãos tremiam, e ela tinha medo de sua própria
excitação, mas Hannah não queria que isso parasse.
—Toque-me, Hannah, — Nerd disse em uma voz
profunda e suave.
Ela levantou as mãos e as colocou sobre seu peito duro,
sentindo a força vindo dele. Os músculos rígidos sob a palma
de sua mão, ela deslizou as mãos para baixo, nos gominhos
definidos de seu abdômen e descansou-as em cada um dos
seus peitorais. A batida de seu coração era forte e inebriante,
tão diferente da sua, batendo rapidamente.
—Hannah, — ele disse seu nome em um sussurro. Se
ela perdesse o controle do que queria fazer, ela não seria
capaz de recuperar sua força. E ela queria ser forte para
Nerd, por si mesma. Ela queria passar por essa mudança em
sua vida.
Ela se inclinou sobre ele, sentiu o calor de seu corpo se
infiltrar no dela, e fechou os olhos. Era bom sentir o calor,
senti-lo e não ter medo. Por um longo tempo, tudo o que
conhecia era uma frieza que roubava o fôlego e deixava-a
dormente. Nerd a fez sentir-se confortável…. Viva.
Quando ela abriu os olhos e olhou para o rosto dele, o
olhar feroz de desejo refletido de volta para ela aumentou seu
pulso. Muito gentilmente ela passou os dedos na carne dura,
porém flexível de seu peito.
—Você me faz sentir bem, Nerd. Eu não quero perder
isso, ou ignorá-lo. Eu não quero desistir de tudo o que tem
crescido entre nós, porque não posso superar meu passado.
—Ela moveu uma polegada mais perto até que seu peito
estivesse pressionado contra o dele. —Você vai me ajudar a
curar? — Ela estava pedindo-lhe muito, mas uma parte dela
apenas sabia que Nerd poderia ser o único capaz de ajudála. Ela poderia ser forte sozinha, mas ela queria que Nerd
fosse a rocha em que ela pudesse se apoiar. Ela apoiou a
testa em seu peito e fechou os olhos e apenas inalou o cheiro
forte, másculo de Nerd.
Seus braços grandes e fortes a envolveram e
apertaram. Hannah inclinou a cabeça para trás. Graças a
Deus Nerd viu o quanto ela precisava disso e trouxe sua boca
para a dela. O beijo começou lento e apaixonado, com tanto
desejo de ambos que Hannah pensou que iria morrer de
sobrecarga sensorial.
—Toque-me, Nerd.
A sensação de suas mãos passando pelas suas costas
enviou um arrepio de excitação através dela. Hannah não
tinha vergonha de admitir que sua calcinha estava
molhada. Ela aprofundou o beijo e moveu a língua, mais
rápido e mais forte contra a dele. O gemido em resposta que
veio de dentro de seu peito e mandou vibrações ao longo
dela. Sua mente e corpo gritaram por mais, mas ela não se
sentia como se pudesse chegar perto o suficiente para
ele. Com uma força que rivalizava com o deserto que os
cercava, Nerd levantou-a e agora ela estava em cima dele,
com as pernas em ambos os lados de sua cintura. O
comprimento duro de sua ereção cutucou entre suas pernas,
e uma faísca de luxúria bateu nela.
Com suas bocas ainda juntas, pressionada contra Nerd,
ela abriu a boca e inclinou a cabeça para aceitar mais dele.
—Hannah, baby. — Ele os virou de modo que ela agora
estava de costas com ele em cima dela. —Está tudo bem?
Ela lambeu os lábios e assentiu. Ele se afastou um
pouco e Hannah estendeu a mão para ele, mas ele a deteve
colocando gentilmente a mão no centro do seu peito. Ela
descansou contra sua jaqueta de couro e esperou,
imaginando o que ele tinha em mente. Nerd ergueu as mãos e
as passou suavemente abaixo dos seus braços. Hannah
queria sentir sua pele nua tocando ela. Quando suas mãos
levantaram a bainha da camisa dela, ele desviou o olhar para
o dela, como se silenciosamente pedisse permissão.
Ela assentiu com a cabeça novamente.
O som e a visão dele engolindo parecia encher cada
parte dela. Por um momento ele não fez nada, apenas olhou
para ela. Um aperto começou dentro dela e sabia que era
excitação e necessidade.
—Por favor, Nerd—, ela sussurrou na escuridão. Nerd
engoliu novamente, mas, em seguida, empurrou para cima,
para cima, expondo sua barriga ligeiramente
arredondada. Seu coração batia tão rápido que parecia que ia
explodir. Humilhação a atingiu ao saber que Nerd sabia tudo
sobre seu passado, sobre o que ela passou. Mas havia
também uma parte dela que se sentiu livre por ele saber, que
ele não a julgava. Ela tentou cobrir-se por instinto, mas Nerd
deslizou suas mãos sobre a pele nua de sua barriga.
—Olhe para mim, Hannah. — Sua voz era suave, mas
havia uma nota distinta de comando atado às palavras. Mas
sua persona dominante não a assustou, porque ela sabia no
fundo de sua alma que este homem nunca iria machucála. —Você é tão bonita.
Ela não percebeu que fechou os olhos até que abriu e
olhou para o rosto de Nerd. As sombras da escuridão em
torno deles, mas também porque o luar filtrado acima deles,
lançou linhas duras em seu rosto. Por vários longos
segundos, ele não falou, apenas olhou para ela. Lentamente,
ele tirou as mãos dela, mas ela não tentou se cobrir
novamente, não quando ele a olhava tão intensamente, e não
quando o calor que passava por ela poderia tê-la queimado
viva.
Com o coração na garganta, Hannah olhou com o que
ela conhecia os olhos arregalados, quando Nerd agarrou sua
camisa novamente e levantou-a. Ele parou bem abaixo dos
seios.
—Tudo bem? —, Perguntou genuinamente,
sinceramente.
Ela não falou durante vários segundos, mas mesmo que
ela estivesse com medo de estragar as coisas por causa de
seu passado, aqui e agora, ela não queria que isso acabasse.
Nerd não podia acreditar que esta mulher bonita,
preciosa, confiava nele com sua cura, com seu corpo. Este
encontro tinha ido de bom, para incrivelmente
melhor. Hannah era uma mulher tão forte, e Nerd não queria
fazer nada para machucá-la ou fazê-la se sentir
desconfortável.
—Você define o ritmo aqui, bonita—. Eu nunca vou fazer
nada para prejudicá-la. Nem agora, nem nunca.
Ela assentiu com a cabeça. —Sim, eu sei.
—Você está com medo?
—Sim. Um pouco.
—Fale comigo, Hannah—. Não me mantenha no
escuro. Eu posso consertar o que eu estou fazendo de errado.
—Eu não quero que isso pare.
—Mas?
—Se eu disser não, você vai parar? —, Perguntou ela.
Nesse momento, ela parecia tão insegura que ele poderia
chutar a si mesmo.
—Baby, eu não estou com pressa. Você não quer que eu
vá mais longe, nós não iremos. Simples. —Ele manteve sua
camisa abaixo dos seios e, tocou a pele exposta de seu
estômago. —Eu não quero que você faça qualquer coisa que
não esteja confortável em fazer.
—Eu não quero que isso pare. — Ela repetiu suas
palavras de antes. —Eu estou com medo de ir longe demais,
que eu vá estragar isso por causa do meu passado.
—Então, por que eu não te toco assim e se você quiser
mais, então você levanta sua camisa para cima ou me diz o
que fazer.
—Eu te falo? —, Perguntou ela.
—Sim. Será tudo para você está noite.
— Mas… e quanto a você?
—Não se preocupe comigo. Eu não sou um menino préadolescente que acaba de ver o seu primeiro par de peitos
quero dizer seios—. Se controle.
Ele não queria que ela fugisse dele.
Ela riu.
—Eu já ouvi muito pior na sede do clube.
—Você ainda está se acostumando com os homens.
—Eu gosto de suas mãos em mim—, disse ela, voltando
ao assunto.
—Você gosta. — Ele percorreu seu estômago e moveu a
mão até sua cintura. —Assim?
—Sim—.
—E eu gostei de seus lábios. Eles eram como mágica.
Se ela queria seus lábios, ele estava mais do que feliz em
dar. Fechando a pequena distância, ele cobriu sua boca, sem
usar a sua língua, e mantendo uma distância bastante
segura entre eles.
—Assim? —, Perguntou.
—Não, um pouco mais.
Ele pressionou firmemente contra seus lábios e não
podia deixar de colocar um pouco da língua dentro. Ela
engasgou, abrindo-se, e Nerd usou a ponta de seus dedos em
sua cintura para acariciar seu corpo. O sexo era muito mais
do que pênis e vagina. Havia muito mais para desfrutar. Ela
sentiria prazer antes de Nerd.
Antes de Hannah ele teve apenas prazer sem
sentimentos ligados a ele. Hannah significava muito mais
para ele. A necessidade dentro dele era muito mais forte. Ele
tinha que tê-la, e, no entanto, ele não poderia simplesmente
tomar.
Nerd se importava com ela mais do que qualquer coisa.
—Está tudo bem? — Ele perguntou.
—Beije-me, Nerd.
Ela pegou sua mão e deslizou-a sobre seu corpo, sem
tocar os seios. Os seios dela estavam fora dos limites
ainda. Hannah colocou a mão contra seu rosto e, em seguida,
colocou-a de volta.
—Me abrace mais apertado enquanto você me beija.
Afundando os dedos em seu cabelo, Nerd reivindicou
seus lábios mais uma vez, abraçando-a como ele fez. Seus
corpos estavam se tocando, mais perto do que nunca. Sua
mão foi até a cintura dele, e ela segurou-o com força. Através
da camisa ele sentiu suas unhas cravarem aonde ela
segurava. Acariciando seus lábios com a língua, Nerd esperou
ela o aceitar. Ela abriu a boca e ele mergulhou dentro,
tocando.
Ambos gemeram naquele primeiro gosto
extraordinário. Nada poderia tirar isso dele. Hannah era a
mulher que ele queria e a mulher que ele esperaria por uma
vida e além.
Ele não sabia quanto tempo ficaram se beijando lá no
chão de terra. Hannah afastou-se e sentou-se.
—Baby? O que está errado?
—Eu odeio isso—, ela disse suavemente.
—Eu sinto muito. — Nerd fez que ia se levantar, não
querendo pressioná-la. Ele deveria ter ido mais devagar. Se
ele tiver ido longe demais, pressionado demais?
—Não é você. — Ela agarrou seu braço, impedindo-o de
ir a qualquer lugar. Embora Nerd quisesse dar-lhe espaço, ele
não tinha intenção de deixá-la.
—Eu não quero pressionar você.
—Você não está me pressionando. Isso não foi o que eu
quis dizer. Eu amo você me beijando e me tocando, e ficando
comigo. Sou eu que me odeio. Eu só quero rasgar minhas
roupas e estar com você, completamente, mas eu estou com
medo.
—Você não tem que ter medo de mim, querida, — ele
disse suavemente.
—E se você não puder aceitar um não? Eles não
aceitaram.
Pegando suas mãos, Nerd deu um beijo em cada lado
delas.
—Eu sempre irei aceitar a palavra não. Eu não a
forçaria. Eu nunca vou obrigar você a fazer o que não quer.
—Ele pressionou outro beijo em seus lábios. —Vamos, vamos
para casa.
Ele se levantou e estendeu a mão para ela, mas ela
balançou a cabeça.
—Não, eu não quero ir. Eu não estou pronta para ir. —
Ela voltou para o chão e olhou para ele. E, em seguida,
chocando-o para caralho, Hannah pegou sua camisa e puxou
sobre a cabeça. Tudo acalmou nele quando ele olhou para
ela. Ela estava em um sutiã de renda vermelha com o peito
arfando de suas respirações entrando e saindo. —Eu não
quero ter mais medo.
Nerd lambeu os lábios.
—Você não tem que fazer isso. Eu sou um homem
paciente, e eu me preocupo com você para caralho, Hannah.
—Você não entendeu? Eu quero fazer isso. Eu preciso
empurrar o passado e toda a merda que está nublando minha
mente. Eu quero um futuro, e eu quero isso com você.
Seu peito se apertou algo doloroso em suas palavras. Ele
ficou de joelhos na frente dela e, de repente, ela tirou o sutiã
e agora estava nua da cintura para cima.
—Isso é o que eu quero com você. — Ela apertou-lhe a
mão ao coração. —Meu coração está batendo rapidamente, e
sim, eu estou com medo, mas eu também estou animada. Eu
quero saber como é ser tocada por um homem que eu
realmente quero—. Ela tomou sua palma aberta.
Agora seu coração batia rapidamente. Seu pau
pressionado contra a frente de sua calça, duro,
insistente. Todo pensamento o deixou quando ela colocou a
mão contra seus seios. Ela respirou fundo.
—Suas mãos em mim me fazem me sentir incrível, Nerd.
—Querida— Ele olhou nos olhos dela; nunca se sentiu
no limite antes. —Hannah, não quero pressionar— Ela
colocou um dedo contra seus lábios, silenciando-o.
—Eu acho que estou sendo a única a pressionar aqui. —
Lentamente, ela abaixou o dedo. —Diga-me você sente
alguma coisa?
Cristo, ele sentia muito mais do que alguma coisa.
—Você sabe que eu sinto. — Ele respirou
profundamente, absorvendo o cheiro dela em seus
pulmões. —Estou nervoso para caralho.
Ela sorriu, e ele soube que Hannah saber sobre seus
sentimentos a acalmou. —Por quê? —, Ela perguntou.
—Você significa muito para mim, e eu não quero te
machucar ou assustar. Para ser honesto, eu nunca me senti
assim com ninguém. Eu prefiro cortar meu próprio pau fora a
lhe ferir.
As lágrimas encheram seus olhos, e ela segurou sua
bochecha.
—Eu sinto muito por fazer você se sentir assim. Vou ser
mais forte para você.
—Hannah, você já está sendo forte para mim. Eu quero
que você seja forte para si mesma, baby—. Apertando a testa
contra a dele, Nerd fechou os olhos. Ele não tinha ideia de
como dizer a ela o quanto ele a admirava e amava. Sim,
aquela sensação em seu estômago que se parecia como
borboletas, era amor. Ele não podia fugir dela, nem o negar
mais. Ele estava bem e verdadeiramente ferrado quando se
tratava de Hannah.
Hannah respirava tão forte que sentiu como se fosse
desmaiar. Ela olhou para Nerd, que viu tanta emoção que fez
seu coração bater mais rápido.
—Eu me importo tanto com você, Hannah, — ele disse e
se inclinou outra vez, beijando-a suavemente. Ele passou a
língua em seus lábios e ela não pôde deixar de gemer. —
Basta pensar em mim e no que vou fazer você sentir. — Ele
estava segurando seu rosto suavemente. Ele a puxou para
trás apenas um pouco para olhar em seus olhos. —Eu nunca
vou deixar ninguém ficar entre nós. Eu nunca vou deixar
ninguém te machucar.
Seus lábios estavam tão perto dos dela que se ele se
inclinasse um pouco para frente, poderia beijá-la
novamente. E como ela queria isso. Hannah estava tão
desesperada por ele, desesperada pela excitação e amor que
sentia por este homem.
Sim, ela o amava e sabia que nada, jamais, iria se
comparar a isso. Talvez fosse rápido e repentino, mas desde
que a resgatou daquele inferno, esteve em sua vida, dandolhe força, mesmo sem saber.
—Eu também me importo com você, Nerd. — Ela olhou
bem nos olhos dele. Hannah queria ser honesta, mas tinha
medo de dizer o que estava na ponta da língua.
Você precisa ser honesta e não esconder as coisas. Vai
ajudá-la a seguir em frente.
—Eu estou apaixonada por você, Nerd. — Ele ficou em
completo silêncio e ela jurou que podia ouvir o mínimo ruído
em volta deles. E então ela ouviu Nerd engolindo e quando
baixou o olhar, viu sua garganta mexendo. Será que ela
arruinou tudo?
—Deus, baby—, ele disse gemendo e a beijou, lento e
firme, apaixonadamente. —Ninguém nunca vai se comparar a
você, Hannah. — Ele inclinou a cabeça e a beijou mais forte.
—Eu te amo, porra. Estou muito apaixonado por você.
Ela fechou os olhos e respirou fundo. Deus, ela nunca
pensou que esse dia chegaria, que pudesse encontrar o amor,
encontrar um homem que ficasse feliz com a pessoa que era.
Hannah estava cheia de luxúria, necessidade e
desesperada por Nerd. Apesar de toda a sua bagagem e do
medo de estragar as coisas, ela sabia que tinha forças e que
poderia superar qualquer obstáculo. Nerd a fazia sentir isso e
muito mais. Ela nunca ficou tão excitada assim por ninguém,
nunca quis um cara assim.
Eu nunca amei ninguém na minha vida, mas amo o Nerd.
Seu coração estava batendo rápido e ela sentiu a sua
calcinha ficar molhada.
Nerd recuou e ela olhou para o seu corpo ainda coberto
de couro e jeans. Ele era muito maior que ela, mas não foi
apenas a sua força física que a atraiu, mas também a sua
força emocional.
Ela podia ver os contornos do seu peito pela camisa que
usava. Ela queria passar as mãos pelas tatuagens que o
cobriam, pelos altos em cada parte de seu corpo. Baixando o
olhar para a sua virilha, ela sentiu o coração acelerar quando
viu sua protuberância pressionada contra o zíper da calça
jeans.
Tudo isso é por minha causa.
—Toque-me, Nerd. — Sim, Hanna precisava disso como
precisava respirar. Sentia essa energia através dela, deixando
de lado o seu desconforto em relação a suas próprias
inseguranças.
—Nós estamos realmente fazendo isso, não estamos,
baby?
Ela assentiu com a cabeça, incapaz de encontrar
palavras. Ele usou seu corpo para deitá-la no chão. Ela
tentou respirar o mais forte que podia, mas sentia que não
era suficiente. Ela sentiu o quão grande ele era e as vibrações
que ele fez contra sua boca. Hannah não sabia se Nerd estava
ciente de que ele estava esfregando seu pau na sua coxa
constantemente. Mas ela não iria impedi-lo, porque sentir
Nerd assim, fazia tudo desaparecer.
—Toque-me—, ela disse novamente, e Nerd gemeu antes
de passar a mão entre seus corpos e empurrar para baixo
suas calças, deslizando os dedos para a zona onde ela queria
que ele a tocasse mais. Ele usou seu corpo para abrir suas
coxas ainda mais, e, embora ela se sentisse tensa, seu
passado e as memórias associadas a ele, não iriam estragar o
momento.
—Porra, Hannah. Você está tão molhada. — Ele passou
os dedos por suas dobras e ela engasgou pelo quão boa era a
sensação.
Ele brincou com ela por mais alguns segundos,
esfregando seu clitóris enquanto acariciava sua fenda e
provocava o seu buraco, a cada batida. Ele foi lento e suave,
a beijando enquanto a tocava até que ela sentiu que iria
gozar. Ela não se arrependeu.
E quando ele tirou a mão, e puxou sua cabeça
ligeiramente para trás e trouxe seus dedos molhados à sua
boca. Mantendo seu olhar no dela, ele espalhou a umidade
em seus lábios. Antes que Hannah pudesse falar qualquer
coisa ou até mesmo fazer um som de necessidade, Nerd
pressionou sua boca na dela, a beijando até que ela estivesse
sem fôlego.
Ele acariciou sua língua na dela e gemeu com o sabor
almiscarado da umidade em seus lábios.
Nerd interrompeu o beijo e começou a passar sua boca e
língua pelo pescoço dela, ao longo de sua clavícula e parou
quando estava em seu peito. Sua respiração tocava sua
carne, fazendo seu mamilo endurecer ainda mais e a fez
pressionar suas pernas juntas quase dolorosamente.
—Você é tão linda, Hannah. — Ele olhou para o seu
corpo até que seus olhares se encontraram.
—Você tem o poder, baby. Você me diz quando parar e
eu paro. — Ela assentiu com a cabeça.
—Isto é para você e fazer você se sentir bem, se sentir
segura. — Ele passou as mãos sobre sua barriga. —Você é
meu mundo e tudo o que faço a partir deste ponto é para
você.
Sem pressão. Mesmo quando Nerd a beijou com seu
próprio creme nos lábios, Hannah sabia que a qualquer
momento poderia pedir para parar. Isso era o que estava
querendo há muito tempo. Nerd beijou seu pescoço, sugando
o ponto onde podia sentir a batida de seu coração. Ela
engasgou, se arqueando, e querendo, precisando, de mais.
As vibrações em seu estômago pareciam estar ficando
cada vez mais fortes. Ela o queria muito. Sua vagina estava
em chamas, e ela queria os dedos dele de volta às suas
dobras. Nerd ainda estava totalmente vestido e não fez
nenhum movimento para retirar a roupa. Quaisquer dúvidas
desapareceram quando olhou para ele.
Este homem nunca iria machucá-la.
Seus beijos não paravam, descendo do pescoço até o
peito, e ela não conseguia segurar as respirações profundas
que dava quando seus lábios pairavam sobre seu mamilo
esquerdo. Ela não aguentava mais e segurando a parte de
trás da cabeça dele, o puxou para sugar seu peito.
O calor de seus lábios a fez gemer. Pressionando as
pernas, ela tentou criar a incrível sensação que Nerd
começou. Ela estava queimando e não conseguia parar.
—Deixa comigo, baby. Abra suas pernas. Eu ia deixar
para a próxima vez, mas vou te tocar até que esteja pronta
para mim.
Ela abriu as pernas e ele colocou a mão entre suas
coxas. Um dedo deslizando contra ela, passando de seu
clitóris até sua entrada. Ele não ia penetrá-la, mas brincou
com ela.
—Pode confiar em mim, baby—, disse ele. —Você está
muito molhada. Vou fazer você se sentir bem. — Ele estava
fazendo ela se sentir bem.
Olhando para baixo, ela viu quando ele lambeu seu
mamilo, usando os dentes para morder seu seio e depois
aliviar a dor. Ele foi para o outro seio, sugando o mamilo em
sua boca. Ela gritou quando ele mordeu um pouco mais forte
e provocou seu clitóris ao mesmo tempo.
—Ah, isso—, disse ela.
Ele abrandou os golpes em seu clitóris e isso a deixou
ainda mais ofegante.
—Você quer mais? —, perguntou.
—Por favor, não pare.
—Você gostou?
—Sim. — Ela nunca pensou que iria, mas
gostou. Hannah não queria que ele parasse, nem agora, nem
nunca. —Por favor. — Ela não tinha medo de pedir.
—Eu estou quase fazendo você se sentir melhor ainda.
— Ele deixou seus seios e beijou sua barriga. Ela estremeceu
quando ele deu pequenas mordidas logo acima de sua
vagina. —Você cheira tão bem. Minha boca está louca para
sentir seu gosto.
Gosto?
O que ele vai fazer?
Se apoiando nos cotovelos para que pudesse vê-lo, ela
viu quando ele abriu os lábios de sua vagina e passou a
língua sobre seu clitóris. Ela engasgou quando gozou, criando
uma profusão de sensações.
—É isso aí, baby. Goze para mim.
Nerd não parou por aí. Ele continuou acariciando sua
vagina e deslizando a língua sobre seu clitóris e em sua
entrada.
Hannah não conseguiu segurar e gozou novamente
quando ele provocava sua vagina. Ela não sentiu nenhum
medo. Ele chupou seu clitóris, tomando seu tempo para levála até o clímax, mantendo-a equilibrada.
Seu corpo estava em chamas e desesperada para gozar,
para o prazer que sentiria.
Nerd não a deixou esperando e lhe deu um orgasmo
demolidor que a deixou gritando seu nome e implorando por
mais.
Ele não parou, provocando seu clitóris, sugando e
prolongando seu prazer. Só quando ela não aguentava mais,
ele parou. Ele se inclinou sobre ela, dando um beijo em seus
lábios e ela não se importou de sentir seu próprio gosto.
—Você é incrível.
Ela tentou se aproximar dele, mas Nerd tomou suas
mãos.
—Não esta noite.
—E você? —, Ela perguntou.
—Esta noite foi tudo para você. Eu posso esperar.
Mordendo o lábio, ela o achou encantador.
—Obrigada.
—Vamos, quero te levar para casa, para que você não
esteja cansada demais amanhã.
—Eu não quero que essa noite termine.
Nerd a puxou para ele.
—Isso nunca vai acabar. Você me deu seu coração,
Hannah, agora eu vou te mostrar como isso pode ser bom.
Mais tarde naquela noite, Nerd sentou no bar. A maioria
do clube foi para a cama, assim como Hannah. Ele a trouxe
de volta para casa e viu a preocupação de todos. Nenhum
deles confiava nele para fazer a coisa certa.
—O que você está fazendo? —, Demon o surpreendeu.
Ele virou e viu Demon segurando seu filho.
—Você está acordado até tarde.
—Eu poderia te perguntar o mesmo. Esse cara não
queria dormir e Deanna está muito exausta ultimamente. Eu
não quero que ela fique doente. — Demon beijou a cabeça de
seu filho. —Eu acho que ele está com fome. Eu já troquei a
fralda fedorenta.
—As alegrias da paternidade. Deixe-me adivinhar? Ele
nem sequer disse ‘obrigado’?
—Não. Paternidade é uma merda, se você espera um
‘obrigado’. Deanna me disse para não esperar até mesmo
quando ele for mais velho. Acredite em mim, ele vai mostrar
respeito. — Demon se sentou, já com uma mamadeira na
mão. —Diga-me o que está incomodando você?
—Nada está me incomodando.
—Seu encontro não correu bem?
—Sim, correu perfeitamente bem.
—Isso é um problema?
—Não.
Demon franziu a testa.
—Ok, então qual é o problema?
—Nenhum problema, o encontro foi perfeito. Estou
apenas… pensando.
—Sobre o quê?
—Se esta é a vida que eu quero que ela tenha.
—A vida do clube?
—Sim, ela não é para todos e não quero ser um idiota
egoísta, a fazendo ficar comigo. — Nerd esfregou suas
têmporas.
—Esta noite foi o meu primeiro encontro e foi
incrível. Eu não quero fodê-la ou fazer algo que a faça me
odiar nos próximos anos.
—Você está certo, a vida do clube é difícil e há
momentos em que eu sei que Deanna odeia. Ela odeia as
prostitutas do clube e as lutas. Ela fica por minha causa,
porque eu a amo mais do que qualquer coisa. Ela sabe que
nunca vou traí-la e que ela me possui de coração, corpo e
alma. A vida do clube pode não ser o que Hannah merece,
mas ela merece você. Não há mais ninguém que irá tratar
essa menina direito.
—Apenas ser eu mesmo?
—Seja o homem que ela merece. Ame-a com todo o seu
coração e você nunca vai se arrepender. Esse é o meu
conselho e eu estou muito bem casado e com um filho.
Isso era exatamente o que Nerd queria também.
Hannah se sentou na sala de espera do consultório da
terapeuta, não sabia por que estava tão nervosa, mas sentia
como se não conseguisse respirar. Embora Nerd tivesse dito
que ela procurasse um outro terapeuta, ele nunca explicou
por que se sentia assim, e por isso, ela decidiu falar com
Jamie e ver o que estava acontecendo. Ela podia ter dito a
Nerd que veria outra pessoa, mas Hannah sentiu uma força
recém-descoberta e queria ser capaz de descobrir as coisas
por conta própria.
Ela não marcou consulta, pois as circunstâncias do
porquê Nerd não queria que ela visse Jamie eram
estranhas. Ela queria saber o que estava acontecendo e
Hannah não se preocupou em dizer a Jamie que iria, pois a
mulher podia dizer que estava ocupada. Embora isso fosse
tudo especulação, ela não fazia ideia do que estava
acontecendo ou por que se sentia estranha em falar com
Jamie.
—Maggie, por favor, cancele minha consulta das duas e
meia da próxima semana.
Hannah levantou o olhar e viu Jamie. A terapeuta
estava olhando para um arquivo e não notou Hannah
imediatamente. Mas então, ela parou, levantou a cabeça e
olhou diretamente para Hannah. Seus olhares se fixaram e
Hannah sentiu o aperto em sua barriga intensificar.
—Hannah, — Jamie disse, com sua voz cheia de
emoção. —Eu não acho que nós temos uma consulta hoje. —
Hannah se levantou e balançou a cabeça.
—Nós não temos, mas estou confusa sobre algumas
coisas.
Elas não falaram por um tempo e então, finalmente,
Jamie assentiu.
—Eu tenho um tempo livre. Siga-me para o meu
escritório.
Hannah seguiu Jamie, entrou na sala, sentou na
cadeira em frente à mesa de Jamie e as duas mulheres se
encararam, sem falar ou se mover.
—Não achei que você voltaria aqui depois da forma como
você terminou nossa sessão da última vez.
Não, Hannah não planejou voltar.
—No que eu posso te ajudar? —, perguntou Jamie, sem
emoção na voz, sua expressão em branco. Hannah olhou
para suas mãos, fechadas no colo e respirou lentamente.
—Além da forma como me ofendeu na última consulta e
o fato de que eu realmente não queria voltar, Nerd não quer
que eu a veja. Eu não consigo entender por que o
incomodaria se eu a visse de novo, já que eu não contei para
ele o motivo de eu não querer voltar aqui.
Ela ergueu o olhar para Jamie. A terapeuta ficou em
silêncio por longos segundos, mas finalmente exalou e se
levantou. Ela se virou e Hannah levantou as sobrancelhas em
confusão.
—O que você está…
Jamie levantou a blusa e mostrou a parte de baixo de
suas costas. Tatuada em sua pele estavam as palavras, —
Nível de boceta, assim que for solicitada— Jamie abaixou a
blusa e virou para encará-la novamente. —Eu sei o que é
estar no mundo MC. Mas os meus apetites e as exigências
para o que eu queria, acabaram me iniciando. — Jamie deu
de ombros, não entrando em detalhes, mas também não
parecendo culpada pelo que fez.
—Você foi uma…— Hannah pensou no termo que o
clube chamava as mulheres que estavam lá só pelo sexo.
—Uma prostituta do clube e orgulhosa por ter sido
uma—, disse Jamie como se sentisse muito orgulho. Mas sua
expressão se tornou mais escura. —E então eu era demais
para eles lidarem.
Hannah não achava que isso era a história completa,
mas não se importava em ouvir mais nada. E então Hannah
percebeu o que estava realmente acontecendo. Ela se
levantou e, pela primeira vez em muito tempo, ela realmente
sentiu raiva.
—Você queria ficar com Nerd? Você me usou para
chegar até ele, para chegar ao clube?
—A princípio não. Não sei muito sobre você, além do
mínimo de informações que nos deu. Mas, em seguida, ouvir
o que você disse, me fez querer essa vida novamente. —
Jamie ficou de pé.
—Isso me fez querer esse clube e a atenção novamente.
Hannah apertou os lábios.
—Você não pode ter Nerd.
—Acredite em mim, seu motociclista deixou claro para
mim que era para ficar longe. — Elas olharam uma para a
outra por longos segundos. —Acho que é isso, sem dizer que
nosso relacionamento profissional tem que acabar.
—Não brinca, — Hannah disse, antes que Jamie
pudesse responder, Hannah deixou o prédio, sentindo como
se fosse arrancar sua pele fora.
Ela amava Nerd, e o simples pensamento de alguém
querendo separá-los, ou, pelo menos, tirar algo que ela
amava e prezava, fez esse poder passar por ela.
Nerd estava na garagem dos Soldiers trabalhando em
uma moto que ficou jogada num canto no último ano. Ele só
precisava de algo para fazer, algo que ajudaria a manter sua
mente longe do que realmente queria fazer com Hannah …
para Hannah. A fazer gozar foi tão excitante que, quando ela
foi embora, ele se masturbou duas vezes. Mas ele não queria
forçá-la, nem mesmo se ela quisesse esperar anos. Sim, por
Hannah, Nerd seria o cara mais paciente do mundo.
Ele apertou alguns parafusos e ouviu o som de uma
porta de carro se fechando. Olhando por cima do ombro, ele
viu Amy deixar Hannah antes de se afastar do MC e
sair. Hannah olhou para o clube, mas, em seguida, olhou
para a garagem. Nerd se levantou e virou, pegou um pano e
limpou as mãos.
—Ei…— Ele parou de falar quando viu o olhar focado no
rosto dela. Quando ela entrou na garagem com os olhos
arregalados e as mãos fechadas em seus lados, todo seu
instinto se atiçou. —O que há de errado, baby? Você está
bem? Alguém te sacaneou?
Ela estava na frente dele apenas um segundo depois,
com as mãos apertadas em torno de sua t-shirt, e olhou em
seus olhos.
—Menina, você está me assustando.
Mas ao invés dela falar, ela ficou na ponta dos pés e o
beijou. Depois de um segundo ela se afastou, respirando
pesado.
—Eu vi Jamie, falei com ela. Ela me disse o que fez, o
que tentou fazer com você.
Ele apertou a mandíbula.
—Eu não queria que você a visse de novo. Ela é uma
cadela.
—Eu sei—, ela disse suavemente.
Ele segurou seu rosto e acariciou sua pele macia.
—Eu te amo para caralho. — Ela sorriu, um gesto que
poderia iluminar toda a sala. —Eu pensei que você estava
ferida, que alguém tivesse te machucado. Eu estava pronto
para cortar a garganta deles.
—Jamie não estará em minha vida. Entretanto, gostaria
que você tivesse me dito que falou com ela.
Ele exalou e assentiu.
—Sim, eu deveria ter dito. Eu não quero esconder nada
de você.
—Eu também não quero.
Nerd queria ser honesto com ela, não queria nada entre
eles. Ela já teve tantos obstáculos em sua vida, que ele queria
tornar as coisas mais fáceis para ela, mais suaves. Mas uma
parte dele sabia que provavelmente iria estragar tudo de
alguma forma. Ele era frio e duro, tudo que já conheceu foi
como ser um motociclista fodão. Será que Hannah seria
capaz de amá-lo quando ela realmente entendesse que ele era
quem era, não importasse como ele era gentil com ela?
Nas semanas seguintes Hannah continuou vendo Nerd,
indo às aulas e parou com o aconselhamento. Amy se
ofereceu para ir com ela a sua primeira sessão, mas não era
algo que ela queria fazer. Nenhum dos Soldiers a forçou, o
que ela gostou. Amy continuou a incentivando a ir, mas ela
tomou sua decisão e era sua decisão final.
Ela se sentou fora da sede do clube enquanto a festa
estava em pleno andamento e olhou para as estrelas. Nerd
tinha ido buscar cerveja e voltaria em breve. Ela esperava que
quando ele voltasse, ela pudesse dar uma longa e agradável
caminhada com ele para conversarem. Isso era o que ela
queria. Festas na sede do clube eram grandes e
barulhentas. Ninguém tentava nada com ela, mas a
incomodava … a vida já a incomodava.
—Qual é o problema? —, Perguntou Weasel, sentandose a seu lado. Ele manteve uma distância cuidadosa.
Nos seus primeiros dias na sede do clube, se alguém se
aproximasse ela começaria a gritar, num ataque de
pânico. Mas ela sabia que estava progredindo, mesmo que
apenas um pouco, quando se sentia calma em torno de
outras pessoas.
—Eu estou esperando por Nerd.
—Ele estará de volta antes que perceba.
Ela assentiu e olhou para as estrelas.
—É uma noite bonita—, disse.
—Sim, é.— Um momento de silêncio passou entre eles.
—Você e Nerd, estão firmes? — Weasel tomou um gole
de sua cerveja, e ela olhou para ele, pensando sobre a
pergunta. No sentido básico ela sabia que eles estavam, mas
também sabia que tinha um longo caminho a percorrer antes
que pudesse ser uma parceira digna de alguém.
Ela assentiu, mas não queria falar disso com ninguém.
—Sim, estamos firmes. Pelo menos, eu acho que
estamos. — Ela manteve o resto de seus pensamentos para si
mesma. —Mesmo para os meus próprios ouvidos, parece
loucura. — Ela passou os dedos pelo cabelo, desfazendo os
nós. —Ele é um cara muito doce.
—Só com você—, disse Weasel. Ela olhou para ele
novamente.
—Você realmente conhece Nerd? Conhece o clube? —,
perguntou Weasel.
—Eu acho que não entendo o que você está tentando
fazer.
—Abra os olhos, Hannah. Você está vivendo numa
bolha. Todos nós estamos te protegendo. Eu acho que você e
Nerd tem alguma coisa, mas isso, não vai funcionar, não
agora, não amanhã, nem nunca.
Hannah franziu a testa, tão chocada com o que ele
estava dizendo que ela não conseguia nem responder.
—Eu não entendo.
—Nerd faz parte de um dos clubes de motociclistas mais
temidos. Como você acha que nós temos essa reputação? Não
foi distribuindo chocolate e flores. Nós somos assassinos,
Hannah. Nós matamos as pessoas que levaram vocês e nós
matamos muitos outros depois disso.
Ela sabia disso.
—Ele não é um cavalheiro. Aquela festa lá dentro—, ele
moveu o queixo em direção ao clube, —Nerd estaria enfiando
até as bolas nas bocetas agora.
Um suspiro chocado saiu de sua boca por causa das
palavras grosseiras.
—Ao invés disso, você tem ele todo distorcido na sua
própria merda para ver o que está acontecendo.
—Eu não entendo por que você está me dizendo isso,
para início de conversa.
Ele balançou a cabeça.
—Eu quero que você abra os olhos, Hannah. Eu não
estou tentando ser um idiota. Eu estou apenas sendo
verdadeiro com você.
Ele jogou a garrafa longe e ela a ouviu quebrar no
asfalto. Ela não estava acostumada a esse tipo de indignação
dos Soldiers, mesmo que não conhecesse Weasel muito
bem. Considerando a seita que a levou, sim. Isso, estava tudo
errado.
—Estou apenas dizendo isso até você estar pensando
direito, até ter trabalhado toda sua merda, você não pode
realmente estar lá da forma que importa. — Ele olhou para
ela.
—Você entende o que eu estou dizendo?
Ela começou a tremer quando as palavras fizeram
sentido. Sim, ela sabia o que ele queria dizer, pensou nisso
sozinha, mas ouvir alguém dizer isso… ela respirava fundo,
sem saber como responder.
—Que porra é essa? — Nerd disse atrás de Weasel, sua
voz aumentando com indignação.
Hannah se virou para o homem que lhe deu esperança
em suas horas mais sombrias. Ela olhou para ele, e sabia que
Weasel estava certo, mesmo que não quisesse admitir isso a
si mesma. Ela estava danificada e por mais que quisesse
estar com Nerd, ela tinha medo de si mesma e de arruinar
tudo. Como ela poderia ser tudo o que Nerd precisava quando
só poderia suportar seu toque?
—Cara, eu não iria machucá-la, eu estava apenas
falando a verdade.
—Não é o seu dever ficar entre nós ou dizer nada a ela.
—Todo mundo pensa que você e ela juntos, são uma
coisa boa. Mas não é, e eu sinto muito que eu tenho que ser o
único a deixar isso claro. Você não vê, ela está petrificada e
até que ela esteja bem, não é bom para ela estar aqui. Ela é
uma responsabilidade, cara. Nós somos um clube, unidos,
Nerd. Sua mente não está nem na metade do tempo no
trabalho, apenas pensando nela e colocando o clube em
perigo. Você nem sequer a reivindicou como sua Senhora,
então como pode esperar que o clube o apoie?
Nerd não respondeu, mas parecia muito chateado.
—Eu não preciso de um homem pensando na boceta
que está tentando entrar. — Nerd deu um passo em direção a
Weasel. —É melhor você calar a boca, cara.
—Que merda está acontecendo aqui? — Demon
perguntou, de repente, saindo do clube com Deanna em seu
braço.
Hannah odiava isso. Ela odiava ser o centro das
atenções. Ela odiava ser a única a causar problemas. Essa
nunca foi a vida que queria e ela nunca quis causar
problemas ou um afastamento entre os irmãos.
Ela olhou para Nerd. O propósito de violência o
rodeava. Ele queria lutar, mas ela sabia que estava se
segurando porque ela estava lá. Ela não estava bem o
suficiente para estar pronta para ele. Ele merecia muito mais.
Seus encontros perfeitos; não foram suficientes. Mesmo
para ela, seu tempo juntos não era suficiente.
—Ele está certo, — ela finalmente disse.
—O quê? — Nerd perguntou, incrédulo. —Não dê
ouvidos a esse imbecil, Hannah.
Ela balançou a cabeça.
—Você e eu, nunca vai funcionar, não até que eu possa
confiar em mim mesma. — Pelo menos não pode funcionar
agora.
—Hannah, nós estamos indo bem, baby. Não vou
pressioná-la. Você sabe disso.
—Eu sei disso, Nerd. Mas eu não quero ir ‘bem’ com
você. Eu quero que você tenha o que Amy e Joker têm. O que
todos os casais do clube têm. Você merece isso e muito mais.
Agora, eu estou te segurando. Olhe para mim, Nerd. Estou
danificada. Eu quero ser boa para você, quero minha cabeça
no lugar certo, porque você merece isso. Nós merecemos isso.
Nerd se aproximou dela.
—Você é linda e está fazendo progresso. Dê tempo a
isso.
Ela balançou a cabeça.
—Eu não estou indo bem, não totalmente. Naquele dia,
no lago, eu queria você, e ainda assim eu estava
apavorada. Isso não é justo. Eu não quero isso para você. Eu
não quero isso para mim. — Ela estava inflexível com ele. Não
haveria um futuro entre eles se permanecessem assim. Ela ia
embora, precisava estar sozinha e se curar.
—Deanna, você pode me levar a um lugar?
—Espere, espere apenas um minuto. Você não vai a
lugar nenhum—, disse Nerd. Ela deu um passo em direção a
ele e tocou seu rosto. —Eu tenho que ir.
—Não, eu não quero que você vá. O Weasel não faz ideia
do que está falando.
—Ele faz. Você precisa abrir os olhos e ver isso,
Nerd. Eu não estou completa. Um dia eu vou estar e então
você e eu poderemos estar juntos do jeito que tem que ser.
Ela ficou na ponta dos pés e mesmo que quisesse correr
na direção oposta, ela encostou os lábios nos dele.
—Eu te amo, Nerd. Por favor espere por mim.
Nerd observou enquanto Hannah subiu no carro de
Deanna e Demon o deteve.
—Você tem que deixá-la ir. Isso é o que ela quer.
Sua razão de viver estava naquele carro e eles
esperavam que ele apenas deixasse ela ir?
—Não. Ela é minha. Deixe-me ir, Demon.
Mesmo assim, ele não foi páreo para Demon e a força do
presidente. Havia uma razão para o grande filho da puta ser o
Prez do seu clube e ele o mostrou naquele momento.
—Esta não é sua decisão. Não faça isso mais difícil.
Demon o soltou e, mesmo que Nerd quisesse ir atrás
dela, ficou preso ao chão, chocado. Ele observou quando
Deanna se afastou. Hannah olhou para ele, com tristeza e dor
em seu rosto. Não, ele não podia deixá-la ir.
No momento em que o carro não estava mais à vista, ele
exalou e passou a mão pelo rosto. Que merda ele fez? Por que
ele não tentou de uma forma mais firme fazê-la ficar? E
então, sentiu sua raiva enchê-lo. Nerd virou, procurando o
filho da puta que provocou isso e ficou no limite.
—Seu idiota patético. O que você estava pensando? —
Ele foi em direção ao homem e ficou feliz que o outro
motociclista não recuou. Ele empurrou Weasel forte.
—Eu estava fazendo a coisa certa. — A voz de Weasel
estava arrastada e o cheiro de álcool exalava dele. Mas Nerd
não dava a mínima se o filho da puta estava bêbado.
Ele fechou a mão e precisando deixar a sua raiva sair,
acertou um gancho de direita na mandíbula de Weasel. A
cabeça de Weasel foi para o lado com o impacto.
—Fazendo a coisa certa? A mulher que possui o meu
coração me deixou por causa do que você disse. — Ele deu
outro soco no rosto de Weasel. O homem aceitou tudo.
Mas, então, a raiva de Weasel veio. De repente, ele
explodiu, desferindo um golpe e empurrando Nerd para trás.
—Eu fiz o que ninguém mais ia fazer. Eu a fiz abrir
aqueles lindos olhos. — Weasel cuspiu sangue no chão e
mostrou os dentes.
—Você ferrou tudo. — Nerd partiu com tudo, batendo
com o punho contra Weasel. Weasel, em seguida, respondeu
com outro soco. Eles se separaram e Nerd limpou o sangue
de sua boca.
—Eu fiz o que eu tinha que fazer, não apenas para o
bem do clube, mas para o seu bem e dessa mulher.
—Eu fiz o que fiz porque eu quero ela como minha
Senhora, seu filho da puta. — Nerd cuspiu as palavras. —Nós
estávamos nos ajudando. — Nerd mostrou os próprios
dentes.
—Sim, eu tenho certeza que você estava ajudando. Tem
sido alguns meses. Você teve alguns encontros e ela lutou
para me ter sentado perto dela. Será que ela realmente te
conhece, sabe a merda que você fez e faria? Me odeie, bata
em mim, eu não dou a mínima. Mas não pense que eu o fiz
tranquilamente. — Weasel o empurrou para fora do caminho
quando ele entrou no clube.
Sua cena causou audiência. Vendo os olhares de pena,
Nerd teve o suficiente.
—Estão olhando o quê? Vão a merda.
—Você sabe que ele está certo, — Demon disse
finalmente.
Nerd olhou para seu Presidente.
—Você está se virando contra mim também? — Demon
apenas balançou a cabeça.
—Você disse que eu poderia ser o que ela merecia.
Demon exalou.
—Eu sei o que eu disse. O que você tem que perceber é
que ela precisa chegar ao ponto de ser forte por si mesma
antes que possa estar com você. Merda, cara, até eu posso
ver isso. Hannah precisa se curar e você tem que deixá-la
conseguir isso sozinha. Esta é a vida dela e cabe a Hannah
decidir o caminho que quer seguir.
—E se eu nunca a ver novamente? — Nerd perguntou,
com um desespero, de repente o enchendo. Ele nem sabia
para onde ela estava indo.
—Então pelo menos você soube como é sentir amor. —
Demon lhe deu um tapa nas costas. —Pela forma como
Hannah olhou para você, ela vai estar de volta e quando ela
estiver, é melhor você estar pronto para ela.
—Tem certeza que é isso que você quer? —, Perguntou
Deanna, e tudo que Hannah podia fazer era olhar para a
estação de ônibus na frente delas.
—Não—, ela respondeu honestamente. Não fazia ideia
do que estava fazendo ou onde estava indo.
—Querida, você não tem que fazer isso.
Hannah olhou para Deanna, uma das pessoas mais
doces que já conheceu. Droga, todas as mulheres do clube
foram tão amáveis e generosas com ela.
—Você pelo menos conhece alguém, sabe para onde ir?
— Deanna parecia tão triste por ela.
Hannah se recostou no assento e exalou.
—Não para as duas perguntas, mas eu não sei o que
mais fazer ou onde ir. — Ela fechou os olhos e respirou de
novo, não tendo a certeza se estava fazendo a escolha certa.
—Olhe para mim, querida. —Hannah virou a cabeça e
olhou para a outra mulher. Elas não falaram por longos
segundos e a emoção vindo de Deanna era tangível.
—Nerd te ama, isso é claro como o dia. Ele faria
qualquer coisa por você. Não importa o que alguém fala e não
importa se você acha que é certo ou errado, você tem que
fazer o que te faz feliz. — Deanna sorriu. —Se isso é
realmente o que você quer fazer e não porque algum idiota
motociclista bêbado falou, então eu te apoio. Mas se você está
fazendo isso porque você está com medo, porque você não
acha que é digna…— Deanna abanou a cabeça. —Eu só
estou dizendo, faça o que você tem que fazer para curar o que
tem aí dentro. Fique inteira antes de se preocupar com
qualquer um ou qualquer outra coisa. — Deanna estendeu a
mão e pegou a mão dela, dando-lhe um pequeno aperto.
Hannah sabia que o que a mulher estava dizendo era
verdade e embora estivesse com medo de ir, não queria ir
para longe de Nerd. Ouvir as palavras de Weasel cimentaram
um monte de coisas nela. Ela sabia que precisava ficar
completa, ou o mais completa possível, se quisesse ter
alguma chance no seu próprio felizes para sempre.
—Eu preciso estar completa—, ela sussurrou.
Deanna sorriu.
—Eu estou contente de ouvir que você está fazendo isso
por você mesma. — Ela acariciou a mão de Hannah. —Eu
tenho uma amiga que mora a apenas uma hora da
cidade. Ela tem um pequeno negócio nas montanhas, como
uma espécie de retiro. Não é nada tradicional, e é muito
espiritual, mas também cura. É mais holística do que médica,
mas a definição e a paz vai ajudá-la a chegar a sua própria
conclusão. — Deanna sorriu novamente. —Isso parece com
algo que você gostaria de tentar ou você prefere pegar um
ônibus e passear? —, Perguntou Deanna genuinamente. —O
que você decidir, não julgarei, acredite em mim.
Hannah não precisava pensar sobre isso.
—O lugar de sua amiga parece agradável. — Ela não
queria passear, não queria estar perdida, até em si mesma. —
Mas tudo o que peço é que você não conte a ninguém onde
estou. Eu preciso colocar minha cabeça no lugar e se Nerd
souber onde estou, não acho que ele vai deixar.
Deanna concordou e mostrou um pequeno sorriso em
seus lábios.
—Não, eu não acho que ele deixaria. Eu não vou dizer
nada. Não é da conta de ninguém, apenas sua.
Lágrimas encheram os olhos de Hannah quando
pensava em deixar Nerd, mas também em voltar a ele. Ela só
esperava que ele ainda estivesse lá para ela quando voltasse.
Hannah foi embora por algumas horas, mas Nerd já se
sentia um desastre. Ele se sentou no bar na sede do clube,
com a garrafa quase vazia de vodka na frente dele, sua visão
embaçada, mas a dor de sua ida ainda era muito forte. Nem
mesmo estando completamente bêbado, diminuía isso.
Ele ouviu algumas prostitutas do clube rindo atrás dele
e se virou para ver uma delas sentada no colo de Weasel e
outra mexendo seus seios na frente de seu rosto. A festa
ainda rolava, mas nenhum dos motociclistas estava ciente de
quanta dor Nerd sentia. Ou talvez eles soubessem e não
queriam ser sugados nela? De qualquer maneira ele preferia
beber e sofrer sozinho.
Mas quanto mais ele olhava para Weasel, mais ele
queria ir até lá e realmente matar o cara. Talvez Hannah
tivesse planejado deixá-lo este tempo todo ou o filho da puta
a levou ao limite?
—Tome outra e guarde sua raiva. Nós não precisamos
de derramamento de sangue aqui esta noite, cara. — Nerd
olhou para Vengeance. O outro motociclista estava atrás do
bar, com uma nova garrafa de vodka em sua mão.
—O que você acha que sabe sobre o que eu devo ou não
fazer? — A voz de Nerd estava tão arrastada, ele estava
bêbado demais, mas ainda se sentia uma merda.
Eu devia ir atrás dela. Eu tenho de descobrir onde ela
está. Como eu poderia deixá-la ir embora?
Vengeance colocou a garrafa no balcão e levantou as
mãos.
—Eu só estou dizendo que vamos beber e deixar o
derramamento de sangue para outro dia, ok?
Nerd olhou para o homem e acenou com a cabeça uma
vez.
Agora se afogar em suas próprias emoções era tudo o
que podia fazer. Pelo menos até que Deanna voltasse e ele
descobrisse onde sua mulher foi. Mas o que ele não deixaria
ir, não importava o quanto de bebidas consumisse, era a
necessidade de bater no Weasel até que ele admitisse o que
fez, o quanto ele o ferrou, que foi uma má ideia e não era o
seu problema.
Uma semana se passou e Nerd não ouviu falar de
Hannah. No momento em que Deanna voltou, ele tentou
descobrir onde ela deixou Hannah, mas Deanna não falaria.
—É o que ela precisa. Isto é sobre ela.
Nerd não pressionou, mesmo que quisesse forçar
Deanna a lhe dizer. Ele se conteve. Deanna era uma boa
mulher e ele confiava nela para não colocar Hannah em
perigo. Na primeira noite, bebeu até o esquecimento e pelo
tanto que bebeu, perdeu o primeiro dia sem ela, não foi tão
ruim assim afinal. No segundo dia, ele cuidou de algumas
incumbências para o clube, e cada segundo desse dia foi uma
lembrança dolorosa de que quando ele voltasse para o clube,
ela não estaria lá.
Ele ordenou que Weasel ficasse fora do seu
caminho. Não havia como ser capaz de viver com esse homem
depois do que fez. Ele tirou Hannah dele, um buraco que não
se fechava facilmente. A cada dia, ele fez o que precisava e
todas as noites, ele se afogava numa garrafa de scotch,
desesperado para um de seus irmãos arrumar uma briga. Ele
trocaria a dor de seu coração, pela dor de seus punhos.
A dor era maior do que ele podia suportar. Foi assim
que a primeira semana terminou e quando acordou na
segunda de manhã, do lado de fora, olhando para o sol e com
uma dor de cabeça assassina, Nerd não sabia o quanto podia
aguentar mais. Uma semana, era tudo o que passou. Uma
droga de semana e ele era um desastre.
—Você parece uma merda—, disse Weasel.
Fechando os olhos, ele esfregou as têmporas.
—Eu disse para você ficar longe de mim.
—Sim, uma semana foi tudo o que te dei. Você tem que
melhorar e enfrentar o mundo real.
—O mundo real não é algo que quero enfrentar
agora. Você a levou embora.
—Eu não fiz nada.
Sentando-se, ele olhou para o homem que ele
costumava chamar de irmão.
—Você não fez nada?
—Se não fosse por mim, Hannah não estaria tentando
melhorar.
—Melhorar? A mulher que eu amo, a única mulher que
já significou alguma coisa para mim, e você mete o nariz no
meu negócio e você acha que eu deveria estar grato.
—Você não estava fazendo nada para ajudá-la. A
menina estava numa destruição total e completa.
Levantando-se, qualquer dor de cabeça que começou,
passou. A raiva que ele manteve escondida com o scotch na
maior parte da semana reapareceu num instante ao falar com
o homem que arruinou sua vida.
—Você tem que estar brincando comigo se você pensa
por um segundo que vou agradecer a você.
—Sim, eu já percebi que esse tipo de agradecimento vai
levar algum tempo.
—Você é um babaca—. Indo em direção a ele, enfiou o
dedo no peito de Weasel. Demon pediu para não atacar
Weasel e para tentar ver o raciocínio de seu irmão. Mas
naquele momento, ele não via nenhum raciocínio. Ele via o
homem que ferrou com a cabeça da sua mulher e agora ele
estava sozinho. —Ela era tudo que eu tinha.
—E o que você tinha não era suficiente. Ela não podia
lidar com o seu toque. Ela não podia nem se segurar quando
estava perto de você, não de verdade. Um dia você vai me
agradecer.
Batendo o punho contra o rosto de Weasel, ele não lutou
limpo. Nerd nunca foi um lutador sujo e por isso ele se
afastou.
—Isso não vai acontecer hoje.
Demon chegou ao clube com Ty, seu filho.
—Eu te pedi para não começar uma briga com ele.
—Eu não comecei uma briga. Eu só mostrei a ele como
seria.
—Estou falando sério, Nerd, não quero lutas no meu
clube.
Nerd fez uma pausa e olhou para o Prez do seu clube.
—Você sabe onde Hannah está?
—Se eu soubesse, não diria a você.
—Isso é uma bosta.
—Não, não é. Creio que o que Weasel estava dizendo é o
correto e que você está errado, Nerd. Nenhum de nós poderia
ajudar Hannah. Isso era o que ela precisava fazer e você tem
que aprender a aceitar isso.
Nerd rangeu os dentes, olhando para Ty que estava em
seus braços chupando sua chupeta. A explosão de inocência
à frente dele o fez recuar. O que ele estava fazendo? Ele
precisava se controlar.
—Um dia, Nerd, você vai ver o que está bem na sua
frente. Até lá aproveite todas as drogas, bebidas e bocetas
que puder.
—Eu não quero qualquer boceta. Eu estava feliz com a
mulher que eu tinha.
Apenas o pensamento de estar com outra mulher o
deixava revoltado.
Mesmo que ela nunca mais volte, ele preferia morrer do
que tocar outra mulher.
—Você está fazendo aquela coisa de novo—, disse Patty.
Hannah se afastou da janela para ver Patty, a amiga de
Deanna, em pé atrás dela. Patty trouxe um pouco de chá e
alguns biscoitos.
—Desculpe, o que eu estava fazendo?
—Você estava olhando para fora, completamente alheia
ao mundo em seu redor. Você tem feito muito isso, mas é
bom. Significa que você está limpando sua cabeça.
—Eu só estava pensando. — Ela esfregou as mãos nas
coxas e se sentou em frente de Patty. A amiga de Deanna era
tão amável e gentil.
—Você estava pensando sobre o seu amigo?
Ela assentiu com a cabeça.
—Sim. Nerd, é o nome dele. Talvez um dia você pudesse
conhecê-lo. Quer dizer, se isso não for muito.
Hannah estava ciente que Patty teve lutas semelhantes
às dela, na primeira noite Patty confiou em Hannah e disse
sobre quando, há mais de dez anos atrás, ela foi
estuprada. Os homens que a machucaram estavam presos,
mas não havia um dia que passasse que Patty não pensasse
sobre o que aconteceu.
Hannah não sabia como Patty lidou com isso, mas aqui
estava ela, numa linda casa servindo chá.
—Eu ficaria feliz em atender o seu amigo. Ele soa como
um bom homem.
—Ele é legal. Pelo menos ele é bom para mim. Muitas
pessoas não o chamariam de bom na cara dele. — Patty
riu. —Ele é um daqueles tipos de homens. O tipo possessivo?
—É difícil para você falar disso? —, Perguntou Hannah.
Ela observou como Patty não respondeu e simplesmente
despejou uma bebida para ambas, levando um tempo para
adicionar leite e açúcar.
—Hannah, o que me aconteceu foi horrível, e isso
aconteceu há muito tempo, mas eu tento não pensar nisso. É
comigo, é quem eu sou, mas eu não vou permitir que ele me
molde.
—Eu não estou julgando.
—Eu sei. Eu aprendi a controlar o medo que me
segurava. Depois que isso aconteceu, eu não conseguia ficar
num quarto com ninguém, por medo de me aproximar. Eu
não podia falar com ninguém. Eu não podia sequer olhar
para mim mesma no espelho.
—O que mudou?
—Eu comecei a terapia, que funcionou por um
tempo. Eu não estava realmente viva. Eu queria ser a mulher
que eu era antes, e você sabe o quê? Esse era o meu
problema. Eu queria ser alguém que não era mais. Eu não
podia fazer isso. Aconteceu e eu estava permitindo que eles
definissem quem eu era. Então, decidi que a partir daquele
momento, em que eu percebi que a minha vida estava sendo
arruinada e eles continuavam a ganhar, que eu tinha que
lutar. Eu tive que lutar para ser quem eu sou hoje.
—Eu não sou tão forte.
—Eu não sei. Você era forte o suficiente para estar com
um homem que amava. Para isso é preciso muita
coragem. Você apenas tem que encontrar a parte de você que
quer isso, Hannah. Eu participo de um grupo com mulheres e
homens que sofreram.
—Mas?
Patty parecia triste.
—Há realmente homens que sofrem como nós. Nós não
julgamos e tem sido uma semana. Nessa semana eu vi você
olhando para fora dessa janela e afastada. Deanna me disse
que queria melhorar. Isso é verdade?
—Sim, mais do que qualquer coisa.
—Então, vem para o grupo. Veja os homens e mulheres,
os escute. Você pode achar algo que nunca pensou ser
possível.
—Como o quê?
—Força, esperança e querer ser a única no controle.
Ela precisava assumir a responsabilidade e a única
maneira de fazer isso era se colocar nessas
situações. Hannah faria isso. Por si mesma, e por Nerd, ela
faria.
Nerd se sentou na cama, esfregou a mão sobre o rosto, e
sentiu o início de barba que o cobria. Faziam semanas desde
que vira Hannah, e tudo o que podia pensar, lembrar em sua
mente, era ela entrando no carro de Deanna e indo embora.
—Porra—, ele disse para si mesmo e olhou ao redor do
quarto. Ele não sabia que horas eram, mas o sol já havia
nascido e brilhava através da pequena janela acima de sua
cama. Ele estava destruído, e não lhe importava quem o visse
atravessando o inferno. Ele amou Hannah tanto, e sua saída,
a perspectiva dela nunca mais voltar, fez sua besta interior
violenta aparecer. Ele queria derramamento de sangue,
queria destruição, e tudo isso porque ele estava quebrado por
dentro.
Nerd não era tão burro que não pudesse admitir o
buraco deixado nele quando a mulher que ele amava
partiu. Havia uma parte dele, logo depois que ela foi, que
estava puto com ela. Como ela pôde apenas se afastar dele,
considerando o que eles tinham? Será que ela não o amava
do jeito que ele a amava?
Mas depois de ter passado a fase da raiva ele sabia que
ela fez o que deveria para melhorar a si mesma. Isto não era
apenas sobre eles e seu relacionamento, mas sobre a sua
cura. Ela passou pelo inferno antes dele a encontrar, e
mesmo antes do culto tê-la recolhido. Ela era uma andarilha,
sem saber para onde ir ou em quem confiar. Mas, então, a
porra do culto lhe destruiu e rasgou-a em duas, quando ela já
estava tão frágil.
Nerd também questionou se ele a empurrou muito longe
e rápido demais. Ela disse que não, mas talvez no fundo sem
perceber, ela poderia ter se sentido pressionada?
— Foda-se, disse ele novamente e saiu da cama. Ele
pegou uma muda de roupa e entrou no banheiro. Fechando a
porta olhou para o seu reflexo, o homem que olhava para ele
parecia que não dormiu em uma semana e estava vivendo
fora da bebida.
Olheiras estavam sob seus olhos, ele tinha uma barba
crescendo, e seu cabelo, embora curto, estava
despenteado. Porra, ele não dava a mínima sobre como
aparentava.
— Você precisa juntar as suas merdas, porque a estrada
que você está tomando está acabando com você, ele disse ao
seu reflexo. Mas admitir isto não muda o fato de que ele
queria Hannah, precisava dela em sua vida.
Mesmo semanas mais tarde, ele não podia mudar essa
rotina em sua vida. Ele não conseguiu qualquer informação
de Deanna, de onde Hannah estava, mas ele não era o tipo de
homem que intimidava ou pressionava uma mulher para
conseguir informações, especialmente a senhora do Prez.
Ele não tinha falado com Weasel desde a sua última
briga, e não sabia se ele voltaria. Talvez se Hannah voltasse
ele poderia refletir se Weasel estava certo ou não. O outro
motociclista não tinha direito de abrir a porra da boca. Não
cabia a ele dizer qualquer coisa para Hannah.
Nerd tentou procurá-la por conta própria, mas não
descobriu nada. As estações de ônibus não lhe disseram se
ela comprou um bilhete, mesmo quando ele os ameaçou. E
ela não conhecia ninguém fora do clube para poder contar ou
ficar.
Ele estava no escuro, e porra, era o pior sentimento do
mundo.
Ele virou-se do espelho e entrou no chuveiro. Antes
mesmo da água ter aquecido, ele estava nela, deixando a
água gelada bater em suas costas. Apoiando uma mão na
parede de azulejo na frente dele, Nerd fechou os olhos e
respirou dentro e fora lentamente. Ele tinha que acreditar
que Hannah estaria de volta porque ela o amava demais para
ficar longe.
E quando ela voltasse, ele tinha que continuar dizendo a
si mesmo, que ele precisava ter sua bagunça junta e não ser
a porra de um desastre. Ele não queria que ela o visse
assim. Ser forte para ela, mas também para si mesmo, era o
que ambos precisavam.
Hannah olhou, nervosa para o envelope selado na mão,
porque ela sabia o que continha.
— Você está indo muito bem, Hannah. Patty disse e
sorriu para ela. A outra mulher estendeu a mão e Hannah
deu-lhe a carta.
Ao longo das últimas semanas Hannah aprendeu muito
sobre si mesma. Ela falou com outras pessoas no retiro de
Patty, dando-se tempo para apenas pensar e resolver as
coisas, e ela se sentiu mais livre. Mas ela também sentia
muita falta de Nerd. Ela o amava, e partir foi uma das coisas
mais difíceis que ela fez, mesmo depois de tudo que ela
passou.
O bilhete era apenas para dizer a Nerd que estava tudo
bem, sentindo que a escuridão que ela tinha dentro dela,
mesmo as mais profundas, estavam indo embora. Ela disse a
ele que o amava, que sentia falta dele, e não passava um dia
sem pensar nele. Ela também lhe disse que estaria de volta,
porque ela faria.
Ela poderia nunca ficar totalmente curada, sempre teria
seu passado como parte de sua vida, mas Hannah estava
fazendo progressos. Ela estava aqui, fazendo isso, porque ela
queria ser uma pessoa melhor e viver uma vida melhor. Ela
também fez isso por Nerd, porque estar com ele fez dela uma
pessoa melhor, e no final ser feliz era o que era a vida.
Ela só esperava que Nerd entendesse que o que fez não
foi porque ela queria ir, mas porque ela precisava fazer isso
não só para si, mas porque ela queria ser saudável para ele
também.
Weasel assistiu como Nerd carregou as peças mecânicas
que precisavam ser colocadas no caminhão, atirando-as para
dentro. Nos últimos meses, ele via seu amigo em uma espiral
fora de controle, mesmo sem querer fazê-lo, ele não tinha
escolha. Ninguém mais compreendia ou se importava em
interferir com Hannah e Nerd. Sim, eles eram doces juntos,
mas ele também viu como Hannah ainda amedrontava-se
com Nerd. Ela precisava de uma chance para se curar, assim
como Nerd necessitava do tempo longe dela.
— Você se arrepende do que fez? — Perguntou Demon,
chegando ao seu lado.
— Não. Tinha que ser feito.
— Ele não tem sido o mesmo com você.
— Bem, é para isso que servem os irmãos. Eles não
ligam muito para o que é bom para eles, Né? — Weasel deu
de ombros.
— Como vai Hannah?
— Pelo que Deanna me diz, ela está bem. Ela está
ficando melhor, e Patty não tem nada, além de coisas
positivas a dizer.
— Bom. Eu estou contente.
Só porque ele apontou o óbvio para Hannah, ele
esperava que ela seguisse seu conselho e procurasse o
caminho para ajudar a se curar. Weasel duvidava que ela
tivesse sido totalmente verdadeira, mas pelo menos
interiormente ela foi um pouco curada, e estava melhorando.
— Ele ainda quer bater em você, — disse o Demon.
— Ao seu ver, eu tirei sua menina, e ele não pode me
perdoar. Espero que quando ela volte, ele possa me perdoar.
Weasel aceitou isso. Mesmo quando Nerd perdeu o
controle, Weasel sabia que fez a coisa certa e não duvidava de
si mesmo por um segundo.
Uma das razões pelas quais ele era chamado de Weasel
era porque ele faria tudo que precisasse para escapar do que
temia.
— Eu vou dar uma volta, — disse ele.
Agarrando sua moto, ele montou sua máquina, amando
a sensação entre suas coxas. Ele nunca seria capaz de viver
sem sua motocicleta. Era seu orgulho e alegria. Virando a
ignição, ele disparou em sua beleza sem olhar para trás,
saindo do clube, dirigindo-se para qualquer pedaço do céu
que pudesse encontrar.
Hannah estaria de volta, ele tinha certeza disso. Quando
ela voltasse, outro irmão estaria abatido. Weasel não iria
admitir a seus irmãos, mas ele estava um pouco ciumento
das conexões que seus parceiros encontraram.
Ele testemunhou a luxúria, seguida pelo amor de
Demon e Deanna. A luta de Joker sobre seus sentimentos por
Amy. Steel encontrou sua alma gêmea em Eloise. E a
determinação de Shakes para reivindicar Daniella. A mulher
que ele nunca deveria ter se aproximado. E Finalmente,
Striker e Elena.
Cada casal encontrou um amor tão forte, que mudou
suas vidas, sem mais prostituição, bebidas ou drogas.
Talvez um dia, ele encontrasse uma mulher para si
mesmo.
Balançando a cabeça, ele avançou na estrada, ansioso
para o que quer que o futuro lhe reservava.
Nerd limpou o suor da testa enquanto ele continuava a
aparar a relva do clube. O quintal precisava ser cuidado, e ele
preferia estar suando fora do que dentro. As prostitutas do
clube pareciam determinadas a chegar ao seu pau, e ele não
estava interessado em qualquer uma delas. Havia apenas
uma mulher que ele queria, e ele faria qualquer coisa para
estar com ela. Mesmo que ele nunca pudesse estar dentro
dela, simplesmente segurá-la seria a porra de um sonho.
Agarrando a pá, ele começou a cavar a terra. Ontem à
noite ele estava passando pelos canais e acabou assistindo
um sobre jardinagem. Sim, jardinagem. Anos de bebedeira
mexeram com sua cabeça, vendo como ele realmente sentou e
assistiu o maldito programa. Em seguida, ele começou a
pensar. Quando Hannah finalmente voltasse para ele, ele
queria mostrar-lhe algo que ele tivesse feito enquanto ela
estava fora. Algo que poderia dar-lhe a paz quando ela saísse
para o jardim.
— Você está realmente determinado a fazer isto? —
Perguntou Striker, saindo, segurando um copo de
limonada. Ele contou a todos os seus irmãos qual era o seu
plano. Ao invés de o provocarem, eles aceitaram. Além disso,
ele disse que estava parando de beber. Hannah poderia
aparecer a qualquer minuto, e a última coisa que ele queria
era continuar com o vício.
— Sim, eu vou fazer. Você veio aqui para me sacanear?
— De modo nenhum. Eu acho que é incrível. Elena
gostaria de ter um lugar para ir quando as festas ficam um
pouco demais.
— Como você vai fazer isso? Você não sabe nada sobre
jardinagem.
— Eu posso ter ou não, baixado uma série de
jardinagem inteira, destinada para esculpir um jardim.
— Sério? Você já se transformou em um homem velho
enquanto eu estava dormindo?
— Não, de jeito nenhum. Estou pensando em criar um
caminho com canteiros de flores, rosas, margaridas,
juntamente com as plantas que poderiam delinear o
caminho. Olha, eu só assisti alguns episódios. Eu não sei
exatamente o que vou fazer, mas vou para a loja de
bricolage. Pretendo achar o que eu estou procurando.
— Eu vou ajudar, disse Striker.
— Você não precisa.
— Hannah pode voltar para casa a qualquer
momento. Você não quer que esteja terminado?
Balançando a cabeça com relutância, ele observou como
Striker pegou uma pá e começou a cavar.
Duas horas depois, Deanna saiu, segurando Ty em seus
braços.
— Nerd, — disse ela.
— Há uma carta para você.
Franzindo a testa, ele se levantou e caminhou até
ela. Ele não estava chateado com Deanna por não ter contado
a ele onde Hannah estava, porque ele aceitou deixar o amor
de sua vida descobrir o que ela precisava neste mundo. Ele
estaria aqui quando ela estivesse pronta.
— Precisa de alguma coisa? — Perguntou ela.
— Uma bebida seria bom, para nós dois.
— Tudo bem.
Olhando para a carta, seu coração começou a bater. Ele
reconheceu a escrita na frente do envelope, instantaneamente
e rasgou-o.
Querido Nerd,
Eu sei que não é certo dizer isso, mas eu sinto tanto sua
falta. Eu sinto falta de você mais do que qualquer coisa no
mundo, é por isso que eu sei que preciso fazer isso. Eu preciso
estar inteira para você. Eu sei que você não está feliz com
Weasel pelo o que ele fez, mas eu estou. Havia uma terrível
escuridão dentro de mim. Estava enterrada tão
profundamente, e isso me impedia de ser o que você precisa,
Nerd. Você precisa de uma mulher forte, uma mulher
inteira. Eu estou me curando devagar, e te prometo, estarei de
volta para você. Por favor, não fique com raiva ou
triste. Voltarei. Eu estou curando a escuridão que está lá, e
mesmo que eu não fique totalmente curada, sempre levarei as
cicatrizes do meu passado, mas eu quero estar com você
sempre. Eu te amo muito.
Eu te amo mais do que qualquer coisa. Eu penso em você
todos os dias, e esses pensamentos são o que me dirigem. Eu
quero você, Nerd. Eu quero ser a mulher que dormirá ao seu
lado, segurará a sua mão, e não estará tensa quando fizermos
amor. Eu quero ser tudo o que posso para nós dois.
Por favor, espere por mim.
Você possui meu coração.
Todo meu amor.
Hannah. X
Sim, ele iria esperar por ela até o final da vida!
Várias semanas mais tarde
Inspirando e expirando lentamente, Hannah focou na
quietude em sua volta, sobre o fato de tudo o que ela ouviu
foi o chilrear dos pássaros, o vento sussurrando através das
árvores, e o zumbido constante da paz dentro dela.
Ela estava no retiro há semanas, e a cada dia ela sentiase um pouco mais livre. Ela sentia que a dor dentro dela
abria caminho para o raciocínio, para a felicidade dentro de si
mesma. Ela sabia que verdadeiramente nunca estaria
curada, sabia que ela sempre manteria as cicatrizes de seu
passado, do que ela experimentou profundamente dentro
dela. Mas ela entendeu que teria que aceitar quem ela era e o
que ela sofreu.
— Como você está se sentindo hoje?
O som de Patty bem atrás dela fez Hannah abrir os
olhos e virar. Ela sorriu para a outra mulher.
— Estou me sentindo bem, tranquila.
Patty sorriu de volta.
— Bom! Eu vi uma tonelada de mudança e crescimento
em você nessas semanas, e eu acho que o seu progresso
deveria ser elogiado.
Hannah sorriu de volta.
— Eu nunca pensei que pudesse me sentir assim sobre
mim e sobre o que aconteceu. Eu pensei que sempre
carregaria esse fardo comigo, e ele iria inibir qualquer coisa
que eu fizesse.
Patty veio até ela e deu um tapinha no ombro de
Hannah.
— O resto de sua vida será uma cura contínua. Mesmo
décadas mais tarde você ainda terá uma cicatriz interna do
que você passou, mas você será capaz de viver com isso, ser
feliz, e não deixar que a escuridão invada você.
Pela primeira vez em sua vida Hannah sentiu a verdade
nisso.
— Eu acho que o seu tempo aqui chegou ao fim. Patty
sorriu.
— Penso que este capítulo da nossa vida está fechando,
e agora você será capaz de ir para casa e expandir a sua
felicidade.
Casa. Era onde Nerd estava. Sentia dentro dela, sabia
que sempre seria assim.
— Vamos fechar este dia com uma conversa do grupo,
um maravilhoso jantar com todos com quem partilhou a sua
jornada até agora, e amanhã você pode voltar para o homem
que ama e mostrar-lhe o quão feliz você realmente está.
Patty sorriu e animou Hannah.
Sim, ela sentiu que era hora de voltar, para ficar com
Nerd. Ela só esperava que ele tivesse esperado por ela,
mesmo que ele não precisasse. Ela nem sabia se ele recebeu
a sua carta, porque desde que chegou ao retiro, ela não falou
com ninguém, nem mesmo Deanna. O isolamento do mundo
exterior era o que ela precisava, as conversas, e a aceitação
de todos ao seu redor, ajudaram a chegar a este ponto em
sua vida. Mas ela não podia ficar aqui para sempre e nem
queria. Ela precisava sair, continuar a crescer e curar, mas
ela queria fazer isso com Nerd ao seu lado.
O jardim que Nerd construiu ficou pronto na última
semana, mas ele continuava encontrando pequenas coisas
para corrigir, coisas que ele queria que estivessem perfeitas
para quando Hannah voltasse.
Deus, pode ser uma eternidade antes que ela retorne
para mim.
Certamente já parecia ter passado uma eternidade.
Ele deu um passo para trás e olhou para o que ele fez
com a ajuda do clube. Ele não precisou fazer essa tarefa
sozinho, não quando o clube era a sua vida, a sua
família. Eles estiveram lá para ele, fizeram dele uma pessoa
melhor, e sempre aceitariam suas falhas. Mas eles não
poderiam fazê-lo completo, não da forma como Hannah
podia.
E é por isso que ele iria esperar até o final da sua vida
por sua volta, porque ninguém mais se comparava a ela.
E ninguém nunca iria.
Ele limpou o suor da testa, colocou a pá de lado, e
estava prestes a voltar para o clube quando ouviu as portas
da entrada abrirem e um carro entrar. Virando e levantando
o braço para bloquear o brilho do sol de seus olhos, viu que
era um táxi. A reação foi imediata, e seu coração
acelerou. Quando o táxi parou apenas a 6 metros de onde ele
estava, ele olhou para as portas traseiras, esperando para ver
quem sairia.
Eu sei quem eu desejo que seja.
Seu coração estava na garganta, e suas mãos estavam
em punhos apertados ao seu lado. Então a porta se abriu e a
única pessoa que ele iria amar saiu.
A primeira coisa que ele percebeu foi o quão saudável
ela parecia. Hannah era bonita antes, mas agora ela tinha
esse brilho. Tudo nele gritava para correr até ela, abraçá-la e
beijá-la sem sentido. Mas ele ficou parado, esperando que ela
viesse até ele. Seus olhares se encontraram, e então ela se
moveu para ele.
Seu coração começou a bater mais forte, e tudo dentro
dele se alegrou. Deus, ele sentiu muita falta dela.
Ela parou na frente dele, e por longos segundos, eles
apenas se olharam. Nerd não encontrou sua voz neste
momento, nem sequer sabia o que dizer. Ela era como um
copo de água gelada, e ele estava morrendo de sede. E então,
sem pensar muito, ele estendeu a mão e puxou-a contra a
dureza de seu peito. Ela descansou a cabeça sobre seu
coração, e ele fechou os olhos, sentindo-se bem e sabendo
que aqui era exatamente onde ele deveria estar, com ela,
sempre.
Não houve julgamento, nada. Nerd a abraçou, e Hannah
sabia que voltou para casa. Ela estava no lugar onde ela
precisava estar.
— Eu senti tanto sua falta, disse ela, levantando a
cabeça.
Ele segurou seu rosto, sorrindo para ela. Colocou seu
cabelo atrás da orelha e viu o seu brinco de lágrima.
— Você mudou.
Ela deu um passo para trás, mas ainda segurava sua
mão. Vestindo uma jaqueta de couro, jeans, uma camisa
preta apertada, e saltos, ela girou, segurando sua mão acima
de sua cabeça para que ela não tivesse que deixá-lo ir.
— O que você acha?
— Você está tão bonita como sempre.
— Eu mudei, mas eu não estou diferente. Ela riu.
— Espero que faça sentido. Eu sou a mesma pessoa que
sempre fui. Só um pouco mais curada e um pouco menos
danificada. E andou em sua direção.
— E eu venho sonhando com este momento há tanto
tempo. Ela pôs as mãos no rosto dele, ficou na ponta dos pés
e pressionou os lábios contra os dele. Gemendo, ela fechou os
olhos, apreciando a sensação das mãos dele afundando em
seu cabelo e abraçando-a apertado.
Pressionando seu corpo contra o dele, adorou a
sensação dele em torno dela. Isso era o que ela sonhava, este
era o seu objetivo todo o tempo que ficou afastada. Os meses
não tinham diminuído sua necessidade dele. O tempo em que
estiveram separados apenas destacou o quanto ela precisava
dele em sua vida.
— Você tem um gosto tão bom, disse ela, afastando-se e
lambendo os lábios.
— Você está realmente aqui.
— Eu estou realmente aqui e se você me quiser, eu
gostaria de ficar.
— Baby, por mim você nem teria ido.
Ela sorriu, e com o canto do olho, ela viu a vasta gama
de cores.
Olhando em volta dele, ela viu o jardim luxuoso que
uma vez foi apenas terra estéril.
— O que aconteceu?
— Eu, porra. — Disse ele asperamente.
— Eu enlouqueci. Bebi para cacete enquanto você esteve
fora. Também me droguei bastante. Não foi um dos meus
melhores momentos quando você se afastou, eu admito.
— Você esteve com outras mulheres? — Perguntou ela.
— Nenhuma. Eu nem fiquei tentado. Você foi a única
mulher que eu quis desde o momento em que te conheci.
— Ele colocou a mão dela sobre o coração dele.
— Eu pertenço a você.
— Você se tornou ainda mais encantador enquanto eu
estive fora.
— Na verdade, eu me tornei um jardineiro.
— Um jardineiro em pleno desenvolvimento?
— Não qualificado, mas eu tenho livros e DVDs
suficientes para afundar um navio com tudo que eu
juntei. Eu queria me manter ocupado, queria ter algo de bom
para você quando você voltasse … se você voltasse.
— Você fez tudo isso?
— Sim.
— Você não contratou ninguém?
— Não.
— Eu o ajudei, — disse Striker.
Hannah se virou para ver o resto do pessoal saindo do
clube. Deanna estava segurando Ty, que estava crescendo
muito rápido. Amy e Joker estavam abraçados. Vengeance,
Weasel e Brock também estavam lá. Muitos outros estavam
em segundo plano, e ela viu vários dos casais também. Ela
ligou antes avisando a Deanna que ela estava voltando para a
cidade.
— O otário fez tudo isso para você, disse Weasel.
— Nós dissemos a ele que não precisava. Porque ele já
tinha você, e que você estaria voltando.
— Você estava certo. Ela olhou para Nerd.
— É lindo.
— Eu sei. É tão bom para caminhar, e você deve vê-lo à
noite. Ele tem luzes que se acendem e destacam certos
pontos, disse Deanna.
— Parece perfeito.
— Posso ter um minuto com a minha garota? Ela
acabou de voltar e já estão todos aqui fora.
Todos eles concordaram em deixá-los sozinhos, mas
Hannah não terminou. Soltou Nerd, com relutância, e
caminhou em direção a Weasel.
— Eu sei que o que você fez foi para ajudar o seu irmão,
e eu aceito isso. Eu amo o Nerd, e eu nunca vou fazer nada
para machucá-lo.
— Você não estava pronta.
— Eu estou agora, e mesmo que no momento eu
pensasse que era cruel o que você estava fazendo,
ajudou. Obrigada.
Então, na frente de todo o clube, ela abraçou Weasel,
mostrando a todos eles, e ao Nerd, que ela não estava mais
tão danificada quanto antes.
Seu tempo com Patty foi tudo o que ela precisava, e
ninguém poderia tomar o que ela ganhou de volta.
Ela viu todos entrarem no clube, e caminhou de volta
para os braços de Nerd. Ele a abraçou e lhe mostrou o jardim
que ele criou para ela.
— Então você parou de beber e de se drogar? —
Perguntou ela.
— Eu decidi que, se você voltasse para casa a qualquer
hora, que eu queria fazer algo que mostrasse que não só eu
senti sua falta, mas que eu estive pensando em você.
— Eu estou tão contente que você esperou por
mim. Houveram momentos em que eu realmente achei que
você ia seguir em frente, e eu tive medo. De repente, ele
cobriu os olhos dela.
— Não entre em pânico. Eu só quero te mostrar uma
coisa.
Eles continuaram a andar, e ela confiou nele enquanto
ele a levou por um caminho, virando à esquerda, depois à
direita, depois à esquerda novamente. Eles pararam, e ela
sentiu seus lábios em seu pescoço, fazendo-a rir.
— Você está pronta?
— Eu estou tão animada. É uma surpresa?
— Um tipo. Eu fiz isso pensando em você.
Ele deixou cair as mãos, e ela engasgou. Ele construiulhe um balanço cercado por arbustos e flores. Era um mini
oásis.
— Uau, disse ela, sussurrando a palavra.
— Lembrei-me que gostava de ficar sozinha, e eu pensei
que isso iria permitir-lhe estar sozinha, para ‘voar’.
Hannah foi em direção ao balanço e sentou-se, fechando
os olhos com a beleza do cenário.
— Você realmente me ama.
— Mais do que qualquer coisa. Ele deu um passo atrás
dela.
— Você confia em mim.
— Com o meu coração, com a minha vida, com o meu
tudo.
Ele puxou o balanço e o soltou. Ela balançou para a
frente e enquanto ela se movia para trás, ele a empurrou. A
liberdade no —voo— foi incrível. O que a acalmou ainda
mais, era que ela sabia que Nerd estaria bem ali atrás dela,
pronto para pegá-la.
Eles tiveram um bom e calmo jantar juntos, agora eles
estavam no quarto que ela dormia enquanto esteve no
MC. Ter Nerd deitado ao lado dela, seus braços em volta de
seu corpo e o cheiro dele a consumindo, Hannah se sentia
contente, livre. Ela sabia o que queria fazer a seguir, porém,
sabia que o queria com Nerd. Ela foi embora e curou-se, ou
recuperou-se tanto quanto podia para este tempo em sua
vida, e ela queria dar o próximo passo.
— Eu amo você, baby, ele disse suavemente, e ela
sorriu.
— Eu te amo tanto, Nerd. Ela virou-se em seus braços
para que eles ficassem frente a frente, e o desejo que ela viu
em seu rosto era tangível. Ele segurou seu rosto, acariciando
o lábio inferior com o polegar.
— Eu teria esperado eternamente para você voltar para
mim.
Ela fechou os olhos quando o prazer ao ouvir essas
palavras a consumiu.
— Eu não queria ter simplesmente levantado e saído.
— Shhh, você não me deve nada, nem uma explicação …
nada.
Eles se encararam por alguns segundos, o silêncio
confortável, espesso entre eles. Hannah sabia o que queria, e
era Nerd.
— Estou cansada de ter medo, Nerd. Ele continuou a
acariciar o lábio.
— Fique comigo, ela sussurrou.
— Me beije.
E então ele gemeu antes de se inclinar e a beijar. O beijo
começou lento, sensual e suave mesmo, mas ela queria mais,
queria sentir tudo dele.
— Eu quero você, Hannah encontrou-se dizendo em voz
alta.
Nerd se inclinou e beijou-a novamente, gemendo.
— Você tem certeza? Não há pressa.
Hannah engoliu em seco, sabendo que ela não queria
parar, que queria Nerd e que ela precisava fazer isso não só
para si, mas para o bem da sua relação. Ela queria isso desde
o momento em que o viu.
— Eu nunca estive tão certa. — Ela pressionou contra
ele, amando a possessividade de Nerd. Hannah queria as
mãos dele em cima dela, para domar esse fogo dentro dela.
— Fique comigo, — ela sussurrou contra sua boca, e
seu grunhido como resposta foi tudo que ele disse antes que
ele tivesse as mãos em seus seios.
Ele foi gentil no início, mas ela queria Nerd, queria o
verdadeiro ele.
— Eu não quero suave e gentil, se isso não é o que você
quer. Eu quero o verdadeiro Nerd. Ele apertou seus seios um
pouco mais forte, e um suspiro de prazer a encheu.
— Tira isso, ela suspirou. Antes que ela soubesse o que
estava acontecendo, ele estava jogando-a na cama e retirando
sua camisa e sutiã. Seus seios ficaram nus, e ela sentiu o
prazer percorrendo-a.
— Você tem certeza sobre isso, baby, — Ele perguntou
novamente.
Ela nem sequer precisou pensar sobre isso.
— Sim, Nerd. Eu estou mais do que certa. Eu quero
você. Eu te amo.
Ele gemeu e começou a beijar, lamber e chupar seu
pescoço. Ao fazer isso, ele enfiou as mãos entre seus corpos e
começou a retirar sua calça e calcinha. Logo ela estava nua e
linda só para ele.
— Assim, baby?
— Sim, ela gemeu.
Ele segurou seu rosto em ambas as mãos e começou a
beijar sua boca novamente, empurrando sua língua em seus
lábios e mergulhando-a profundamente em sua boca.
— Eu preciso ficar tão nu quanto você, Hannah, — ele
murmurou contra sua boca.
Com as mãos desajeitadas, ela alcançou entre eles e
começou a desfazer suas calças. Mas ele estava impaciente e
sentou-se, para despir-se rapidamente. E então eles se
abraçaram nu, seu pênis duro contra sua barriga com a
ponta já brilhando com seu pré gozo. Ela engasgou com a
sobrecarga de sensação.
— Você é tão gostosa.
Ele deslizou suas mãos para baixo pela lateral de seu
tronco, mudou uma delas para agarrar sua bunda, e a outra
direito sobre sua vagina. O ato, o toque, era tão possessivo.
Ela gemeu quando ele enfiou os dedos em suas dobras
encharcadas, e o som áspero que ele fez, fez seu coração
disparar.
— Você é minha, Hannah, e não há nada nem ninguém
que vá mudar isso.
Nerd começou a mover seus dedos por suas dobras,
esfregando para frente e para trás lentamente até que ela
enrolou os dedos dos pés e rolou seus olhos para trás em sua
cabeça demonstrando o quão bom ele a fazia sentir. Ela não
pensava em nada além de estar neste momento com o
homem que amava.
— Porra, você está muito molhada para mim, muito
pronta, Hannah…baby… ele murmurou contra sua garganta
enquanto ele continuava a mover os dedos para cima e para
baixo. Ela não sabia se ele estava ciente dos grunhidos baixos
que ele fazia, ou se era o fato dele esfregar o pau contra seu
estômago, mas Deus era quente.
Ela estava realmente fazendo isso, e ela não queria
parar, não queria deixar nada estragar este momento.
Até este momento, Nerd estava convencido de que
Weasel estava errado. Reivindicando seus lábios, deslizou sua
língua na boca de Hannah e, em vez de se retrair, ela o beijou
de volta. Seus dedos afundaram em seu cabelo, e todos os
meses que ela esteve afastada, extinguiram-se, ela estava
aqui, com ele. Deslizando a mão pelo seu lado, ele agarrou
sua bunda. Ela envolveu a perna em torno de seu quadril,
gemendo.
— Você me deixa louca, disse ela.
— Eu te quero tanto, Nerd.
Ele chegou por trás dela, agarrando sua bunda,
enchendo as mãos com todas as suas curvas.
— Você é como uma droga que eu vivi sem por muito
tempo.
— Então, satisfaça o seu vício, baby, disse ela.
Depois de beijar seus lábios, deslizou até seu pescoço,
chupando o pulso que batia rapidamente. Os seios dela ao
lado chamaram sua atenção, e ele segurou-os, pressionandoos juntos, manuseando seus grandes mamilos.
— É tão bom.
— É como se sentir no paraíso, mas muito
melhor. Acredite em mim.
Chupando um mamilo em sua boca, ele beliscou o
outro, acalmando a queimadura com a palma da mão. Ele
deslizou a língua entre o vale de seus seios para circundar o
outro mamilo. Nerd não era de deixar o outro esquecido, e
assim ele provocou-o com os dedos até que ela estava se
contorcendo sob ele. Ele não conseguia o suficiente dela. Esta
mulher, ela se tornou mais forte, e sua força estava
despertando-o ainda mais. Ela não precisava de um campeão
ou de um protetor. Hannah precisava de um homem que lhe
desse o que precisasse, e ele estava mais do que feliz em fazêlo. Nenhum outro homem jamais seria bom o suficiente para
ela.
Nerd iria dar-lhe tudo o que ela sempre quis. O jardim
era apenas o começo. Nerd tinha planos para ambos, e tinha
a intenção de vê-los realizando todos. Hannah nunca ia sentir
dor ou se ferir novamente.
— Eu te amo.
Beijando sua barriga, ele segurou seus seios em suas
mãos e foi acariciando para baixo pelos seus lados até suas
coxas. Uma vez que ele pairou sobre sua vagina, ele abriu os
seus lábios, e encarou sua linda boceta.
— Você está muito molhada.
— É tudo para você, Nerd. Sempre para você.
Deslizando um dedo em sua boceta, ele gemeu ao ver
quão molhada ela estava.
— Baby, você sabe como acolher um homem. Esta é
uma bela vista.
— Por favor. Eu não posso aguentar muito mais.
Ele a fez esperar. Eles tinham todo o tempo do mundo e,
desta vez, a sua primeira vez, ele não iria se apressar. Ele
queria vê-la implorar, gritar até ficar rouca, antes de permitirlhe gozar.
Circulando seu clitóris, ele aliviou um pouco para trás,
observando seu corpo se mover em direção a ele, lhe
buscando.
Lambendo os dedos, ele beliscou seu clitóris e ela gritou
seu nome. Ele substituiu seus dedos pela boca, chupando-o
forte. Ao mesmo tempo que ele provocava seu clitóris,
deslizava seus dedos dentro dela. Ele começou com um dedo,
encontrando sua boceta apertada. Bombeando dentro dela,
ele passou a língua sobre seu clitóris e esperou sua boceta se
acostumar antes de adicionar um segundo dedo.
— Oh Deus, disse ela, gemendo.
— Por favor.
— Você pode implorar o quanto quiser. Eu vou fazer
você esperar.
Seu pênis estava tão duro que doía. Removendo os
dedos de sua boceta, ele envolveu-os em seu comprimento,
pintando seu creme sobre seu pênis duro.
— Você vê isso, baby? Eu vou afundar ele tão
profundamente dentro de você, e eu vou ver como seu creme
me cobre. Eu quero desfrutar.
Porra, com dois dedos dentro dela, Nerd estendeu sua
vagina, na esperança dela se acostumar a algo maior, visto
que seu pênis não era pequeno. Ele tinha um pau grande, e
ele sabia como usá-lo.
Lambendo seu clitóris, ele gemeu quando sua vagina se
apertou em torno de seus dedos, deixando-o louco para
mais.
— Eu imaginei isso por tanto tempo.
Ele sorriu.
Isso ia acontecer entre eles. Ele nunca duvidou disso,
nem mesmo por um segundo. Eles estavam destinados a
encontrar isso juntos.
Ele fodeu sua vagina, lambeu seu clitóris, e sentiu cada
mudança dentro de seu corpo. Ela abriu-se para ele,
florescendo sob seu toque, mostrando-lhe que ela era muito
mais. Ele amou Hannah desde o momento em que pôs os
olhos nela, e ele ainda a amava. Isso nunca ia mudar, e nada
iria tirar dela o que ela ganhou.
Hannah gozou gritando o seu nome, e ele não iria
parar. Nerd não estava pronto para parar. Ele continuou a
chupar seu clitóris, prolongando o prazer e sentindo os
pequenos tremores de sua vagina.
Só quando ele estava convencido de que ela estava
pronta para ele e completamente molhada que ele se moveu
para cima de seu corpo. Ele pegou seu pau e correu a ponta
através de sua boceta cremosa, ensopando seu pau duro.
— Eu amo você, Hannah.
— Eu também te amo.
Deslizando dentro dela, Nerd sentiu como se ele
finalmente voltasse para casa.
Ela era sua mulher, e ele tinha a intenção de mostrarlhe pelo resto de suas vidas. Polegada por polegada
lentamente, ele afundou dentro dela, observando seus olhos
para qualquer sinal de mudança. Nem uma vez ela
vacilou. Ela cobriu-lhe o rosto e levantou-se para beijá-lo.
— Eu disse que eu tinha que ser a mulher que merecia.
Ela moveu as mãos de seu rosto, descendo para a sua
bunda. Hannah o fez afundar as últimas polegadas dentro
dela, o que para Nerd fez tudo ainda mais perfeito. Ela
pertencia a ele, e agora ele pertencia a ela. Nada iria separálos.
Ele era tão grande, e Hannah amou a sensação dele
dentro dela. Ela não queria que isso acabasse. Seu pênis
pulsava, e ela beijou seus lábios. Nerd afundou os dedos em
seu cabelo, batendo seus lábios com mais força nos dela.
Ela subiu os dedos de sua bunda para suas costas,
segurando-o perto.
O prazer que ela sentiu com seu toque foi muito melhor
do que ela jamais imaginou. Nerd a rodeava, consumindo-a
com cada parte dele até que ela não sabia o que restava de
qualquer um deles.
Patty se preocupava de que seus sentimentos por Nerd
fossem demais, mas ela estava errada. Foi seu sentimento
por Nerd que levou-a a melhorar. Ela queria ser uma pessoa
melhor para ele e para ela mesma.
Ele acariciou sua bochecha, e ela viu o amor em seus
olhos. Ela nunca seria capaz de duvidar do seu homem.
— Você está realmente aqui.
— Eu estou realmente aqui.
— Você é incrível.
Beijando os lábios dele, ela fechou os olhos, gemendo
lentamente enquanto Nerd começou a puxar fora o seu pau,
apenas para parar quando sua ponta estava dentro dela.
Manteve-se fora até que ela se contorcia tentando levá-lo a
voltar para dentro dela.
— Eu mando aqui.
Ele beijou o pescoço dela e tomou um de seus mamilos
em sua boca, chupando a ponta endurecida.
Ela não sabia como ele era capaz de adiar visto que tudo
o que ele estava fazendo estava deixando-a louca.
Ele bateu dentro dela, fazendo-a gritar enquanto ela
tomava a cada polegada de seu pênis. Nerd agarrou suas
mãos, segurando-a perto enquanto ele a fodia, tendo sua
boceta em um passeio que ela só imaginou antes. Ele a fodeu
duro e abrandou para provocá-la e, imaginou, fazê-la
implorar por mais, o que ela fez.
Nerd a fodeu com tanta força que bateu a cabeceira da
cama contra a parede.
Hannah amou cada segundo. Olhando para onde se
juntavam, ela viu seu creme encharcando o pau dele. A visão
a excitou mais.
— Toque-se. Deixe-me ver você gozar.
Ela soltou sua mão, alcançando para baixo e olhando
em seus olhos, ela perdeu-se no prazer. Acariciando seu
clitóris, ela mordeu o lábio, chocada que, com algumas
pinceladas ela gozou novamente.
Nerd tomou seus lábios, mergulhando dentro dela, e
ouviu-o amaldiçoar um segundo mais tarde quando seu
corpo ficou tenso e seu pênis pulsava dentro dela.
— Foda-se, baby.
Ambos estavam ofegantes, e Hannah não conseguia
sentir as pernas por causa da foda áspera que ele acabou de
lhe dar. Ele beijou seus lábios e pescoço, abraçando-a
enquanto o fazia.
— Isso foi um pouco rápido, disse ele.
— Desculpe amor. Dê-me cinco minutos, e eu vou
mostrar-lhe mais.
— Ele afastou-a um pouco, mas permaneceu dentro
dela.
Ele pensava que era rápido? Ela nunca conheceu esse
tipo de prazer.
Depois de tudo o que aconteceu, ela nunca seria capaz
de estar tão perto de outra pessoa.
— Foi perfeito, disse ela.
Nerd estava olhando para ela, e ela sorriu para ele. Seu
polegar acariciou o lábio inferior, e ele deslizou para
dentro. Ela chupava o polegar, sorrindo enquanto ele
gemia. Seu pênis inchou um pouco dentro dela.
— Você achou isto perfeito?
— Sim, achei.
— Foi apressado.
Desta vez, ela correu seu polegar sobre seu lábio inferior
e pressionou dentro de sua boca.
— Você nunca sentiu o prazer de sua boca. Isso foi
maravilhoso, e me senti excelente, disse ela.
— Não, eu nunca usei minha boca no meu próprio
corpo.
Hannah riu.
— Seria interessante ver se você poderia usar a sua
própria boca. Nerd riu junto com ela, e ela se sentia mais feliz
do que ela tinha em semanas.
— Case-se comigo, disse ele, assustando-a.
— O que?
— Uau, eu choquei você. Case-se comigo.
— Você está me propondo?
— Eu ia propor no jardim. Eu tinha tudo planejado com
flores, comida e música. Eu não ligo para nada disso. Eu te
amo. Eu quero passar o resto da minha vida com você. Case
comigo.
Não havia dúvida.
— Sim. Eu vou me casar com você.
Ele a surpreendeu ainda mais quando ele puxou para
fora dela, indo para seu jeans. Sentando-se, ela se tornou
consciente de seu gozo derramando-se dela, e ela fechou as
pernas.
Nerd voltou para a cama, mostrando-lhe um anel de
diamante simples.
— Eu o vi há alguns meses e sabia que seria perfeito
para você. Não há mais ninguém que eu quero na minha
vida.
— Ele colocou o anel em seu dedo, e ela ficou chocada
ao ver que na verdade ajustava perfeitamente.
Beijando os lábios, ela descansou a cabeça contra o seu
peito. Não havia mais nada no mundo que ela quisesse.
Vários meses depois
Era loucura pensar que em poucos meses, ela encontrou
um centro em sua vida, que ela não sabia se poderia ter,
recebeu o amor de um homem e foi morar com Nerd.
Olhando-se no espelho, alisou as mãos pelo simples
vestido de renda branca.
Vou me casar hoje.
Era uma loucura, isso era certo.
Hannah sabia que Nerd teria feito o que ela quisesse
para o seu casamento, mas não precisava nem queria nada
luxuoso. Tudo o que ela precisava era de algumas pessoas
como suas testemunhas, para oficializar a cerimônia, e um ao
outro. A festa mais tarde seria, evidentemente, selvagem e
louca, apenas do jeito que ela gostaria.
Ela amava o clube, o vínculo familiar que tinham, não
gostaria que sua vida fosse diferente. Era estranho pensar
que depois de tudo que ela passou, e pensando que ela nunca
seria capaz de ser feliz novamente, ela achou uma vida
perfeita para ela.
Respirou profundamente, porque ela sabia que poderia
muito bem desmaiar de tão tonta e nervosa que estava.
Houve uma batida na porta e ela se virou assim que
abriu. Deanna entrou, com um sorriso no rosto.
— Alguém queria desejar-lhe boa sorte e felicitá-la.
Deanna abriu a porta e Patty entrou. Hannah não pôde
impedir de sentir o calor ao ver a mulher que a ajudou tanto.
Ela não hesitou em se mover em direção a outra mulher
e abraçá-la.
— Obrigada por ter vindo. Hannah puxou para trás.
— Você vai ficar para a festa depois da cerimônia?
Patty sorriu mais e assentiu.
— Uma oportunidade para ir a uma festa real de um
MC? Eu não perderia isso.
— As três riram, e, em seguida, a sala ficou em silêncio.
— Você está nervosa? — Perguntou Deanna.
Hannah só conseguiu acenar.
— Mas não se trata de se casar com Nerd. Isto me
parece certo, bom e perfeito. Eu estou apenas nervosa em
geral.
Patty esfregou o braço.
— Totalmente normal.
— Você vai fazer muito bem, disse Deanna e segurou a
porta aberta.
— Mas é hora de ir ou vamos nos atrasar.
O coração de Hannah começou a bater um pouco mais
difícil.
— Eu vou te ver mais tarde, disse Patty, e Hannah
balançou a cabeça novamente, seu coração sentindo como se
estivesse em sua garganta.
Eu posso fazer isso.
Eu posso fazer isso.
Eu posso fazer isso.
Pelo menos era o que ela dizia a si mesma, mas na
verdade ela estava apavorada.
Sra. Nathan Derek Slayer.
Ela continuou dizendo mais e mais em sua cabeça,
incapaz de processar completamente o fato de que ela estava
realmente casada com Nerd.
— Venha aqui, baby.
Ela sorriu ao som da voz de Nerd, seu marido. Sim, eles
poderiam ter feito as coisas rápido demais neste movimento
de se casar, e alguns podem vê-lo dessa maneira, mas para
eles foi o momento certo. Para eles, isso era tudo que
importava.
Nerd a puxou para um abraço e beijou o topo da sua
cabeça.
— Você está pronta para festejar como se fosse 1999?
Ela não pode se conter, e começou a rir até as lágrimas
se formarem no canto dos olhos.
Ele usava o colete de couro do MC, mas o enfeitou, e
vestiu uma T-shirt branca limpa por baixo e até mesmo um
novo jeans. Mas ela gostava que ele não sentisse a
necessidade de mudar, e ela o amava exatamente como ele
era … assim como ele a amava, com falhas e tudo. Eles não
eram perfeitos, mas ser feliz não quer dizer que alguém tinha
que ser perfeito. Eles apenas tinham que saber o que eles
queriam.
E eles sabiam.
O que eles queriam, o que eles precisavam, era apenas o
amor um do outro.
Nerd olhou para o jardim do clube assistindo sua
mulher tirar as ervas daninhas que cresceram entre as
flores. Ele não gostava quando ela estava de joelhos, a menos
que fosse dar-lhe prazer. Tomando um último gole de seu
café, ele caminhou para fora. Era tarde da noite, e o sol
estava começando a se por.
Eles estavam casados há um ano, e nesse tempo,
Hannah foi da forca à força.
A partir do momento que ele a viu pela primeira vez, ele
sabia que havia um fogo dentro dela. Com Patty, com o clube,
e consigo mesma, ela foi capaz de sair da escuridão para a
luz.
— O que eu disse a você sobre isso? — Ele perguntou,
vindo em sua direção.
Hannah se virou, colocando a espátula que ela estava
usando para baixo e pressionando uma mão no estômago
ligeiramente inchado.
— Sua filha gosta quando faço isto.
Vê-la inchada com sua filha mexia com Nerd. Ele queria
pegá-la e levá-la de volta para seu quarto, para cuidar de
suas duas meninas.
— Eu notei que você tem usado nossa filha para me
impedir de te aborrecer.
Ela riu.
— Funciona.
Ele a ajudou a ficar de pé e puxou-a para perto,
reivindicando seus lábios.
— Me preocupo com você.
— Muitas mulheres têm tido crianças em todo o
mundo. Eu não posso simplesmente ficar sentada, girando
meus polegares, esperando por você para voltar para
casa. Eu não sou assim. Eu nunca vou ser assim.
Nerd soltou um suspiro.
— Eu sei, baby.
Pressionando a mão na barriga de sua mulher, ele riu
quando sentiu o chute da sua filha.
— Até ela está te dizendo que eu estou certa. É tão
bonito.
— Com o sol se pondo, o jardim ficava magnifico. As
flores eram mais brilhantes, esplendido. O céu encheu-se
com diferentes tons de vermelho e laranja.
Era calmo, tranquilo, e era deles. O clube inteiro
gostava, mas para Nerd, ele pertencia a Hannah.
— Eu te amo, Nerd, disse ela.
— Tanto! Eu estaria perdida sem você.
— Não há mundo para mim sem você.
Beijando seu pescoço, eles assistiram ao pôr do sol
juntos. Sua felicidade não conhecia limites, e suas duas
almas finalmente encontraram um ao outro.
FIM